Uma das principais esperanças do Vasco para o clássico de sábado, Bernardo, por questão de meses, não “nasceu tricolor”. Explica-se: seu pai, o ex-atacante Hélio, defendeu o Fluminense no ano de 1989. E, pouco tempo após ter deixado o clube, emprestado ao São José, o garoto veio ao mundo.
Logo no começo de 1990, Hélio, apesar de ainda pertencer ao Flu, foi emprestado ao clube do interior de São Paulo, em uma negociação que envolveu a ida de Marquinhos Capixaba para as Laranjeiras. Bernardo, portanto, sequer viu o paizão defender o Tricolor. Ele nasceu em 20 de maio daquele ano.
– Eu joguei apenas um ano no Fluminense, foi em 1989. Em maio de 1990, o Bernardo nasceu. Eu já estava no São José, fui emprestado. Pode-se dizer que ele quase nasceu no Rio. Acompanhou meus jogos por outros clubes – lembrou Hélio.
Somente Bruna, filha mais velha de Hélio, conseguiu acompanhar o pai nos tempos de Tricolor. Ela tem dois anos a mais do que Bernardo.
A “ligação” com o Fluminense, então, para por aí. Hélio não conseguiu se firmar no clube das Laranjeiras e ainda saiu brigado com a torcida. Já teve até que deixar um jogo escoltado para evitar confusão com uma organizada do Tricolor.
– O Fluminense já estava eliminado da Taça Guanabara e teve um jogo contra o América. Vencemos por 2 a 0 e, quando marquei meu gol, fiz uma banana para a Young Flu. Deu uma confusão depois. Saí das Laranjeiras escoltado. Era uma pressão grande sobre mim, pois fui contratado para substituir o Washington, que era ídolo. Mas futebol é assim – contou o ex-atacante.
Sem uma forte identificação, não há dúvidas sobre de quem será a torcida de Hélio no clássico:
– Eu tive uma ligação maior com outros clubes, como o Sport. Não tem nem dúvida, vou torcer para o Vasco. O time está no caminho certo e o Bernardo está bastante tranquilo, confiante – garantiu Hélio, que deve estar presente no Engenhão para acompanhar o clássico.
Pai diz que comemoração foi de ‘doido’
A comemoração feita por Bernardo ao marcar o primeiro gol em cima do Duque de Caxias, no último domingo, parece que realmente foi vista como das mais exageradas. Para se ter uma ideia, até o pai do jogador, que era conhecido como Hélio Doido por festejar seus gols de forma enlouquecida, disse, em tom de bom humor, que o filho anda precisando se acalmar um pouquinho.
Vale lembrar que é no próprio pai que Bernardo garante diz se inspirar ao fazer comemorações como a do último jogo.
– Não foi tanto como a minha comemoração. Ele foi muito exagerado, precisa tomar Maracugina. Na hora do gol, pensei: menino ficou doido (risos) – disse Hélio.
De qualquer forma, Hélio contou que toda a família ficou muito contente ao ver Bernardo voltando a marcar gols pelo Vasco. E, segundo ele, o filho somente não repetiu aquela comemoração exagerada no segundo gol por já ter sido advertido com um cartão amarelo:
– O Bernardo jogou bem, foi decisivo. Assistimos pela TV, ficamos felizes. No segundo gol, como já fui jogador, acho que passou pela cabeça dele que, na primeira comemoração, ele tirou a camisa e tomou o amarelo. De repente, ficou meio cabreiro de ser expulso.