No começo da semana, Henry deixou a cinzenta Londres em busca do clima tropical do Brasil. Ao desembarcar no Rio de Janeiro, foi surpreendido por um tempo semelhante ao da capital inglesa, mas não perdeu o ânimo para um pequeno mergulho na cultura carioca. De férias, o atacante do New York Red Bulls mostrou, novamente, forte ligação com o país, embora descarte a possibilidade de jogar por algum clube.
Em 2007, recebeu e vestiu uma camisa do Vasco. Um ano antes, havia sido o carrasco da Seleção verde-amarela na Copa do Mundo. Na sexta-feira, em visita a uma loja de material esportivo Puma, além de “namorar” o uniforme oficial do Botafogo, o francês falou sobre Neymar e a chegada de grandes craques da Europa.
LANCE: Muitos jogadores consagrados na Europa retornaram ou resolveram tentar a sorte no Brasil nos últimos dois anos. Como um jogador que passou muito tempo no futebol do Velho Continente, de que forma você observa este fenômeno?
HENRY: Não cabe a mim avaliar os fatores econômicos, porém, depois de ver o anúncio da chegada de Alexandre Pato ao Corinthians, me parece que existe uma grande vontade de retornar ao lar. E como o momento é favorável, os jogadores não pensam duas vezes. Os estrangeiros que chegam têm alguma relação com o país. O Seedorf, por exemplo, tem uma esposa brasileira. De qualquer forma, este movimento é ótimo para a liga brasileira, que fica mais competitiva e desperta mais atenção.
L: Você enfrentaria este desafio de jogar no Brasil?
H: Agora não dá mais. Talvez, pudesse jogar aqui se fosse mais novo. Por que não? Quando o jogador está na auge e na Europa,
não passa pela cabeça atuar em outro continente. Mas seria uma possibilidade interessante.
L: Você trabalhou com Guardiola durante duas temporadas. Se ele fosse escolhido pela CBF para assumir a vaga de Mano Menezes, o que ele poderia trazer de novo para a Seleção Brasileira?
H: Não posso cravar como ele trabalharia porque são situações diferentes. Mas, além de um grande treinador, no Barcelona, cobrou muita disciplina e criou um modelo para ser referência.
L: A Seleção Brasileira de hoje é mais fraca do que aquela que você enfrentou em 2006, pela Copa do Mundo? As críticas são exageradas?
H: Vocês (brasileiros) não podem reclamar. Vocês ainda têm o talento, a técnica e uma boa oferta de jogadores. É só ver o exemplo do Neymar. Claro que hoje a Espanha pratica o melhor futebol, mas o privilégio de sediar o próximo Mundial é de vocês e isso pode motivar a retomar o posto de melhor do mundo.
L: Neymar tem futebol para estar entre os três melhores do mundo no futuro?
H: Acompanho os jogos do Santos e sei que Neymar está pronto para jogar na Europa, onde será comparado a Messi e Cristiano Ronaldo. Ele reúne atributos para chegar lá. Hoje, a liga brasileira chega à Inglaterra e à França. Ele também tem grande parcela de responsabilidade pelo interesse europeu no futebol brasileiro.
L: Ainda torce pelo Vasco?
H: (Risos). O Vasco me chamou a atenção porque tinha Romário. Sou grande fã do futebol brasileiro em geral...
Fonte: Lancenet