O presidente em exercício do Conselho Deliberativo do Vasco, Roberto Monteiro, falou ao Programa Caldeirão Vascaíno sobre a reunião que acontecerá no dia 04 de fevereiro e que terá como principal assunto a aprovação do Balanço de 2011.
“É uma reunião que guardava uma certa expectativa, pois é as contas apresentadas foram muito tumultuadas. O próprio Conselho Fiscal, que sempre vem colocando o interesse do Vasco sempre a frente, não querendo politizar maiores questões. Mas já tinha feitos diversas observações, grandes dificuldades sempre é apresentada para análise do balanço e, segundo informação do próprio Conselho Fiscal, isso cria muita dificuldade nas avaliações das contas, dos documentos. Agora, muito em cima da hora, foi apresentado um parecer negativo sobre as contas de 2011. Em função de uma confusão onde o vice-presidente de finanças não era mais o vice-presidente, tinha a questão de uma transição, havia essa necessidade de transição para que fossem retificadas algumas questões levantadas pelo Conselho Fiscal. Passado o tempo pedido pela diretoria administrativa e acordado entre Conselho Fiscal e diretoria administrativa, foram feitas as devidas observações, mas me parece que algumas dessas observações ficaram pendentes, principalmente no que diz respeito ao programa de sócios ‘O Vasco é meu’ e também no contrato com a Penalty. Em função disso, o parecer do Conselho Fiscal reitera o parecer anterior que falava sobre a reprovação das contas. Eu acredito que vai ser uma reunião tensa, mas acho que como na última tivemos uma experiência que foi uma reunião de grandes vascaínos, todos fizeram suas intervenções e no final ganhou quem tinha a maioria, normal dentro de um espaço democrático, que é o Vasco hoje.”
Para Roberto Monteiro, o assunto mais polêmico da reunião será a discussão sobre o aditamento do contrato da Penalty, com data de 2011 e assinado por um vice-presidente nomeado em 2012. A existência desse aditamento, segundo Monteiro, foi negada pelo vice-presidente de finanças na época, Nelson Rocha:
“Na minha opinião a grande questão vai ser o contrato da Penalty, em função do antigo vice-presidente de Finanças, Nelson Rocha, ter afirmado que não existia nenhum contrato aditivo, apareceu um aditamento que estabelece a pendência dos R$ 340 mil levantada na reunião anterior. Esse contrato aditivo é datado de 2011 e foi assinado por um vice-presidente que só foi nomeado em 2012 e hoje ele deu uma declaração de que assinou conscientemente sabendo que se tratava de um documento de 2011. Por isso eu acho que terá um nível de confusão, mas vamos esperar que essa confusão seja esclarecida para que no final tomemos a deliberação de acordo com a consciência de cada um. Essa para mim é a única questão que pode trazer algum desgaste para algumas pessoas que assinaram esses documentos e ficou mal a explicação dessa parte contratual. O Conselho Fiscal é um órgão muito criterioso, tem uma certa equidade. Não é visto como um órgão que não tem tendências políticas e por isso ao dar um parecer reprovando o balanço, temos que olhar com cuidado, como bons vascaínos que somos” , disse ao Caldeirão Vascaíno.
Roberto Monteiro sobre uma possível reprovação do balanço: “O Estatuto não prevê nenhuma punição”
Em entrevista ao Programa Caldeirão Vascaíno, o presidente em exercício do Conselho Deliberativo, Roberto Monteiro, explicou que o Estatuto do Vasco não prevê nenhuma punição em caso de reprovação das contas do ano de 2011 na reunião que acontece no próximo dia 4.
“Nosso Estatuto de certa forma é antigo, sua última reforma foi na década de 70 e ficou uma lacuna quanto a esse assunto. Hoje a lei Pelé fala sobre as entidades que não tem as contas aprovadas, mas quando você ‘espreme’ a lei, fala-se sobre Federações, Confederações. Não fala especificamente sobre os clubes. No Estatuto do Vasco não diz nada sobre punição. Tem um artigo que diz sobre a responsabilidade do dirigente que traz danos ao clube, mas não fala nada sobre a reprovação. Não dá nenhuma punição. É uma lacuna que fica aberta. Dizem que tem alguma coisa no Estatuto do Torcedor, mas ninguém nunca me mostrou nada a respeito daquele dirigente que não tem suas contas aprovadas. Como nosso Estatuto tem essa lacuna, vai ser algo novo e vai gerar jurisprudência para as próximas gestões. Vamos ver o que o Conselho vai decidir. Politicamente é muito ruim, pois se houve erro por dolo ou culpa, é uma situação complicada.”
Roberto Monteiro fala sobre problemas no aditamento do contrato da Penalty
O presidente em exercício do Conselho Deliberativo, Roberto Monteiro, falou ao Programa Caldeirão Vascaíno sobre o aditamento do contrato da Penalty, datado como de 2011 mas assinado por um vice-presidente que só tomou posse em 2012.
“O aditamento é possível, o problema acontece quando alguém coloca sua assinatura em uma data que não exercia a função. Isso que ficou meio esquisito. Conheço-o, é uma boa pessoa. Acho que não houve nenhuma má-fé. Só precisamos dos esclarecimentos do motivo que o fez assinar, se foi o presidente quem pediu. E qual o interesse em assinar um documento do qual não participou. Se o fato produzido foi em 2012, temos que analisar em 2012, mas o documento é de 2011. Não faz sentido. Eu pessoalmente não colocaria minha assinatura em um documento que não participei, discuti ou pactuei. Esse documento ainda tem uma particularidade, o Nelson Rocha não conhecia esse documento. Todo mundo sempre falou que nunca houve contrato aditivo em 2011. Se em 2012 houve algum fator relevante que forçou a realização de um aditamento, esse contrato tem que ser analisado em 2012. Parece até que é um acoxambramento de contas.”
Fonte: Ao Vasco Tudo