O Vasco – principalmente sua torcida – terminou 2012 lamentando o desfecho de uma temporada que parecia promissora. O epicentro dessa tristeza foi a saída de alguns de seus principais titulares, num fator que, para muitos, determinou a queda de rendimento de uma equipe que poderia ter lutado pelos títulos de todos os campeonatos que disputou. Mas logo no início de 2013, ano que foi pintado como de uma enorme crise financeira, o clube tomou uma atitude de reação. Conseguiu resistir a propostas de clubes brasileiros e garantiu a permanência de Dedé, seu maior ídolo da atualidade, pelo menos até o fim de junho.
A atitude foi um alívio para os torcedores que ao fim do ano passado viram o clube perder ou se desfazer de quase todos os titulares que nos últimos dois anos elevaram novamente o Vasco ao satus de candidato a títulos. Se ainda no primeiro semestre saíram Fagner, Romulo, Diego Souza e Allan, ao fim de 2012 deixaram São Januário Fernando Prass, Nilton, Juninho, Felipe e Alecsandro.
Dedé poderia ter sido o próximo, num movimento quase que visto como natural. Mas pouco mais de uma semana depois de reassumir o cargo de diretor geral do Vasco, Cristiano Koehler se juntou ao diretor executivo René Simões na missão de preservar o jogador que é visto como mais do que um grande nome em campo. É também um chamariz de marketing. Manter Dedé significaria dizer ao mundo do futebol que, apesar de afundado numa grave crise econômica, o clube quer se manter forte e está confiante numa reação.
- Nem preciso dizer muito o que o Dedé significa para o Vasco. Além de ser uma referência técnica, um líder e o capitão do time, é uma referência no que se diz respeito à recuperação do clube. Seria muito fácil tomar a decisão de vendê-lo, mas entedemos que era fundamental trabalharmos em cima dele. Mantivemos o Dedé por sua importância para o clube em diversas esferas - explicou Cristiano Koehler.
Seriamente ameaçado de perder Dedé para um clube brasileiro – já que Corinthians, Santos e Cruzeiro se mostraram interessados –, o Vasco recorreu ao Grupo DIS para manter o ídolo em São Januário por mais algum tempo. Assim, a empresa comprou os 45% dos direitos econômicos que pertenciam à Liga – outro fundo de investimento que estava inclinado a negociar o zagueiro. Ainda dono de 45% do zagueiro (os 10% restantes pertencem à Ability), o Vasco modificou algumas cláusulas do contrato. O mínimo valor de venda pulou de € 7 milhões para € 10 milhões. Além disso, se mantém a premissa vascaína de comprar a fatia do investidor no caso de haver uma proposta deste valor e, assim, segurar o jogador no clube.
Além disso, ficou estabelecido que Dedé não sai do Vasco até, no mínimo, 30 de junho, quando esquenta o mercado europeu de transferências. Então, na metade do ano, espera-se a investida de clubes do exterior, e assim o Vasco poderia receber mais por uma possível negociação.
Portanto, a torcida tem pelo menos mais cinco meses para desfrutar de seu ídolo e, enquanto a guerra não é vencida, comemorar um importante triunfo numa batalha contra a crise.
Fonte: GloboEsporte.com