Carlos Alberto, hoje, prefere escolher um pouco mais as palavras. Tenta fugir de polêmica. Continua com a personalidade forte, brigando pelo que acha correto. Mas adota uma postura mais política e um tom, como ele mesmo classifica, mais elegante ao falar.
Tal postura passou a ser adotada com o tempo. Hoje, aos 28 anos, Carlos Alberto já não é mais um garoto que pode continuar errando sem pensar nas consequências. Mas deixa as falhas no passado e olha para frente. Afinal, também não é nenhum veterano. Tem sonhos, objetivos. Quais? Prefere guardar em segredo. Mas quer realizar alguns no próprio Vasco. Por isso, diz que pretende estender seu contrato, que termina em agosto.
Em entrevista ao LANCE!Net, o meia fala do novo momento que vive. Novo, mas já conhecido. Após dois anos sofrendo com lesões e polêmicas, ele volta a ser referência no Vasco. Inicia 2013 como 2009. Quando o time mais precisa dele, abraça a causa.
Como você entra na temporada?
Entro focado e tranquilo. Tenho conseguido participar de todos os treinos, isso é muito importante. Estou com 28 anos. Não sou nenhum veterano, mas também não sou garoto. Espero superar essas situações que vivi para entrar em 2013 com o pé direito.
E tem tomado cuidados para não sofrer com as lesões que tanto o tiraram de campo?
Isso aconteceu mais no ano retrasado. Ano passado, joguei bastante. Hoje, com essa questão da ciência, da medicina no esporte, o cuidado com o corpo aumentou mais. Quando era mais novo, não me preocupava, pois estava no auge da forma física. Agora, não dá para sair do treino e ficar em pé jogando sinuca, totó. Preciso de um descanso. Isso já faz ver que o corpo não é mais o mesmo.
Apesar de tudo que você já conquistou, pensava-se que, aos 28 anos, Carlos Alberto talvez já teria uma representatividade maior no futebol, com Seleção...
Nem tudo é como a gente gostaria que fosse. Em alguns momentos, algumas situações, eu poderia ter evitado. De outras, não me arrependo. Mas, mesmo com tudo isso, me sinto feliz e realizado pelas coisas que conquistei, pela idade que tenho e pelo que ainda posso conquistar... Não vou falar dos sonhos que tenho nem do que me atrapalhou. Mas ainda tenho condição de conquistar muita coisa.
Você ainda tem personalidade forte, mas, hoje, aprendeu a evitar tanta polêmica?
Sempre tive isso, de buscar as coisas, de só aceitar quando era realmente convencido de que era o certo para mim. Se eu não achasse, queria errar pelas minhas mãos. Mas o tempo passa e você vê que não é dessa forma. Continuo do mesmo jeito, mas digamos que estou mais elegante ao falar, na forma de me posicionar. Aprendi que para emitir opinião, não preciso brigar. Posso falar a mesma coisa de forma mais tranquila que vão entender da mesma forma.
Seu contrato está acabando. Pretende renová-lo?
Gostaria de ficar aqui, só que isso não depende só de mim. Depende do clube, de sentar e fazer uma nova proposta dentro do que acha interessante, da nova filosofia deles. Sou da cidade, minha família está aqui. Não que eu queira conforto, mas quero por estar em um time de marca forte, pois sei que daqui a pouco as coisas vão mudar aqui. Quero buscar novos títulos.
René Simões falou certa vez que diminuiria seu salário para você continuar em São Januário. Isso já foi feito?
Não tem como, porque aí muda a lei. Quando acabar meu vínculo, vamos sentar e vou ter a oportunidade de discutir, se vou concordar ou não. Agora, o que está feito, está feito. Chance zero.
Com as saídas de Juninho e Felipe, você volta a ser o astro do time. Tem ideia dessa responsabilidade?
Tenho e sei como é. Mas não vou carregar nada que não seja da função. Só vou carregar a responsabilidade que a função tem. Não vou trazer peso de fora para mim. Essa responsabilidade aqui é do presidente, essa outra do René, a outra do treinador. Tudo vai ser bem dividido para não ficar pesado para ninguém. O que eu puder ajudar em campo, os mais jovens, vou fazer.
Você continua com a camisa 10. Não pensou em recuperar a 19, já que o Nilton saiu?
Até pensei e gostaria disso. Mas, quando estava jogando com a 84, um dia o Roberto perguntou porque eu não poderia usar a 10, pois foi feliz com aquela camisa, fez gols, ganhou títulos. Foi um presente dele para mim. E de presente, temos de cuidar.
Fonte: Lancenet
