O Vasco já tem data para a votação definitiva no Conselho Deliberativo sobre as contas de 2011. No dia 4 de fevereiro, os conselheiros poderão aprovar ou reprovar os ajustes realizados no balanço financeiro após ressalvas do Conselho Fiscal, que rejeitou por unanimidade as contas no ano passado. Nesta quinta-feira, os membros do Fiscal começam a analisar os documentos entregues pela administração Roberto Dinamite. Caso novos erros sejam encontrados, os mesmos serão comunicados aos membros do conselho na data da votação.
O ideal seria que as contas tivessem sido apreciadas antes do encerramento de 2012. Porém, a diretoria atrasou as correções nos documentos e só os entregou ao Conselho Fiscal no dia 28 de dezembro. Vale lembrar que no último 23 de outubro, a administração foi apoiada por Eurico Miranda e teve concedido o pedido para acertar o balanço em 60 dias.
O principal impasse estava relacionado aos contratos com a empresa responsável pelo plano de sócios e a fornecedora de material esportivo. Segundo análise do Conselho Fiscal, os acordos foram lesivos aos cofres do clube. Após conversa entre Roberto Monteiro, presidente em exercício do Conselho Deliberativo, e Hélio Donin, presidente do Conselho Fiscal, foi escolhida a data para definição do caso. Mesmo estourando alguns prazos, os envolvidos descartam qualquer possibilidade de punição administrativa ao mandatário Roberto Dinamite.
“O Conselho Fiscal vai se reunir hoje [quinta-feira] para verificar os documentos enviados. Não vamos concluir o trabalho no mesmo dia, mas adiantar bastante coisa. Teoricamente, partimos do princípio que o balanço esteja correto desta vez. Se a diretoria mandou, então tem a certeza do que fez. Caso novos erros sejam encontrados, vou colocar em um relatório que será apresentado aos conselheiros na votação. Mesmo assim, eles podem dar o aval e aprovar as contas. Aí é da cabeça de cada um. Estamos fazendo apenas o melhor para o Vasco”, explicou Hélio Donin.
Entenda a polêmica das contas no Vasco
No mês de abril, o UOL Esporte publicou as investigações do Conselho Fiscal que deram origem ao processo de reprovação das contas do ano passado. Os conselheiros detectaram falhas no programa de sócios “O Vasco é meu” e evidências de prejuízos financeiros. As principais queixas estavam ligadas ao fato de o clube não ter acesso à conta corrente do programa e extratos mensais.
Além disso, a empresa responsável pelo funcionamento retém porcentagem excedente pela prestação do serviço. Embora os valores sejam mantidos em sigilo, a reportagem apurou na época que o Vasco repassava algo em torno de 23% do captado mensalmente, mais do que os 15% acordados em contrato. A diretoria se defendeu e alegou que a arrecadação mensal com o programa de sócios era de R$ 330 mil.
No entanto, as contas apontaram que o montante não superava R$ 220 mil. O prejuízo passa de R$ 1,3 milhão por ano. Além disso, a Penalty, fornecedora de material esportivo, repassa apenas R$ 75 mil por mês em royalties de acordo com o último levantamento realizado pelo Conselho Fiscal.
Fonte: UOL