Cristiano Koehler: 'A profissionalização é um caminho sem volta'

Quinta-feira, 31/01/2013 - 15:11

São milhões de torcedores em todo o Brasil. Milhares de curiosidades, histórias e episódios inesquecíveis. Mas o Vasco e Flamengo de hoje é mais das incalculáveis dívidas do que das lembranças da rivalidade dos times que entram em campo logo mais, às 19h30m, no Engenhão. Vale, mais que três pontos, um passo adiante no futuro que depende do sucesso fora de campo também.

Sem suas principais estrelas - Juninho foi jogar nos EUA, enquanto Vagner Love voltou para o futebol da Rússia - a folha salarial já mostra o impacto do clássico da austeridade.

Os dois clubes fizeram reduções da ordem de R$ 1 milhão, pelo menos, entre pagamentos a jogadores. Somente o Artilheiro do Amor recebia cerca de R$ 690 mil. O ex-camisa 8 do Vasco, mais Felipe, Fernando Prass, Alecsandro, entre outros que se despediram da Colina, representaram um fôlego financeiro que o clube não teria mesmo se não houvesse as penhoras - outro obstáculo comum ao Rubro-negro.

Na Gávea, com administração nova, o Flamengo se renova com diretores remunerados e uma estrela do mundo corporativo. Sem chuteiras, mas com terno, gravata e caneta na mão, o clássico da austeridade une os rivais fora de campo.

Estrelas corporativas

Descrito como um executivo agressivo e de difícil trato com subordinados, Marcelo Correa não completou ainda um mês na Gávea. Indicação de pelo menos dois nomes da vice-presidência do clube - trabalhou com Wallim Vasconcellos (vice de futebol) no BNDES e com Rodrigo Tostes (vice de finanças), ele é considerado peça-chave na reestruturação do Flamengo.

Presidente da Neoenergia de 2004 até o fim do ano passado, que sofria com briga entre sócios e falta de investimento, ele transformou a cara da empresa de energia, que se transformou na maior do país do setor.

- Ele comandou a compra de várias distribuidoras de energia, todas quebradas. Deixou R$ 5 bilhões em caixa - comentou Wallim, um dos entusiastas do “reforço”.

Embora abaixo dos vice-presidentes, tem autonomia em todas áreas. Correa selecionou uma equipe de executivos, com metas e premiações definidas. Com o fim da auditoria, previsto para março, um plano diretor vai nortear o futuro do Flamengo.

‘Tricolor? A Patricia não é flamenguista?’

Polêmica ainda existente na transição entre o modelo profissional e amador do futebol brasileiro, o time do coração dos dois diretores gerais de Vasco e Flamengo pouco importa aos clubes.

Filho de alemão, Cristiano Koehler é o presidente remunerado do Vasco. Na pasta desse gremista, de 36 anos, que entrou no futebol em 2004, após carreira em empresas de auditorias e experiência em reestruturação de companhias, uma situação parecida com a do seu time de coração do Sul.

- O Grêmio tinha um passivo de R$ 300 milhões, poucos ativos de jogadores. Lembro que na reapresentação do elenco apareceram ape$seis jogadores no vestiário - conta ele, do quadro que viveu no tricolor gaúcho rebaixado para a Segundona do Brasileiro.

No Vasco, a prioridade é a mesma rubro-negra: renegociar dívidas a longo prazo, aumentar receitas e reorganizar todo o clube.

- A profissionalização é um caminho sem volta - afirma Koehler.

A preferência clubística fica de lado. É o que pensa Wallim Vasconcellos.

- Não quero saber se o Marcelo é tricolor. A função dele é gerir o clube. Ele é profissional pago para isso. Afinal, a Patricia é Flamengo, né? - ironiza Wallim.

Conhecido pelo jeito como autoritário, Correa não gosta de dar entrevistas e já recusou toda demanda de jornalistas sobre o novo desafio.

Detalhes

R$ 40 milhões - O orçamento do Vasco prevê uma redução de despesa milionária

Fora de campo - Marcelo Correa contratou mais quatro diretores remunerados



Fonte: Extra online