Após três anos afastado da seleção brasileira de futebol de areia, onde conquistou o tricampeonato mundial (2009/08/07), Bueno voltou em grande estilo. Como capitão, usou a forte marcação como principal arma e foi um dos líderes da conquista do nono título da Copa América, em Santos. Decisivo, jogou com raça e determinação, aparecendo nos momentos mais delicados. No maior clássico dos gramados e das areias, diante da Argentina, pela semifinal, marcou o seu 50° gol quando o time canarinho corria perigo de sofrer um empate, o que levaria à prorrogação. Carimbou a vitória por 3 a 1 e o passaporte para a decisão contra o México. Na briga pelo ouro, o defensor anulou os rivais e impediu uma possível reação na derrota por 4 a 2. O bom desempenho rendeu a ele mais um troféu, o de melhor jogador.
- Estou muito feliz por ter voltado e, acima de tudo, tendo ajudado os meus companheiros. Eu valorizo o trabalho coletivo, a marcação firme e a defesa. Um momento que me marcou no caminho rumo ao título foi o meu gol na semifinal, que me fez lembrar de um bom momento da seleção, em Dubai - contou Bueno, destaque do Vasco da Gama.
A última vez que o defensor vestiu a amarelinha foi na decisão da Copa do Mundo de 2009, em Dubai, quando marcou o último tento na vitória por 10 a 5 sobre a Suíça. Um ano depois após a glória, viveu uma das fases mais difíceis de sua vida. Uma lesão no joelho direito colocou o seu futuro na areia em dúvida. Depois de um trabalho incansável de cerca de um ano e meio, pôde voltar a treinar a na praia, seu habitat natural.
- Sofri a lesão perto da Copa de 2011, na Itália, e precisei acompanhar meus companheiros pela televisão. Não conseguía fazer nada e achei que nem pudesse voltar. Graças ao apoio da minha família, pude suportar tudo isso. E também não posso deixar de falar do trabalho do meu fisioterapeuta, Paulo Alexandre, ele ia na minha casa, me ajudava em tudo, não poderia ter me recupardo sem ele. Voltei a treinar na praia e recuperar a minha vaga no Brasil. Passei um período me tratando no Botafogo, o que contribuiu para acelerar o processo.
Criado na comunidade carioca da Ladeira dos Tabajaras, em Copacabana, o defensor começou a carreira no futebol de 11, aos 15 anos, atuando pelo E.C. Juventus. Fundado em 1933, o clube é considerado por muitos o Flamengo das praias, devido ao grande número de fãs - por 21 anos, se chamou Flamenguinho e ganhou em 1954 o nome que leva até hoje. Um dos maiores ídolos da história do Rubro-Negro e "pai" do futebol de areia, o Maestro Júnior, cresceu defendendo o azul e branco na praia.
- Tudo começou no time do nosso Maestro Júnior. Um pessoal me viu jogando no Juventus e me chamou para treinar na seleção. Passei a fazer parte da escolinha do Júnior Negão.
Foi através do Juventus que Bueno despertou a atenção de olheiros da seleção brasileira de futebol de areia. De lá para cá, escreveu uma história recheada de títulos, dentre eles, o ouro no Sul-Americano (2008) e o tricampeonato no Mundialito (2010/07/06).
Atualmente, além de ter se tornado um dos homens de confiança do técnico da equipe canarinho, Bueno ainda comanda uma escolinha da modalidade na Ladeira dos Tabajaras.