O Vasco corre o risco de sofrer nova debandada de vice-presidentes, a exemplo do que aconteceu no ano passado. Cresce em São Januário a insatisfação de alguns dirigentes com a chegada do diretor geral Cristiano Koehler e a autonomia dada a ele pelo presidente Roberto Dinamite. Sentindo-se esvaziados, alguns já estudam pedir o desligamento do clube.
O LANCE!Net apurou que os insatisfeitos já realizaram reuniões para analisarem a possibilidade de fazerem uma saída em conjunto. O vice-presidente jurídico Anibal Rouxinol estaria entre os que desaprovam os rumos tomados pelo Vasco desde o retorno de Koehler a São Januário, no começo do ano.
O grupo reprova a carta branca dada por Dinamite ao diretor geral, que tem tido participação direta nas decisões tomadas por diversos setores, como no marketing, na administração e no departamento jurídico, o que estaria ocorrendo sem a consulta dos respectivos vices.
Além disso, os insatisfeitos alegam que o presidente, em nenhum momento, comunicou-lhes de como ficaria organizado o Vasco depois da chegada do executivo, sentindo-se assim desprestigiados.
Na última terça-feira, uma reunião entre Dinamite, Koehler e os principais vice-presidentes do clube serviu para aparar algumas arestas. Questionado sobre o assunto, o diretor geral defendeu as mudanças que tem feito na estrutura organizacional do Vasco.
– O clube precisa mudar seu modelo de gestão. Estamos atravessando um momento de adaptação do modelo antigo para o novo. É preciso avançar e estamos implantando um modelo agressivo de obtenção de resultados. Se isso não acontecer, podemos ter um problema de continuidade. Não estou aqui para entrar em conflito com ninguém – garantiu Koehler.
Essa é a segunda vez que o dirigente trabalha no Vasco. Em 2010, ele foi indicado pelo então diretor de futebol Rodrigo Caetano e ficou na Colina durante um ano.
Crítica à vinda de diretores
Outro ponto que tem desagradado a alguns vice-presidentes do Vasco é a presença dos dois novos diretores trazidos do Rio Grande do Sul por Cristiano Koehler. O dirigente, depois que retornou ao clube de São Januário, trouxe Miguel Gomes para o cargo de diretor administrativo e de planejamento, e Gustavo Pinheiro para o de diretor jurídico.
Há o questionamento por parte dos insatisfeitos de que os profissionais estariam encarecendo ainda mais a folha salarial do clube, com a qual o Vasco tem dificuldades para cumprir atualmente.
Além dos dois já contratados, o plano do diretor geral, assim que iniciou o trabalho na Colina, era trazer também um diretor financeiro para cuidar dos combalidos cofres de São Januário. Até o momento, não há um nome escolhido para o cargo.
Atuando nas 11
Futebol
Cristiano Koehler foi o principal articulador do acerto do Vasco com a DIS, grupo de investidores que possibilitou a permanência de Dedé no clube pelo menos até junho.
Marketing
O diretor geral tem participado ativamente das negociações do Vasco para obter um novo patrocinador master para a camisa, em substituição a Eletrobras (leia mais sobre a saída da estatal na página 15).
Jurídico
Koehler tem atuado na tentativa do Vasco de se livrar da penhora das receitas retidas pela Receita Federal, no valor de aproximadamente R$ 8 milhões, o que vem desde 2012.
Dinamite se afasta das decisões
Com a presença de Cristiano Koehler no cargo de diretor geral, o presidente Roberto Dinamite saiu da linha de frente das decisões do clube. O mandachuva é comunicado a respeito, mas não tem a mesma participação do ano passado, por exemplo.
O estilo mais centralizador, adotado por Dinamite em 2012, acabou sendo o principal motivo para a saída de quatro vice-presidentes: José Hamilton Mandarino, vice de futebol, Nelson Rocha, vice de finanças, Frederico Lopes, vice de patrimônio, e José Pinto Monteiro, vice de esportes olímpicos e responsabilidade social.
A saída dos quatro criou grande instabilidade para a administração do presidente na ocasião.
Fonte: Lancenet