Para alguns, conquistar a classificação para a semifinal da Taça Guanabara em primeiro lugar de seu grupo foi um feito. Na visão de outros, não passou de uma obrigação, por se tratar de um clube da grandeza do Vasco. Comandante do departamento de futebol e um dos responsáveis por montar o novo elenco cruz-maltino, após a debandada de alguns dos principais atletas, e obrigado a gerir o departamento com sérias restrições orçamentárias, René Simões lembra que, nesse momento, os profissionais do futebol precisam deixar a emoção de lado e serem racionais. Por isso, mesmo enaltecendo o que o trabalho está no caminho certo, o diretor executivo deixa claro que ele não pode parar.
GLOBOESPORTE.COM – O Vasco iniciou a temporada com um elenco renovado, jovem e, por isso, sob desconfiança. Qual seu sentimento após a classificação para a semifinal em primeiro lugar do grupo?
René Simões – Preocupação. Estou preocupado sempre. No Vasco não se pode estar satisfeito, é preciso sempre pensar em melhorar. Se o Vasco for campeão carioca, tem de estar preocupado em fazer um bom o Brasileiro. Se for campeão brasileiro, tem de estar preocupado em ir bem na Libertadores. E por aí vai. Então, quem trabalha no Vasco tem de pensar em fazer mais. Não podemos fugir da realidade, que é difícil. Além disso, a nossa comissão técnica tem apenas dois meses de trabalho, diferentemente dos outros grandes clubes do Rio, nos quais os treinadores estão há mais tempo.
Mas você vê a campanha do Vasco como positiva, principalmente pelas dificuldades e diante dos muitos prognósticos pessimistas que foram traçados externamente?
Sim, mas continuo entendendo que ainda há muito a fazer. Ninguém pode se iludir com isso. É preciso brigar para ser campeão e dar o máximo, sempre com os pés no chão.
Acredita que mesmo com essas dificuldades o Vasco vai sofrer a mesma pressão de sua torcida por títulos?
O torcedor é legal porque não tem compromisso a não ser aquele com sua paixão. Não é com a razão ou com a realidade. E essa paixão é ativada com as memórias de títulos e das grandes equipes. Ele está sempre pensando nisso e fazendo comparações. Nós profissionais somos cerebrais e calculistas. Sabemos que o Vasco ainda tem muito a crescer. Sandro Silva e Yotún vão entrar... Mas estou muito satisfeito por termos nos classificado em primeiro.
E qual a sua expectativa para essa sua primeira partida decisiva pelo Vasco?
O campeonato começa agora, e temos que jogar a vida. A minha vida. Afinal, eu vivo do futebol. Tudo o que eu como, o que eu uso e o que eu visto vem do futebol.
Fonte: GloboEsporte.com