O mundo dos negócios é cruel.
Ainda mais no futebol.
Ainda mais quando envolve um salto no salário.
Pular de R$ 240 mil para R$ 400 mil.
E o status de jogar no melhor elenco do País.
Campeão da Libertadores e do Mundo.
Ter holofotes muito maiores com competições mais importantes.
Ver as chances de voltar à Seleção e à Copa aumentarem.
Além de tudo isso, o que deveria ser obrigatório.
A certeza de que o salário será pago em dia.
Tudo isso está perturbando, Anderson Vital da Silva.
Dedé não é o mesmo em São Januário.
Desde que começou o assédio corintiano.
As sondagens começaram de forma discreta.
Assim que o Corinthians venceu a Libertadores.
E foram aumentando com a aproximação do final do ano.
Ao mesmo tempo em que as coisas foram piorando no Vasco.
Os salários atrasaram, assim como o direito de imagem.
O clima ficou insustentável.
Juninho Pernambucano e Felipe, ídolos do time preferiram partir.
Dedé também estava muito disposto a ir embora.
Suas conversas com representantes corintianos o animavam.
Quando pediu sua liberação a Roberto Dinamite, ouviu que não seria vendido.
O dirigente aumentou seu salário atrasado de R$ 130 mil para R$ 250 mil.
E garantiu que receberia em dia.
Isso não impediu o assédio corintiano.
Ele está fortíssimo.
Ainda mais depois da saída de Wallace e da operação de Chicão.
Na semana passada, o clube ofereceu R$ 21 milhões pelo jogador.
A diretoria vascaína havia dado o aumento ao zagueiro, mas colocado sua multa em R$ 70 milhões.
Não quis vendê-lo.
Dedé é fatiado.
45% dos seus direitos pertencem ao Vasco.
45% são do grupo DIS.
E os outros 10% são do grupo Ability.
A diretoria vascaína acredita que consegue oferta maior.
Algo perto de R$ 27 milhões.
Por menos, prefere esperar o meio do ano.
E aí sim despachá-lo para a Europa.
Neste jogo de blefes, o Corinthians diz ter oferecido seu máximo.
Pagou as primeiras parcelas de Pato, Gil e Renato Augusto.
Gastou R$ 23 milhões.
Por isso se recusa a pagar mais do que os R$ 21 milhões oferecidos.
Só que a proposta ao jogador continua valendo: R$ 400 mil.
Dedé quer sair.
Viu o fraco time que o Vasco montou.
Seu sorriso sumiu, anda irritadiço.
A não convocação para a Seleção foi um golpe fortíssimo.
Luiz Felipe Scolari deu uma enorme contribuição para o jogador querer sair do Vasco.
O reflexo por tudo isso mexeu com o futebol do zagueiro de 24 anos.
Não parece nem sombra do melhor defensor atuando no Brasil.
Nervoso em campo, tem falhado seguidamente.
A defesa vascaína é a segunda pior defesa do fraco Carioca.
Tomou nove gols em cinco partidas.
Dedé falhou feio na goleada para o Flamengo por 4 a 2.
E no último jogo, na derrota para o Bangu por 1 a 0.
Torcedores vascaínos já começaram a xingá-lo.
A cúpula corintiana não admite publicamente.
Mas está adorando esse clima ruim para o jogador.
Facilita sim a sua contratação, acreditam os empresários.
Roberto Dinamite começa a ser pressionado por seus conselheiros.
Ele promete não ceder.
Mesmo se Dedé voltar a pedir para sair.
Para colocar mais lenha na situação, os corintianos projetam nova proposta.
Acreditam estar mais fácil a contratação.
O momento seria agora.
Seria o último jogador que Tite deseja para fechar o elenco para a Libertadores.
O clima em relação ao zagueiro nunca esteve tão otimista no Parque São Jorge.
As falhas de Dedé animam o Corinthians.
Muita gente por lá vai assistir ao clássico entre Vasco e Fluminense.
Em pleno sábado de Carnaval, a fantasia será a camisa tricolo.
Nunca a torcida pelos gols de Fred será tão grande no Tatuapé.
O mundo dos negócios é cruel...
Fonte: Blog Cosme Rímoli - R7