Relembre a história do karatê vascaíno, invencível por quase 10 anos

No dia 01 de julho de 2009, o Karatê do Club de Regatas Vasco da Gama foi extinto, um dos esportes em que o Clube foi mais vitorioso, com revelações de atletas em âmbito nacional, permaneceu mais de 8 anos sem perder uma competição sequer, do mirim ao adulto, simplesmente foi extinta no meio de 2009 com o argumento de corte de gastos. Mas o CRVG – Em Todos os Esportes/SuperVasco não podem deixar essa história morrer, com a esperança de que um dia os esportes das artes marciais retornem ao nosso plantel de modalidades, vamos apresentar a história do Karatê dentro do nosso Clube.

O Karatê apesar de não ser um esporte olímpico, ganhou um grande investimento em meio ao Projeto Olímpico do Clube, e quem ficou a cargo de tomar a frente deste projeto, foram os Professores Luis Otávio Lacombe e Manoel Varella, conceituadíssimos na modalidade.

Uma das maiores vitórias do esporte no Clube, não foram títulos ou atletas de nome, ou sim, talvez vieram como uma troca, entenda:

Iniciou-se no Vasco, o projeto Karatê Vascaíno, que caracterizou mais uma vez em um dos conceitos mais belos do Clube, a responsabilidade social, que foi espalhada em diversos bairros do subúrbio carioca e não precisou de muito tempo para surgir os frutos desse projeto. Graças ao Vasco da Gama, atletas até então desconhecidos, ganharam fama de proporção mundial, como por exemplo, Caio Duprat, Carlos Lourenço, Vinícius Souza e Juarez Santos. Juntamente a eles vieram atletas de primeiro nível treinar no Clube, sabendo da estrutura e seriedade em que a modalidade recebia, podemos citar a heptacampeã brasileira Fernanda Monturil e também a Mariana Dantas.

Esses atletas nos davam a certeza de pódios e conquistas, era quase impossível, digamos que na época que treinaram no Vasco, foi impossível um campeonato de âmbito estadual, nacional ou sul-americano, que nossos karatecas não estivessem presentes. Nos Jogos Pan-Americanos de 2007, Juares Santos foi medalhista de ouro na categoria acima de 80 quilos, Carlos Lourenço ficou com a prata na categoria até 65 quilos e Vinicius Souza foi medalhista de bronze na categoria até 70 quilos. As medalhas foram o de menos, o Vasco além de ceder atletas medalhistas para o país, foi o Clube que mais teve atletas na Seleção Brasileira de Karatê.

Mas o grande nome e destaque da modalidade está na categoria feminina, Ciça, colecionadora de títulos e mais títulos. Foi 12 vezes campeã estadual, 10 vezes campeã brasileira, 5 vezes campeã sul-americana e tricampeã Mundial. As proezas de Ciça foram tantas, que a atleta entrou para o Guiness Book, ao se tornar a primeira latina-americana a conquistar um título de Karatê no Japão, o berço do esporte.

Os atletas e o Club de Regatas Vasco da Gama, terão de ser eternamente gratos a alguns Beneméritos e principalmente a um deles, Rui Proença, Benemérito do Vasco e dono da Casa Cruz, famosa papelaria carioca. Sem o apoio dos Comitês, por não ser um esporte olímpico, muitos atletas dependiam de alguns patrocínios para bancar viagens e hospedagem em competições nacionais e internacionais, o Sr. Rui Proença, por exemplo, sempre tentou ajuda-los como podia, tal como, pagar as passagens, ceder estrutura necessária para treinamentos e até mesmo para competições estaduais e nacionais.

Esse apoio que o Karatê recebia, só rendia bons frutos ao Clube, ao todo de 1999 à 2009, o Clube conquistou 94 títulos, do mirim ao adulto, dentre eles, o eneacampeonato (9x) carioca e do Torneio Best of The Best. Vale ressaltar que nessa conta, não estão os campeonatos individuais que atletas do Vasco conquistaram nesse período quando defendiam a Seleção Brasileira.

No dia 01 de julho de 2009, o Karatê do Club de Regatas Vasco da Gama teve suas atividades encerradas. O motivo dado pela diretoria, foi o corte de custos para modalidades que não davam lucro efetivo ao Clube, sendo que, o custo que o Clube tinha com esse e outros esportes era zero, apenas com luz e espaço.