As belezas de Foz do Iguaçu...
No programa Encontro com Fátima Bernardes.
Era o que a Globo mostrava enquanto o Santos ganhava a Copa São Paulo.
A emissora, principal parceira da prefeitura no evento, abriu mão da final.
Não lhe interessou.
Com a mudança do comando de esportes na emissora será sempre assim.
Luís Fernando Lima era mais ligado aos dirigentes.
Para ter mais intimidade, acabava compromissado com os eventos.
Com Renato Ribeiro, não.
Tudo será mais pragmático.
A projeção de audiência é boa, o jogo será mostrado.
Se não for, e houver a possibilidade de fugir, pode esquecer.
O futebol em 2013 começou de maneira assustadora para a emissora carioca.
O Corinthians, 'campeão de audiência' em São Paulo fez história.
Mas não da maneira que todos desejavam.
Seus reservas empataram diante do Paulista em Jundiaí.
Mas bateram um recorde.
Conseguiram tirar de Palmeiras e Botafogo de Ribeirão a pior audiência da história aos domingos.
No ano passado, o jogo disputado no dia 11 de março de 2012 teve média de 12 pontos.
O caso teve repercussão interna e o Palmeiras passou a ser visto como mico.
Como clube que espanta telespectadores e os corintianos passaram a ser mais mostrados.
Só que a audiência de domingo passado foi um baque.
Corinthians e Paulista travaram nos 11 pontos de média.
Um desastre.
Nunca um índice foi tão baixo para o futebol nos domingos.
Veio a quarta-feira e outra decepção.
O São Paulo jogava uma partida importantíssima.
A primeira da pré-Libertadores.
O time precisava vencer de qualquer maneira o Bolívar.
Para poder ir tranquilo para a La Paz.
A partida foi recheada de gols, uma festa.
Para a torcida são paulina, pelos 5 a 0 apenas.
Na emissora carioca, a frieza dos números.
Apenas 18 pontos de audiência.
Números muito baixos.
Por isso não houve dó, perdão.
Quando os finalistas da Copa São Paulo ficaram decididos, o recado foi claro.
"Pode esquecer."
Santo e Goiás foi mostrado pela Redetv!
As duas diretorias ficaram frustradas.
Perderam a chance de divulgar melhor seus jovens jogadores.
A Globo não terá mais nenhuma pudor em abrir mão do futebol.
Ao perceber que não dará audiência, o evento não será mostrado.
É por essa perspectiva que os estaduais estão na mira.
A Copa Nordeste está sendo um laboratório.
Os maiores times da Bahia, Pernambuco, Ceará...
Rio Grande do Norte, Sergipe, Paraíba e Alagoas.
Disputam entre si o torneio que é muito mais interessante do que os estaduais.
A disputa vai até março.
Há a certeza de que a audiência será muito maior.
Confirmada, a Globo pretende mexer no calendário do futebol brasileiro.
Principalmente da região Sudeste, que lhe interessa financeiramente.
A sua postura será muito mais forte com as federações.
Principalmente a Paulista, de vinte clubes, seu maior entrave.
Com seu estadual longo, modorrento, tem afundado a audiência da emissora.
Já se pensou em adequá-lo ao Campeonato Carioca.
Com uma fórmula mais seca, com 16 equipes.
Turno, finais; returno; finais.
Com o vencedor do primeiro turno contra o do segundo.
Ponto final.
No Paulista há um turno inteiro de 19 partidas para cada time.
E depois oito se classificam.
São jogos e jogos desnecessários, sem o menor interesse.
Ainda mais no início do ano, com os treinadores poupando jogadores.
Com clubes envolvidos na Libertadores.
As conversas da nova cúpula do esporte global vão para outro rumo.
A volta do Rio-São Paulo.
Os principais clubes dos centros mais ricos do Brasil se enfrentando.
A certeza de maior audiência, menos vexame.
Porque no Rio de Janeiro, o clima também é tenso.
Logo na primeira rodada, a bordoada.
Nova Iguaçu e Fluminense, campeão do Brasil, ficaram nos 15 pontos.
Apenas 15 pontos, números péssimos para a Globo.
O Rio-São Paulo poderia mexer com esses índices.
Os estaduais cariocas e paulistas começariam sem os grandes.
Entrariam apenas na fase final.
É tudo embrionário, mas a insatisfação mostra que haverá mudanças.
A Globo está sentindo na pele.
O próximo passo pode ser no bolso, com os patrocinadores.
O excesso de jogos ruins, que não levam a nada.
Acabou o cabresto, os torcedores aprenderam a diferenciar.
Uma partida importante de outro, insignificante.
Do seu lado, executivos globais estão tranquilos.
Compraram os eventos e estão pagando religiosamente aos clubes.
Mostrar ou não é uma decisão interna.
Por isso as imagens das Cataratas do Iguaçu ontem.
Enquanto Santos e Goiás decidiam o torneio mais importante de base no Brasil.
Depois de cinco anos, a final Copa São Paulo foi desprezada.
Mas esta é apenas a ponta do iceberg.
Nunca a péssima audiência do futebol brasileiro preocupou tanto a Globo.
Os índices foram tão baixos.
Mesmo com o seu campeão de audiência, o Corinthians.
Por isso, a CBF que se prepare.
Terá de mexer no calendário do futebol no País.
Os estaduais estão na alça de mira.
Os recados já chegaram aos ouvidos de José Maria Marin.
E do tenso Marco Polo del Nero, presidente da FPF...
Fonte: Blog Cosme Rímoli - R7