Se o balanço fiscal referente a 2011, que será votado no próximo dia 4, já causa certa agitação nos bastidores de São Januário, a situação da atual diretoria pode ficar ainda mais complicada.
O Conselho Fiscal do clube analisou o documento e indicou que há uma irregularidade no contrato entre o Vasco e a Penalty (fornecedora de material esportivo e parceira em algumas ações, como a loja Gigante da Colina).
Segundo o Conselho Fiscal, a falha começa quando o Cruz-Maltino assumiu uma dívida com a Penalty de forma irregular, já que, por contrato, a empresa arcaria com todo o custo da loja em São Januário e da reforma do vestiário dos árbitros. A Penalty, porém, ao tomar ciência das auditorias do Conselho Fiscal, reconheceu de forma espontânea que teria repassado valor a menos do que seria o correto, segundo ela.
Para que isso fosse feito, foi colocado, em 4 de novembro de 2011, um aditamento, do qual o conselho alega não ter sido informado em momento algum. Além disso, o documento conta com a assinatura do presidente Roberto Dinamite, do presidente da Penalty e da rubrica e assinatura do vice-presidente de marketing, Eduardo Machado, que viria a assumir a pasta apenas seis meses depois, aproximadamente.
Eduardo Machado explicou o ocorrido. De acordo com o dirigente, o aditamento é uma correção de algo não previsto no contrato original.
– Esse documento repara um mal-entendido passado. O projeto original custava “X“ e passou para “X + 1” e não havia cobertura contratual para essa mudança. Por isso, foi feito esse aditamento. Concordei em assinar porque foi mostrado que essa é a verdade. Como era um fato histórico, não assinamos com a data presente.
L!Net explica: o que significa o termo aditamento?
Aditamento de contrato significa acrescentar informações suplementares a um determinado contrato, quando é necessário corrigir ou esclarecer alguma cláusula específica, ou ainda, complementar com dados em falta no contrato original.
O caso do balanço financeiro
Irregularidades
O Conselho Fiscal encontrou inúmeras irregularidades no balanço referente ao ano de 2011 e deu um parecer negativo.
Pedido
Em outubro do ano passado, a diretoria, então, pediu um prazo de 60 dias para analisar o documento e conseguir regularizar algumas situações. A votação, que aprovou o pedido, foi polêmica por conta de um acordo entre o presidente Roberto Dinamite e o presidente do Conselho de Beneméritos, Eurico Miranda. Muitos da oposição consideraram o ato um tiro no pé para ambos os lados.
Votação
Os conselheiros analisarão o balanço no dia 4 de fevereiro. Durante este período, dirigentes correram para conseguir documentos que provassem e regularizassem os números apresentados anteriormente. Porém, o Conselho Fiscal analisou de novo e, na última quarta, protocolou manutenção do parecer negativo, principalmente por conta dos itens referentes ao Torcedor Afinidade e à Penalty.
Mais problemas foram apontados
Além do contrato com a Penalty, o Conselho Fiscal também apontou que o item referente ao Torcedor Afinidade não cumpriu com os quesitos necessários.
O órgão apontou irregularidades quanto à receita (extratos bancários apresentados não comprovam o recebimentos provenientes do sócios) e às despesas (falta de comprovação de pagamento de impostos e demais despesas; valores dos impostos não tiveram a comprovação do pagamento pela Torcedor Afinidade Ltda. e foram descontados).
Além disso, o parecer garante que os documentos encaminhados não regularizam nenhum dos pontos abordados.
Reunião com jurídico
Segundo o LANCE!Net apurou, há a possibilidade de o departamento jurídico ter uma reunião com o Conselho Fiscal nesta semana para entrarem em um entendimento sobre o caso.
Em contato telefônico, o vice-presidente jurídico, Aníbal Rouxinol, rapidamente, confirmou que o encontro entre os órgãos do clube pode acontecer nos próximos dias.
A diretoria teve oportunidade de mudar o quadro do caso no ano passado. No documento que reitera o parecer negativo do Conselho Fiscal, há relatos de que em algumas reuniões, como a realizada em 10 de julho de 2012, o vice-presidente de finanças à época, Nelson Rocha, e o diretor-geral, Luiz Gomes, estiveram presentes.
Os conselheiros se reunirão em fevereiro para analisar o balanço de 2011. A diretoria já havia pedido um prazo de 60 dias para rever alguns pontos, mas os itens relacionados ao Torcedor Afinidade e à Penalty não foram aprovados.
Fonte: Lancenet