Nota da Oposição
Contos de Natal
Neste Natal houve vários pedidos.
Neste final de ano falta assunto na imprensa
A grande maioria dos leitores queria bastidores.
Mas sobra irresponsabilidade a alguns
Detalhes da saída de Juninho Pernambucano do Vasco.
Buscam detalhes ouvindo um lado
E fui atrás.
Correm atrás do que lhes interessa divulgar tão somente, sem grandes embasamentos
Não há como não ficar chocado com as histórias.
É chocante como agem
É mais do que compreensível as suas últimas declarações antes de seguir para os Estados Unidos.
As desculpas de Juninho para largar o Vasco em plena crise são muitas
E encerrar a carreira no New York Red Bulls.
Preferiu terminar a carreira longe do clube e da pressão num momento delicado do Vasco
Clube que nada tem a ver com ele.
O Red Bulls é tão relevante no mundo do futebol como um Al-Gharafa, que o craque preferiu em 2009, ao invés do Vasco, à época na segundona
A não ser o fato de pagar muito bem no seu ano de adeus à carreira.
Mas que vai, por certo, lhe pagar em dia
A falta de rumo, de estrutura implodiu o Vasco.
A falta de informação da situação real do Vasco por mais de três anos por parte da grande mídia ajudou na implosão do Vasco
E a paciência de Juninho Pernambucano.
E Juninho não joga de graça
Ele surgiu no Sport, foi para o Vasco como contrapeso.
Foi para o Vasco como contrapeso em 1995
O grande contratado deveria ser Leonardo.
Eurico Miranda bancou o contrapeso, abrindo mão de seu companheiro de Sport, Leonardo
Mas o jogador se impôs e foi peça fundamental na conquista da Libertadores.
Coadjuvante da dupla Luizão-Donizete, o gol monumental contra o River Plate marcou a passagem de Juninho na Libertadores 98
Misturando técnica, talento e muito personalidade, ele se impôs.
Faltou personalidade para dar o título mundial ao Vasco em 2000, mas talento e técnica jamais
Fez tanto sucesso que acabou contratado pelo Lyon.
Abandonou o Vasco, sem o clube receber nada e foi para o Lyon em 2001
Ficou oito temporadas.
Foram várias batalhas perdidas na Justiça do Trabalho
Acabou heptacampeão francês.
E teve o clube francês que indenizar o Vasco
Foi para o Al-Gharafa do Catar.
Preferiu o futebol do Catar a disputar a segundona pelo Vasco em 2009
Acabou como o melhor jogador do país.
Seria por certo o melhor jogador da Série B naquele ano
Tinha propostas bem melhores financeiramente.
Outras propostas vieram de clubes brasileiros
Do São Paulo e do Internacional.
De vários clubes
Preferiu voltar ao clube que amava.
Mas era ano de eleição em um deles
O Vasco da Gama.
E havia o temor pela volta de Eurico Miranda
Retornou com o sonho de encerrar a carreira em São Januário.
Retornou com o desejo de brilhar nos gramados, disposto também a funcionar como garoto propaganda da diretoria e viver num Vasco que sonhava, com Dinamite no poder
Conversou com Roberto Dinamite e ouviu as dificuldades econômicas do clube.
Ouviu de Roberto Dinamite a ladainha de sempre
E também soube da desconfiança de alguns conselheiros.
E começou a escutar insanidades de euricófobos
Ligados a Eurico Miranda, inimigo mortal de Juninho Pernambucano.
Acreditou que Eurico Miranda o considerava a ponto de tê-lo como inimigo
Fizeram que soubesse que não acreditava no seu potencial aos 35 anos.
Tal qual uma criança tola, ouviu cantilenas dos lunáticos que fingiam dirigir o Vasco
Irritado, ele não propôs a Roberto Dinamite.
Caiu como um bobo no conto do “mundo maravilhoso de Bob”
Avisou que atuaria de julho a dezembro pelo salário mínimo de 2011.
