Revelado no Cruzeiro, o atacante Thiaguinho, de 21 anos, foi apresentado na última sexta-feira (28/12) como reforço do Vasco para a temporada de 2013. Com passagens por Goiás e Vila Nova-MG, o jovem chega a São Januário com contrato até o final do ano e querendo se firmar no futebol.
Na noite da última sexta-feira (28/12) o atleta teve seu primeiro contato com a torcida vascaína. Isso porque Thiaguinho foi entrevistado pelo programa 'Só dá Vasco' e teve a oportunidade de falar diretamente aos vascaínos.
Confira a entrevista exclusiva com Thiaguinho, novo reforço do Vascão.
Quais são as suas características de jogo?
"Eu sou um atacante mais de beirada, tenho velocidade, gosto de aplicar dribles e finalizar. Gosto de chegar próximo do gol para finalizar. Meus pontos forte mesmo são o drible e a velocidade".
Você se destacou na base do Cruzeiro e todo mundo esperava muito de você. Por qual motivo você acha que não foi aproveitado no clube mineiro?
"Eu não sei, eu não entendi até hoje e continuo sem entender o motivo. Nunca tive a oportunidade de jogar cinco minutos de um jogo. Eu não sei se faltou alguma base, se faltou algum título, porque eu devo ter ganho apenas uns 25 títulos num todo. Sem contar também que só fui eleito o melhor jogador de seis ou sete campeonatos nacionais, sendo artilheiro de algumas delas também. Eu lembro como se fosse hoje que um diretor chegou para mim e pediu para eu encerrar minha trajetória no juniores com chave de ouro antes de subir para o profissional. Aí eu fui o melhor jogador, artilheiro e campeão. Acho que fechei com chave de ouro. Não sei se precisava ter feito mais alguma coisa para subir. Enfim, a gente fica magoado por não ter tido a oportunidade de jogar. Mas agora é vida nova, vida que segue, estou num outro lugar e vou trabalhar com outras pessoas, que possuem outro pensamento. Eu tenho que agradecer muito a torcida do Cruzeiro, que sempre me pediu e sempre me apoiou. Me encontrava nos lugares e pedia. Só tenho a agradecer a torcida. Infelizmente não foi lá, mas estou em outro lugar agora e vida que segue".
Você teve alguma contusão que te atrapalhou? Você tem uma mágoa do clube mineiro?
"Eu nunca tive histórico de lesões e nunca me machuquei, graças a Deus. É claro que fica uma mágoa, até porque passei nove anos dentro do clube. Dediquei vários anos da minha vida para o clube e ganhei muitos títulos, dentre esses o Campeonato Brasileiro sub-15, Taça de Londrina, Promissão...Fui campeão de tudo isso umas duas vezes. Conquistei torneios fora também e até mesmo por isso a gente fica triste por não ter tido oportunidade. Se eu tivesse tido uma oportunidade de ter jogado, de ter sido testado e só ser emprestado se não tivesse dado certo, eu entenderia, a torcida entenderia. Mas isso não aconteceu e eu fui emprestado sem ter tido nenhuma oportunidade. Até hoje eu não sei o motivo, não entendo".
Como você avalia sua passagem pela base do Cruzeiro?
"São nove anos dentro de um clube. Foram nove anos dedicados a um clube. Sempre tive o pensamento de jogar e ganhar títulos, mas foi complicado não jogar no profissional. Foi uma experiência muito boa a que eu tive na base, não me arrependo de nada que eu fiz, eu devo muito ao Cruzeiro, mas tem algumas pessoas lá dentro que apareceram na hora errada. Mas eu tenho que agradecer muito ao Cruzeiro, que me projetou, me deu uma estrutura. Disputei muitos campeonatos, ganhei muita coisa, tive convocação para a Seleção e recebi muitos elogios. Faz parte. Hoje estou num outro lugar e só quero jogar".
Mas agora você tem a oportunidade de dar a volta por cima...
"O mundo dá voltas. Uma hora você está aqui, outra hora ali. Eu sou um jovem, estou começando e tenho um sonho de estar sempre jogando, de ter uma carreira no futebol".
Por qual motivo você não se destacou no Goiás e no Vila Nova-MG?
"Aconteceram algumas coisas que atrapalharam um pouco, algumas coisas extra-campo que atrapalharam um pouco. Eu fiquei chateado, principalmente com o que aconteceu no Goiás. No Vila Nova-MG foram poucos jogos. No Goiás aconteceram algumas coisas que me deixaram triste, algumas coisas do extra-campo e que eu não queria falar aqui. Mas agora é vida nova e vou pensar apenas no Vasco, em jogar no Vasco".
O que você sentiu quando soube do interesse do Vasco?
"Eu fiquei muito feliz. Apareceram outros clubes interessados, mas quando eu fiquei sabendo que tinha o interesse do Vasco não pensei duas vezes. É uma oportunidade única na vida de um jogador que está começando. Eu fiquei muito feliz e junto com o meu empresário e minha família aceitei a proposta. Vou me entregar de corpo e alma".
Qual recado você deixa para os vascaínos que criticaram sua contratação?
"Eu quero mandar um abraço para toda a torcida, que com certeza é a mais bonita do país. Eu quero pedir um voto de confiança. Eu vou batalhar, sou um jogador de grupo e vou brigar pelo meu espaço, respeitando sempre os meus companheiros. Mas eu quero jogar, quer mostrar...Estou entalado por não terem deixado eu jogar, eu mostrar até hoje o que posso fazer. Eu quero jogar, quero mostrar e podem ter certeza que irei jogar com muita garra".
Qual sua expectativa para 2013? Os problemas financeiros te preocupam?
