Grande líder da defesa vascaína no último Campeonato Carioca mirim, Gabriel Norões tinha tudo para ter largado a carreira antes de chegar ao clube de São Januário, mas diferentemente de outros jovens conseguiu os obstáculos e dar prosseguimento ao sonho de se tornar jogador de futebol profissional.
Tudo começou quando nosso entrevistado passou a acompanhar a mãe no percurso entre sua residência e o local onde sua irmã praticava vôlei. A grande concentração de meninos jogando futsal nos arredores da Lagoa Rodrigo de Freitas, ponto turístico do Rio de Janeiro, chamou a atenção do atual xerife vascaíno:
- Na época eu ia buscar minha irmã no vôlei na AABB da Lagoa junto com minha mãe e via sempre os meninos jogando futsal. Foi nesse momento que comecei a me interessar pelo futebol e pedi para minha mãe me colocar em alguma escolinha - disse com exclusividade.
O primeiro clube de Gabriel foi o CFZ, onde chegou em 2008 e começou primeiramente atuando como atacante. Por conta da deficiência defensiva do time de Zico, o garoto foi deslocado pelo então treinador Márcio para a defesa e se adaptou muito bem. Apesar disso, Norões acabou sendo dispensado no ano de 2010 após a fusão entre CFZ e o Flamengo.
O episódio deixou o jogador triste, mas não o abalou. Com o apoio da família, Gabriel foi tentar a sorte no Fluminense em 2010 e acabou sendo aprovado num dos testes realizados pelo tricolor. Apesar de ter demonstrado qualidade na maioria das partidas com a camisa do time das Laranjeiras, o jovem acabou sendo dispensado no ano seguinte.
Mal sabia Norões que essa dispensa significaria o início de momentos alegres na carreira. Foi graças a saída do Tricolor que o defensor passou a treinar no Vasco, clube que defende desde 2011. No Gigante da Colina, Gabriel conquistou o respeito de Oliveira, antigo treinador do mirim, e de Adriano Barreto, atual técnico da categoria:
- O Gabriel é muito bom nas bolas altas defensivas. É o mais alto do grupo, pelo menos entre os titulares. Durante o Carioca, ele ficou sempre atento e conseguiu quebrar a maioria das jogadas ensaiadas dos adversários. Teve aproveitamento muito bom nas bolas aéreas durante a competição. Com bola rasteira sempre se posiciona bem e sempre busca encurtar os espaços. Consegue desarmar os adversário com facilidade e também sabe sair jogando, o que facilita a saída do time para os contra-ataques. É calmo, calmo até demais. Ele nunca se desespera e pouco erra. Posso dizer que é uma das lideranças do grupo - afirmou Adriano Barreto com exclusividade.
Bate-Bola com Gabriel Norões, zagueiro da geração 99.
Conta um pouco sobre sua trajetória no futebol. Quando você chegou ao Vasco? Quais as maiores dificuldades que você enfrentou? Quem sempre te apoiou?
“Comecei jogando na escolinha do Tijuca Tênis Clube. Na época eu ia buscar minha irmã no vôlei na AABB da Lagoa junto com minha mãe e via sempre os meninos jogando futsal. Foi nesse momento que comecei a me interessar pelo futebol e pedi para minha mãe me colocar em alguma escolinha. Passei no teste do Tijuca Tênias Clube e joguei lá na categoria fraldinha durante dois anos. Foi quando me chamaram para jogar campo no CFZ em 2008. Lá comecei como atacante, mas passei por uma mudança radical por pedido do treinador Marcio, que me trocou de posição e me colocou para suprir uma deficiência na parte defensiva. Joguei durante um ano como zagueiro titular, mas fui dispensado na fusão CFZ/Flamengo. Em 2010, participei de testes no Fluminense, e na primeira semana fui aprovado. Joguei muito bem em todos os campeonatos que participei, mas fui dispensado no ano seguinte. Apesar disso, não desisti do meu sonho e em 2011 meu pai pediu a minha mãe que me levasse ao Vasco. Lá comecei treinando com o grupo 98, pois o 99 estava em Portugal. Quando eles voltaram eu fui avaliado junto com o grupo e passei. Graças a Deus estou até hoje atuando pelo Vasco da Gama. Minha maior dificuldade foi a de conquistar uma vaga num grupo tão forte e que já vinha formado há anos. Além disso, tinha que sair da escola correndo para dar tempo de antes de ir para os treinos. Minha família sempre me apoiou bastante. Meus familiares não deixaram que eu desistisse do meu sonho. Meus treinadores Adriano e Oliveira também me apoiaram e confiaram muito em mim”.
Como tem sido sua trajetória no Vasco até agora? Quais títulos você conquistou?
“Minha trajetória tem sido muito boa graças a Deus. Com meus companheiros de equipe conquistei o vice-campeonato da Copa Cidade Verde no Rio Grande do Sul , fui campeão da Copa Fairplay em 2011, da ESCUP em 2012 e do Campeonato Carioca em 2012”.
Você sempre atuou nessa posição de zagueiro? Quem foi o treinador responsável por ter colocar nessa posição?
“Não. Comecei de atacante no CFZ. O responsável por minha mudança foi o treinador Marcio”.
Quais são suas características, como você gosta de jogar?
“Sou tranquilo. Gosto de jogar no estilo zagueiro clássico, colocando a bola no chão e dando passes para meus companheiros lá na frente. Evito dar chutão”.
Como você avalia sua última temporada?
“Uma temporada muito boa, com muitas alegrias e onde tive a oportunidade de demonstrar um pouco mais do meu trabalho. Consegui também,me firmar na posição e conquistar títulos”.
O que você espera da próxima temporada na categoria infantil?
“Que seja tão boa quanto a temporada passada e que eu consiga conquistar meu espaço na nova categoria”.
O que você espera da próxima competição?
“Espero já estar atuando como titular e junto com a minha equipe conquistar o título”.
O que representa o Vasco para você?
“Tudo. É onde tenho passado maior parte do meu tempo e onde pretendo me formar como profissional”.
Que mensagem você deixaria para a torcida vascaína?
“Acreditem e confiem em mim. Junto aos companheiros da geração 99 farei de tudo para dar muitas alegrias daqui para frente”.
Com informações do Programa "Só dá Base/Só Dá Vasco".
Fonte: Blog do Carlos Gregorio Jr - Supervasco