A torcida tentou, pessoas ligadas à diretoria também, mas René Simões bateu o pé e parece cada vez mais resoluto de encerrar a história de Felipe como jogador do Vasco. Sob o discurso da disciplina, o diretor executivo quer garantir a firmeza como marca registrada de sua gestão e teve de convencer até mesmo o presidente Roberto Dinamite, entusiasta do camisa 6, nas primeiras horas de sua decisão, ratificada com a resposta à carta enviada por um grupo de cruz-maltinos.
A pessoas próximas, René deixa claro que perderia a credibilidade e teria dificuldades para continuar seu recente trabalho caso o meia volte às atividades normais com o elenco. É um dos que repete que a viagem do Maestro ao Qatar serviu mais para lazer e tentar retornar ao futebol local do que convencer alguma empresa a patrocinar o time cruz-maltino em 2013. Assim, já mandou o recado que ele poderia estender as férias até o próximo dia 10, por estar fora dos planos, comprometendo consequentemente a preparação. O lateral Jonas e, talvez, o zagueiro Rodolfo devem passar pela mesma situação. Tudo a ser confirmado na reapresentação em São Januário, às 15h30m desta quinta-feira.
Felipe, porém, vem comentando a interlocutores que se acertou com Dinamite e pode pintar no clube, causando um cenário curioso. Não é de hoje que o Maestro, de 35 anos, ignora certas recomendações. Além de ter sido afastado em fevereiro de 2011, com Carlos Alberto, foi multado por ter jogado futevôlei na praia quando estava vetado para uma partida do Brasileirão e foi de moto a vários treinos, mesmo criticado pelo risco de se acidentar. Esta sequência foi destacada, indiretamente, pelo diretor, atingido pelo craque na entrevista que causou o mal-estar.
No futebol há mais de 30 anos, seja como preparador físico, treinador ou executivo, René conhece o mal que uma exposição negativa numa queda de braço como essa pode lhe trazer e admite que "está mexendo em um vespeiro chamado Reinaldo Pitta", empresário de Felipe, que o ironiza constantemente. O principal alvo do agente, "peixe grande" no mercado, é a dívida do Vasco. Já há uma movimentação para evitar prejuízos. O camisa 6 tem a receber aproximadamente R$ 4,5 milhões até dezembro, data do fim de seu contrato, mais salários e direitos de imagem atrasados, que passam de R$ 2 milhões.
Um empréstimo está sendo costurado, mas a diretoria não gosta da ideia de reforçar um rival e quer uma compensação em troca, provavelmente um jogador que não seja caro. O setor de meio de campo está desfalcado com a saída dele e a de Juninho. Bernardo, Carlos Alberto, Dakson e quatro garotos o compõem. Pedro Ken, do Cruzeiro, ainda deve acert
Fonte: GloboEsporte.com