Chegou a aceitar um salário mínimo de salário
Receberia R$ 545,00 mensais.
Mas não abriu mão de outros ganhos por produtividade
E ‘calaria a boca’ daqueles que duvidavam dele.
Calaria a boca de seus inimigos imaginários
Assim fez.
E acreditou que o tinha feito ao final de 2011
Foi peça importante no time.
Foi peça importante no time
Sua liderança, visão de jogo, talento foram fundamentais ao time.
Sua experiência e dedicação, mais o talento ajudaram o Vasco a chegar perto do título
E aí veio 2012, Juninho conversou com Dinamite e era hora de acertar um contrato de verdade.
Iniciado 2012, o Vasco não havia pago o que prometera pela produtividade do atleta
Foi sacramentado que ele receberia R$ 50.000,00 por partida.
Mas Juninho assinou um belíssimo contrato
Jogou, ganha.
Jogou 20, 30 minutos, ganha
Não entra em campo, não ganha.
Só não ganha se não entrar em campo
Justo para quem tinha 36 anos.
Justo ou não o Vasco acordou e ainda prometia um adicional por gol marcado, conforme veiculado pela imprensa
Juninho só exigiu uma coisa da diretoria de Dinamite.
Juninho exigia que nada sobre sua nova remuneração fosse dito para o torcedor vascaíno. Apenas a receita federal saberia.
Que os valores fossem tratados como segredo de estado.
Os valores a receber deveriam ser omitidos do público
Só que não há segredo em São Januário para os defensores de Eurico Miranda.
Só que a direção do Vasco já se encontrava em total desarmonia
Só que não há segredo
Na briga interna de situacionistas por poder e prestígio os segredos de estado não existem
E eles fizeram questão de vazar a jornalistas.
E a oposição (leia-se Casaca!) soube pela mídia o que vazou internamente no clube
Sabiam o que faziam.
Não fizeram na verdade nada de mais
Juninho Pernambucano se sentiu traído, irritado, exposto.
Mas Juninho queria ser visto como símbolo de amor ao Vasco
Por que os atrasos já estavam virando rotina no clube.
Embora na condição de profissional quisesse, como todos, receber o que lhe era devido.
A maior mistura de incompetência e ingratidão da diretoria com jogadores brasileiros.
Os atrasos de salários no Vasco eram sabidos pela imprensa desde a conquista da Copa do Brasil, embora não divulgados por muitos
Com o AVC de Ricardo Gomes, os jogadores mais experientes cuidavam do time.
O AVC de Ricardo Gomes, digno representante de um Vasco com vergonha na cara, também com salários atrasados e sem medo de dizer quanto ganhava, agigantou o elenco
E davam o maior amparo possível para o técnico Cristóvão.
Dos mais jovens aos mais experientes todos deram apoio a Cristovão Borges
Se havia um elenco no Brasil que não merecia ficar sem receber era o vascaíno.
O elenco merecia o título, perdido fora das quatro linhas pelo apito dos árbitros e inépcia nos bastidores dos “dirigentes” cruzmaltinos
Foi quando o pagamento acabou sendo uma forma de provocar a cizânia no elenco.
Foi quando o não pagamento encheu o saco de parte do elenco
A discórdia era alimentado pelos indefectíveis conselheiros ligados a Eurico Miranda.
Felipe foi à imprensa falar o que ela já sabia mas não noticiava, após o vice de finanças mentir dizendo que os salários estavam em dia no início de janeiro deste ano
Eles ficavam atentos às reclamações dos líderes do time para a falta de pagamento.
A partir daí a própria mídia teve que ficar atenta a reclamações de atletas insatisfeitos e até então silentes quanto às muitas pendências do clube para com eles
Bernardo foi à Justiça
Bernardo foi à Justiça, repetindo o que fizera Juninho em 2001, sob o mesmo argumento: falta de pagamento do FGTS
O Vasco chegou a uma semana de completar três meses sem pagar os atletas.
