Roberto Monteiro critica e Nelson de Almeida defende orçamento 2013, que só destina R$ 288 à assistência médida para a base

Domingo, 30/12/2012 - 08:10

A grave crise financeira pela qual passa o Vasco exigia um cuidado minucioso da diretoria para elaborar a proposta de orçamento para 2013, aprovado na quinta-feira. Era o primeiro passo para a reestruturação econômica. A negativa de parecer do Conselho Fiscal e a falta de cuidado da comissão, porém, mostram o contrário. E os motivos que levaram o conselho a “lavar as mãos” para o exercício de 2013 são graves e apontam um caminho nebuloso para o clube.

O LANCE! teve acesso ao documento encaminhado aos 300 conselheiros do Conselho Deliberativo, assinado pelo presidente do CF, Hélio Donin. Nele, Donin explica que o atraso na entrega da proposta – descumprindo o prazo estatutário – para análise impediu que houvesse tempo hábil para o parecer. Outro aspecto prejudicial foi a não entrega dos balancetes contábeis de 2012, fundamentais para ter parâmetro e definir o planejamento adequado.

– O Conselho Fiscal não entrou no mérito pela irresponsabilidade da diretoria. Isso mostrou a desorganização, a falta de preparo. O orçamento é temerário e tem fatores que poderão prejudicar a receita – disse Roberto Monteiro, presidente em exercício do Conselho Deliberativo.

A proposta deficiente indica um déficit de R$ 41,654 milhões e uma possível compensação de R$ 41 milhões, lançados no documento para fechar o ano, insuficientes para chegar a um déficit zero. Além disso, somente R$ 288 serão destinados à assistência médica para as categorias de base, valor considerado pífio pelos opositores. Por fim, está prevista a não antecipação de receitas e empréstimos, inviável, pois o Vasco precisa pagar as despesas correntes, acertar dívidas antigas e pagar penhoras.

O déficit é de R$ 41.504.000 e a previsão de entrada é de R$ 41 milhões


Previsão de entrada de R$ 19.507.500 em janeiro e de R$ 4.499.550 em julho na venda de direitos


Clube não quer adiantar receita ou pegar empréstimos




Gastos previstos com medicamentos na base é zero



Médicos ‘zero’ na base

Apesar de todos os problemas enfrentados este ano nas categorias inferiores, o orçamento não prevê gastos com médicos na base. O caso gerou protestos entre membros da oposição, como o do ex-vice-presidente médico do clube, Pedro Valente, integrante da “Chapa Azul”, e do médico Jorge Veríssimo, integrante da “Cruzada Vascaína”. Ambos foram à tribuna condenar tal fato e lembrar a importância de se destinar uma quantia para este cuidado.

Vale ressaltar que em fevereiro deste ano, o menino Wendel Venâncio da Silva, de apenas 14 anos, morreu após um mal súbito durante um treinamento no centro de treinamento de Itaguaí.

Além disto, o clube conviveu com problemas com o Ministério Público, que qualificou as instalações usadas pelos jovens jogadores como inadequadas e chegou a interditar os locais usados.

‘Oposição está no seu papel’

Vice-presidente de finanças, Nelson de Almeida ressalta que a oposição está fazendo o seu papel em apontar falhas no documento, mas garante que foi tudo feito com transparência e que não há muito o que alterar dentro do apresentado.

O dirigente lembrou ainda que o parecer do Conselho Fiscal não é obrigatório e que o Conselho Deliberativo, composto por 300 pessoas e poder superior no clube, aprovou a proposta orçamentária.

– Esse é o papel da oposição, mas tem de ser uma oposição construtiva. O projeto é muito interessante e vai dar bons frutos ao Vasco. Não há o que apontar, tanto que o Conselho Deliberativo aprovou – disse.

Fonte: Lancenet