A pressão dos investidores aumenta a cada dia para que o Vasco negocie Dedé. Nesta quarta-feira, uma reunião entre dirigentes cruzmaltinos, representantes do Corinthians e empresários pode encaminhar a saída do zagueiro de São Januário. O Santos também assedia o jogador e corre por fora na tentativa de contratá-lo. Por sua vez, Cristiano Koehler, diretor geral do clube carioca, assegurou em entrevista ao UOL Esporte a permanência do ídolo da torcida na Colina histórica até o meio de 2013.
“Estou otimista. O Dedé fica no Vasco pelo menos até o meio do ano. Ele é uma das lideranças do grupo e importante na recuperação técnica e institucional que o clube está promovendo. Isso é uma decisão técnica e financeira. Esperamos um retorno maior e vamos buscá-lo adequadamente”, afirmou.
Cristiano Koehler foi responsável pela construção da Arena do Grêmio e retornou ao Rio de Janeiro no final do ano passado para promover a reestruturação financeira do Gigante da Colina. Uma das principais pontas do processo envolvendo Dedé, o diretor geral considera baixo o valor de sete milhões de euros (pouco mais de R$ 19 milhões) para sacramentar a transferência no momento.
“Todo mundo quer fazer o melhor negócio possível em caso de uma transferência. Mas precisa existir um equilíbrio. Chegar a um denominador comum com todas as partes envolvidas. Jogador, investidores, Vasco... E esse denominador não é sete milhões de euros. Por esse valor não tem negócio”, comentou.
O executivo deixou claro que ainda não recebeu um documento oficial com a proposta, mas disse ter tomado conhecimento pela imprensa de que o Corinthians chegou ao acordo com um grupo de investidores para que a cláusula contratual seja exercida. Nela, caso apareça uma proposta no valor mínimo de sete milhões de euros, o Vasco é "obrigado" a negociar Dedé. Antes, porém, o clube tem a prioridade para adquirir as partes que pertencem aos grupos detentores dos direitos econômicos e impedir a transferência do jogador. O problema é que os interessados podem subir o oferecimento para algo em torno dos 10 milhões de euros (pouco mais de R$ 27 milhões).
Os direitos econômicos do zagueiro são divididos entre Vasco (45%), Liga Participações & Intermediações (45%) e Villa Rio (10%). Para que Dedé siga na Colina histórica em caso de proposta, o Cruzmaltino teria que comprar os 55% que não o pertencem por 3, 850 milhões de euros (pouco mais de R$ 10 milhões), valor considerável inviável em meio ao processo de reestruturação financeira.
“Se esse valor realmente aparecer na proposta, o Vasco tem a preferência de adquirir a parte dos investidores. Neste caso, a ideia é a de buscar alternativas para que isso aconteça. Mas volto a dizer que não pensamos na saída do jogador para agora”, encerrou Koehler.
Dívida com Romário pode travar negociação
Uma questão que pode inviabilizar a negociação de Dedé envolve a dívida do Vasco com o ex-atacante Romário. Em agosto do ano passado, o atual deputado federal conseguiu na Justiça a penhora dos direitos econômicos de quatro jogadores da equipe cruzmaltina: Dedé, Fellipe Bastos, Eder Luis e Nilton. A partir disso, a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) pode não considerar legal uma transferência. A mesma situação colocou em compasso de espera as tratativas em torno da contratação do volante Fellipe Bastos por parte do Internacional.
Nos corredores de São Januário, o disse me disse gera um mistura de pessimismo e ansiedade quanto ao zagueiro Dedé. Os dirigentes têm evitado comentar o assunto. O capitão do Vasco confidenciou aos companheiros que não pretende sair do país antes da Copa do Mundo de 2014, mas já considera a possibilidade de uma transferência interna. A disputa está mais do que aberta. Enquanto o Vasco busca segurar o seu principal ídolo na atualidade, Corinthians e Santos aguardam o resultado das conversas desta quarta-feira e possíveis desdobramentos nos próximos dias.
Fonte: UOL