É como se a camisa amarela da seleção brasileira de beach soccer já tivesse se tornado sua segunda pele. Afinal, 19 anos não são 19 dias, e o atacante Jorginho vem tendo desde 1994 o privilégio de defender a equipe, já tendo colecionado nove títulos de Mundial (organizado pela antiga Beach Soccer Worldwide, a BSWW) e quatro Copas do Mundo promovidas pela Fifa, de 2006 a 2009, entre outras taças. Agora, Jorginho e a seleção vêm treinando sob a orientação do ex-craque Júnior Negão, que fez parte da equipe nacional entre 1993 e 2008.
Desta sexta-feira até domingo, a seleção estará em Santos, para buscar o nono título da Copa América, de 18 a 20 deste mês, com Argentina, México e EUA. O Brasil estreia nesta sexta-feira, às 16h30, diante dos Estados Unidos. Antes, Argentina e México se enfrentam na preliminar, às 15h. Na próxima semana, ainda em Santos, o Brasil vai jogar a Copa das Nações, de 25 a 27, com Itália, Suíça e o melhor estrangeiro da Copa América. De 2 a 4 de fevereiro, o Brasil vai disputar a segunda Copa Ciudad de Encarnación, no Paraguai, e de 10 a 17 de fevereiro, em San Luiz, Argentina, vai disputar as eliminatórias para a Copa do Mundo Fifa, na mesma chave de Venezuela, Equador e Uruguai. No outro grupo, estarão Argentina, Paraguai, Colômbia, Chile e Peru. Os três primeiros vão à Copa do Mundo, de 18 a 28 de setembro, no Tahiti, e o campeão disputará antes o Torneio de Dubai, em maio.
Quando Júnior, Edinho, Zico, Paulo Sérgio, Benjamin, Nenê e o próprio Negão eram os destaques da seleção, Jorginho era um dos novatos que entravam durante as partidas. Hoje, é um dos astros.
- Sou o jogador mais antigo do grupo e estou na equipe desde a segunda competição da história do beach soccer. Sou da geração de Edinho, Júnior, Zico... - lembrou Jorginho.
Embora os brasileiros tenham ganho as Copas do Mundo da Fifa de 2006 a 2009, a atual campeã do mundo, que bateu o Brasil na final em 2011, é a Rússia. Treinando no Leme, a seleção brasileira quer primeiro se classificar para a Copa, para depois tentar a revanche contra a equipe russa. Perguntado sobre como o Brasil pode ter perdido para um país conhecido mundialmente por suas baixas temperaturas, e que, pelo menos a princípio não é citado por suas praias, Jorginho explicou:
- A Rússia tem uma estrutura de dar inveja. Nós no Brasil temos material humano, mas não temos estrutura. Eles têm campos cobertos, médico, preparadores físicos, salários em dia.
No Rio, Jorginho é jogador do Vasco, pelo qual já foi campeão mundial e bi da Copa do Brasil, entre outros títulos. Mas, como o beach soccer é semi-profissional no país, ele disputa, entre maio e agosto, o Campeonato Russo pelo Krystall de São Petersburgo, em companhia de outros brasileiros.
- O Krystal tem uma estrutura fenomenal, um aspecto financeiro bem superior ao beach soccer do Brasil. No Vasco e nos demais times brasileiros, temos problemas financeiros, e então, o forte é a temporada europeia, de maio a agosto. Os jogadores brasileiros vão para a Europa, e é assim que nos mantemos. Mas esperamos que, se nossa seleção voltar ao topo do mundo, a estrutura interna do Brasil melhore - enfatizou. - Sou um privilegiado, porque vivo só do beach soccer, tenho patrocinadores e já penso em criar minha escolinha.
O técnico Júnior Negão anunciou os 12 que vão disputar a Copa América: goleiros - Mão (Corinthians) e Leandro Fanta (Botafogo); defensores - Bruno Xavier (Vasco), Fernando DDI (Sport Recife), Bueno (Vasco), Daniel Nogueira (Flamengo) e Buru (Corinthians); atacantes - Datinha (Sampaio Correa), André (Corinthians), Anderson Wesley (Corinthians de Santo André), Benjamin (Flamengo) e Jorginho (Vasco). O Sportv transmite ao vivo.