A morte do garoto Wendel dentro do Centro de Treinamento de Itaguaí no início deste ano colocou em xeque todo o trabalho realizado dentro das categorias de base. Se o trabalho já vinha sendo criticado, passou a ser duramente atacado e investigado por órgãos federais, como o Ministério Público. Dentre os setores que receberam mais críticas está o departamento médico. Segundo informações veiculadas na mídia no período, as categorias da base vascaína treinavam sem a presença de nenhum médico do clube, fato que de acordo com autoridades poderia provocar novas tragédias como a de Wendel.
Reconhecendo a falha, o Gigante da Colina resolveu se concentrar na melhoraria do atendimento e para isso se aproveitou do fechamento temporário do CT de Itaguaí para viabilizara a implantação dessas melhorias. Sob o comando do Vice-presidente Médico, Dr. Moutinho, e de seu coordenador médico, Dr. Clóvis Munhoz, o clube de São Januário resolveu criar um departamento médico para o futebol amador. No entendimento dos responsáveis por esse setor, não bastaria apenas um médico ou dois para todo a base, pois a mesma possui em torno de 150 atletas federados e outros tantos em experiência.
Sendo assim, ficou definido que o departamento médico de futebol amador funcionaria com cinco profissionais. Apesar dessa definição, o cruzmaltino esbarrou em algumas dificuldades para executar o projeto. A principal delas foi a de encontrar médicos dispostos a trabalhar em Itaguaí, viajar com a equipe, cobrir os jogos dos finais de semana, ou seja, se dedicar quase que integralmente ao Vasco. Dedicação essa que poderia ou não ser recompensada pelo clube no momento certo, pois com a grave crise financeira impediria o pagamento da salário nos dias corretos.
O jeito foi recorrer a profissionais que carregam a cruz de malta no peito. Neste sentindo, foram convidados os doutores Sebastião Carlos, Eduardo Hanke, Carlos Fontes, Marcos Teixeira e Rodrigo Furtado. Ambos aceitaram o desafio e fizeram com que o cruzmaltino passasse a ter uma equipe médica para a base formada por três ortopedistas cirurgiões de joelho, um especializando em ortopedia e um médico generalista.
Tal equipe é capaz de prevenir lesões em atletas e tratar de lesões existentes, inclusive cirurgicamente. Hoje, segundo apurado pelo programa 'Só dá Base/Só dá Vasco', nenhuma categoria do Vasco treina sem médico. Os profissionais também marcam presença nos jogos de todas as categorias do base, interagindo assim com preparadores-físicos, fisioterapeutas, nutricionistas e psicólogos. Além dessa ação multidisciplinar, o Vasco possui no centro de treinamento uma pequena farmácia, um desfibrilador portátil, imobilizadores de transporte, maca, equipamentos para a realização de curativos, suturas e vários outros acessórios necessários para o aumento da qualidade do atendimento a seus atletas.
É por conta de tudo isso que o Centro de Treinamento de Itaguaí vem sendo considerado um dos mais modernos do Brasil. Além da estrutura oferecida, o local dispõe de uma estrutura médica de causar inveja a muitos clubes grandes.
Fonte: Blog do Carlos Gregório Jr - Supervasco