O Vasco passou a viver na corda bamba, devendo o FGTS dos atletas há mais de um ano
Pela legislação perderia o direito aos jogadores.
Pela legislação poderia o clube perder os atletas e direitos inerentes a eles
Mas esses conselheiros espalharam que alguns atletas eram privilegiados.
A imprensa publicou que Juninho havia recebido dois meses de seu salário em abril
E recebiam, enquanto o resto, não.
Daniel Freitas, diretor de futebol, admitiu que o clube ainda devia direito de imagem a alguns jogadores
O principal deles seria Juninho.
Juninho era um dos que havia recebido
Era mentira.
Segundo a imprensa era verdade
Ele teve de provar aos companheiros que também não recebia.
Juninho não foi à imprensa desmentir a informação
Vivia bem graças à carreira vitoriosa que teve.
Mas, de fato, não precisava do dinheiro, nem mesmo do valor a ser pago pelo clube por produtividade referente ao ano de 2011
Tanto que chegou, de maneira discreta, a ajudar os mais necessitados.
Felipe, entre outros, ajudavam os necessitados, principalmente funcionários humildes que comeram o pão que o diabo amassou em 2012 no Vasco.
Só que ele não suportava mais o desgaste, as promessas de Roberto Dinamite.
Ninguém mais suportava as lorotas de Dinamite e sua trupe, sinônimos de calote e esquivas jogando a culpa no passado (devidamente encobertos por parte da mídia que escondia e esconde a verdade sobre as finanças do clube desde 2008)
Foi decepção atrás de decepção.
Ele tentou jogar a culpa no passado, fazendo o papel que satisfazia a diretoria por mais de uma vez
O Vasco estava bem demais no Brasileiro.
Os jogadores do Vasco ainda tentavam acreditar na diretoria e no seu garoto propaganda e repetiam que a culpa era do passado, mostrando confiança no caloteiro Dinamite
Tinha chance de brigar pelo título quando o dinheiro dos salários sumiu.
O dinheiro da venda de quatro atletas, entretanto, não serviu para pagar os atrasados, outros funcionários do clube, ou mesmo a água, sumindo junto a fundos aos quais o Vasco devia satisfação ou favores
A equipe tentou ainda reagir, buscar uma vaga na Libertadores.
A equipe foi perdendo o poder de reação com os atletas decepcionados com tanta mentira e falsas promessas
Juninho era o grande líder e que dizia toda semana que o dinheiro chegaria.
O discurso de Juninho, pondo culpa no passado e acreditando no caloteiro Dinamite não convencia mais ninguém
Ele não chegou, o meia acabou desmoralizado.
E ninguém mais deu bola para as falas do craque no elenco a esse respeito
E o Vasco despencou e até a vaga da Libertadores fugiu das mãos.
Daí para frente foram seis derrotas consecutivas e um final melancólico de Brasileiro
No final do ano, surgiu a proposta do Red Bulls.
No final do ano, surgiu a proposta do Red Bulls
Ele avisou Roberto Dinamite e foi conhecer o clube americano.
Juninho deu a dica que estava pensando em sair
O meia tem uma filha estudando nos Estados Unidos.
O meia tem uma filha estudando nos Estados Unidos
Gostou do que viu, mas ainda queria ficar no Vasco.
Quis ouvir uma posição do Vasco sobre seu futuro
Se reuniu com Dinamite e dirigentes.
E se reuniu com os dirigentes
Recebeu o que considerou uma proposta indecente.
Recebeu uma proposta indecente
O clube carioca oferecia o mesmo contrato R$ 50 mil por jogo.
Sem ter pago o “adicional” de produtividade e a remuneração por jogos disputados e gols marcados, devendo vale transporte aos funcionários, sem garantir a eles nem mesmo plano de saúde e com atrasos permanentes, o clube voltou a oferecer 50 mil reais por jogo disputado ao atleta.
