Jhon Cley: 'Só penso em entrar em campo para fazer de todo jogo uma guerra'

Quinta-feira, 03/01/2013 - 10:54
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Para Cristóvão Borges e Gaúcho, o maior nome da nova geração do Vasco é Jhon Cley. Menos badalado que Marlone e companhia desde que foi promovido das categorias de base, o garoto de Brasília ainda não conseguiu emplacar uma sequência e mostrar para os torcedores o futebol que encantou a comissão técnica do profissional na última Copa São Paulo de Futebol Júnior. Mas espera, com paciência, brilhar na temporada que começa nesta quinta-feira, com a reapresentação do elenco.

Antes de entrar no caminho do sucesso, porém, Jhon Cley por pouco não abandonou a bola e retornou para a capital federal. Tímido e apegado à família, teve dificuldades de se adaptar à vida em São Paulo e depois no Rio, ainda adolescente. Foi convencido pelo pai, seu Francos Cley, a permanecer e hoje começa a colher os frutos do esforço que fez.

- Senti uma mudança muito grande e fiquei abatido, passei um bom tempo assim. Quase desisti. Tive o apoio do meu pai e da minha família toda, e eles falavam para lutar. Agora isso é o de menos, já passou, tiro de letra. Sou um homem, vou fazer 19 anos, o importante é saber que está tudo bem com eles. Só penso em entrar em campo para fazer de todo jogo uma guerra e mudar esse momento do Vasco - avisou Jhon Cley, que estreou como titular em momento delicado: na derrota por 4 a 0 para o Bahia, em São Januário.

O nome inusitado é uma mistura de homenagem ao músico inglês John Lennon com o sobrenome da família, semelhante ao do ex-campeão mundial de boxe, Cassius Clay, que depois mudou para Mohammed Ali, por ter se convertido ao islamismo

A infância também não foi fácil. O camisa 29 teve de superar a falta de dinheiro para a passagem muitas vezes para ir treinar, mas se agarrou ao sonho e passou de peneira em peneira até ser descoberto pelo Olé Brasil, de Ribeirão Preto-SP.

- Quando acontece fácil, é chato. Tive que me esforçar muito para conseguir meus objetivos. Aprendi que na vida é a gente que deve fazer ficar fácil - acredita.

O bom passe e o drible fácil o tornaram a aposta para o futuro, ainda que precise ser lapidado. No clube, há um cuidado cada vez maior para evitar a exposição dos jovens, que, ano a ano, tem fracassado antes de ser reconhecido com carinho pelo público. Tratado como exemplo do assunto, o mau aproveitamento de Alex Teixeira é um dos mais emblemáticos recentemente. Jhon jamais concedeu uma entrevista coletiva em São Januário.

- Tudo é uma questão de tempo e da vontade da Deus. Se for para ir para o banco, tudo bem. Não preciso ter pressa, as coisas acontecem naturalmente para quem trabalha. Todos temos confiança de que quem subiu da base vai dar conta do recado - ressaltou.

Segundo ele, o segredo do futebol de hoje em dia é dar mais dinâmica ao jogo.

- Gosto de jogar armando do lado esquerdo do campo. Meu passe é o que mais me agrada. Sempre tento não segurar muito a bola, mas não por medo. É que quanto menos ficar com ela no pé, mais ritmo o jogo vai ter. O companheiro vem, fica desmarcado, você toca e recebe. Só segurar, mesmo, quando está no mano a mano - ensinou

Para a felicidade ficar completa, o meia se prepara para alugar seu apartamento, sair da concentração do Vasco e receber os pais no Rio de Janeiro para uma mudança definitiva. A partir daí, só vão faltar o primeiro gol e o primeiro título com a camisa cruz-maltina.

Fonte: GloboEsporte.com