"A expectativa é a melhor possível. A gente chega numa hora que escuta falar muito de problema, de problemas e de problemas. Mas não se pode pensar nos problemas que estão fora do campo. Temos que pensar somente no que acontece dentro de campo. Temos que jogar e fazer o melhor que a gente pode em pró do Vasco. Tem aí o Campeonato Carioca, o Campeonato Brasileiro e um ano inteiro para trabalhar. O que acontece fora de campo deixa para a diretoria, o supervisor e o diretor resolverem. A gente quando foi contratado foi para jogar, para trabalhar e para treinar. É isso que vou fazer. Vou com cabeça tranquila, pois estou numa cidade boa, num time bom e num clube extraordinário. Quero jogar, quero treinar e quero trabalhar".
Como é sua relação de amizade com o Bernardo?
"Meu parceirão. Jogamos juntos no Cruzeiro durante muito tempo na base e quero seguir os passos dele no Vasco. Foi um jogador que saiu como desconhecido do Cruzeiro, saiu sem oportunidade, saiu desconhecido também do Goiás e foi para o Vasco. Eu quero fazer o mesmo. Quero seguir os passos dele".
Quando você era criança em quais jogadores se inspirava? Chegou a se imaginar jogando ao lado deles?
"Isso passa na cabeça de todo o menino que gosta de futebol. Eu desde pequeno gosto do Romário, que para mim foi o melhor jogador que vi jogar. Sou muito fã do Ronaldo e do Ronaldinho Gaúcho. Eu levo esse sonho de um dia jogar ao lado deles, mas como dois deles já pararam, sobrou apenas o Ronaldinho. Mas quem sabe um dia jogou contra ou ao lado dele"
Você se inspira no Romário então?
"Claro que a gente se inspira num jogador como foi o Romário. Ele é uma inspiração para qualquer jogador de futebol. Para mim foi um dos maiores atacantes que eu vi jogar. Quem sabe um dia eu não consigo fazer o que ele fez pelo Vasco?!".
Você falou no início que passou pelas Seleções de base. Sonha em chegar na Seleção principal?
"Nossa senhora...É o meu maior objetivo chegar na Seleção Brasileira. É o top para um jogador de futebol. Já vesti a camisa da Seleção de base, mas vestir a camisa da principal é uma coisa totalmente diferente. Eu tenho um sonho, mas ele começa agora dia 03 de janeiro. Vou trabalhar, treinar e me dedicar para daqui a um ano, dois anos, não sei, isso poder acontecer".
Você tem a consciência de que se iniciar o ano bem pode roubar a vaga do Eder Luis, que é seu concorrente e vem sendo muito criticado?
"Tenho, mas ele é um ótimo jogador. Se está em baixa com a torcida, com a diretoria, não sei dizer. São excelente jogadores, mas vou brigar pelo meu espaço a cada dia. A cada treino vou buscar algo que pode ser meu, que é uma vaga de titular no time".
Então você vai disputar posição e por conta disso você terá que enfrentar o melhor zagueiro do Brasil nos treinos. Se passar pelo Dedé passa por todo mundo?
"(Risos). É verdade. É um jogador extraordinário, um jogador muito técnico e um jogador de Seleção Brasileira. Fico feliz de estar treinando junto, de estar no meio do grupo e pegar experiência com jogadores mais experientes e mais rodados, como é o caso do Dedé. É uma coisa muito boa poder trabalhar diariamente com um jogador como o Dedé".
E que história é essa de jogar de graça pelo Vasco?
"(Risos). Foi uma brincadeira que fiz no momento. É difícil essa situação, até porque nenhum jogador que jogar de graça. Por estar querendo mostrar serviço e ter uma oportunidade falei que no Vasco jogaria até de graça".
Já está pensando no confronto para o Flamengo? Já está pensando em fazer gol no Flamengo?
"Já pensei sim. Já sonhei em fazer um gol no Maracanã. Já tenho dez tipos de comemorações diferentes e não sei qual farei se fizer um gol no Flamengo, no Fluminense ou no Botafogo. Mas a minha primeira comemoração deverá ser com a torcida. Acho a torcida do Vasco muito bonita, muito apaixonada".
Seu lema é 'Ousadia e Alegria' como o cantor ou 'Trabalho sério e seriedade sempre'?
"Acho que é um pouco de cada. Tem que ter uma mescla. Um pouco de ousadia é bom, mas é importante ter consciência das responsabilidades e da força da camisa que um clube como o Vasco tem".
Então você deve curtir um pagode ou um samba. Correto?
"Eu prefiro um sertanejo pelo fato de ser goiano. Prefiro um Jorge & Matheus e um Gustavo Lima. Mas gosto de pagode também".
Como está sua expectativa para encontrar o Caldeirão de São Januário?
"Eu tenho certeza que na hora que vestir a camisa do Vasco e tiver aquela torcida gritando e fazendo uma bela festa, meu coração vai dar uma acelerada e as pernas vão dar uma tremida. Mas é o meu sonho é esse e espero viver o mais rápido possível isso. Quero dar alegrias para a torcida vascaína".
Já que você falou em torcida, deixa uma mensagem final para ela.
"Eu quero mandar uma braço para todos e falar que a partir do dia 03 de janeiro vou trabalhar firme junto com os companheiros. Quero começar no Carioca já bem com o time, que espero que engrene desde a primeira partida. Quero mandar um abraço para todos. Estou muito otimista, muito confiante e tenho certeza que vai dar tudo certo".
Entrevistadores: Carlos Gregório Junior, Matheus Alves, Eduardo Canellas, Tiago Silvestre, César Augusto Motta e Temi Buarque