Vasco, Coritiba e Ponte Preta formalizaram reclamações à CBF por conta de aliciamento de jogadores das categorias de base. Em comum, as reclamações têm como referência o São Paulo e seu gerente de futebol de base, José Geraldo de Oliveira. Em contato com o Terra, coordenadores dos três clubes confirmaram a atitude da direção são-paulina, que fere pacto firmado na própria CBF.
No último ano, reunião entre dirigentes da base de todos as equipes das Séries A e B do Campeonato Brasileiro formalizou um protocolo de conduta que vetava qualquer tipo de negociação de jogadores jovens sem a anuência do clube formador. Para manter o pacto, ferido pelo São Paulo, foi criada uma lista de e-mails para que os coordenadores mantivessem contato. Foi justamente a partir dela que surgiram as acusações.
“O coordenador do São Paulo tem essa postura há anos. É conhecido no nosso meio. Ele é sacana. Esteve em Votorantim (onde é jogada a Copa do Brasil Sub-15). Ele só vai ver campeonatos onde dá o bote. O cardume está todo ali à disposição e ele vai fazer a festa. Mas agora a associação dos clubes dá total apoio e vamos até o fim”, disse Francisco Kiko Marques, diretor da base da Ponte Preta. O clube acusa aliciamento de três jogadores de sua equipe Sub-15. Presidente da Ponte, Márcio Eduardo Della Volpe encaminhou uma carta a Juvenal Juvêncio, mas não obteve resposta.
No Coritiba, as reclamações são por conta de aliciamento do atacante Gustavo Mosquito (não confundir com Thiago Mosquito, ex-Vasco), nascido em 1997. O clube tomou conhecimento de uma oferta de R$ 300 mil em luvas para que Gustavo não assinasse o contato profissional e trocasse o Paraná por São Paulo. “Fizeram contato direto com a família, ofereceram dinheiro e mandaram passagens. Em nenhum momento comunicaram o Coritiba. E como o empresário e o menino não concordaram, o São Paulo até buscou um terceiro parceiro (outro agente)”, explicou um diretor da equipe paranaense.
O caso mais emblemático envolve o Vasco e o lateral direito Foguete, campeão sul-americano Sub-15 em 2011 com a Seleção. Ele foi à Justiça e conseguiu rescindir o contrato profissional que havia firmado. Em Cotia, jogadores dos juvenis do São Paulo já foram informados da eminente chegada do reforço. “Não posso falar enquanto estiver totalmente claro, mas sabemos que há outros problemas com o São Paulo. Está com nosso departamento jurídico”, confirmou Mauro Galvão, diretor da base vascaína.
A atitude de José Geraldo de Oliveira também causou revolta em profissionais da base da CBF. “É uma vergonha o que ele está fazendo. Temos um trabalho sério para tentar moralizar o mercado. O caso do Foguete parece até vingança do Geraldo sobre o Renê Simões”, disse um funcionário que não quis se identificar. Desavenças com o gerente da base são-paulina teriam selado a demissão de Renê, que deixou a base do São Paulo e acertou com o Vasco, em que é diretor executivo.
Durante tarde e noite da última quarta-feira, o Terra tentou contato por telefone com José Geraldo de Oliveira, mas ele alegou que estava em uma estrada e não poderia atender. A demanda foi repassada à assessoria de imprensa do clube, que prometeu um pronunciamento oficial ainda nesta quinta.
Fonte: Terra