Haveria até um patrocinador especial que se comprometia a pagar o meia.
Algum membro dos fundos misteriosos do clube poderia bancar os valores novamente acertados
O restante do time, Dinamite não teria como prometer a ele que o salário não atrasaria.
Dinamite não ousava prometer muita coisa mais, diante de tantos calotes com a sua marca
Assim como as premiações, as luvas, os bichos.
Inclusive em relação a prêmios e afins
Ou seja, só Juninho receberia em dia.
Mas Juninho poderia confiar na palavra de Dinamite que o seu estava garantido
Ele percebeu a injustiça.
Tinha a percepção que mais injustiças e calotes se avizinhavam
Capitão do time, não se prestaria a este papel.
Capitão do time, já não teria o poder de convencimento junto ao elenco que desfrutara em 2012 para falar o discurso encomendado pela diretoria a ele
A tanta falsidade.
Falsidade (da diretoria, claro) tem limite
E decidiu ir embora para os Estados Unidos.
E decidiu ir embora para os Estados Unidos
Não quis ser o único privilegiado em um ambiente tão desgovernado.
Não quis ser o único privilegiado em um ambiente tão desgovernado
Até no último instante, ele mostrou sua índole.
No último instante ele se mostrou confuso e perseguido
Alexandre Kalil e Cuca o procuraram.
Disparou contra seu inimigo imaginário Eurico Miranda
O Atlético Mineiro pagaria o mesmo que o Red Bulls.
Processou um jornalista
E ele seria o maestro do time na Libertadores de 2013.
Quis sair do Vasco como vítima
Juninho agradeceu e disse que não jogaria em outro clube brasileiro a não ser o Vasco.
Tinha medo do Vasco cair, segundo dito na imprensa, e ele Juninho manchar sua história com isso
Fidelidade que é dele, ninguém pediu.
A fidelidade tem limite
O meia é um jogador especial.
Nada especial para um profissional que deixou o clube a ver navios em 2001
Em 2006 ficou tão desgostoso com a bagunça que dominava a Seleção que avisou.
Revoltou-se com a bagunça na Seleção Brasileira em 2006
Não queria mais saber de defender o Brasil.
Depois de não ter jogado nada contra a França no jogo da eliminação em 2006 preferiu abrir mão de seleção
Deixou claro que havia muita coisa errada e que todos descobririam no futuro.
Corajoso, falou na época o que nove entre 10 brasileiros sabiam, mas parte da imprensa omitia
Ele se referia às baladas em plena Copa da Alemanha.
O descompromisso de uma série de atletas com o hexacampeonato
Ronaldo, Adriano, Roberto Carlos e Robinho lideravam o grupo que se perdia nas noitadas.
Figuras carimbadas faziam parte daquilo
Com a disputa do Mundial, o time voltava às cinco da manhã depois dos jogos.
A balbúrdia era geral
Se acabava nas danceterias alemãs.
E as festas não tinham fim
Juninho foi um dos poucos a se rebelar contra os líderes da balada.
Juninho foi contra aquele estado de coisas
Acabou deslocado, sem ambiente.
E ficou sem ambiente na seleção
Por isso desistiu da Seleção.
Desistindo dela
Fez o mesmo agora no Vasco.
Não se pode comparar alhos com bugalhos. No Vasco a situação foi completamente diferente
“O ambiente no dia a dia é sujo e não posso ser escudo para isso tudo. (…)
Juninho foi escudo das mentiras sujas da gestão Dinamite porque assim o quis, pois não precisava se prestar a isso
A situação que o Vasco vive é propícia para oportunistas.
O Vasco vive de oportunistas em sua gestão há mais de quatro anos e tudo leva a crer que assim o clube permanecerá por mais 18 meses
Como ex-dirigentes, conselheiros e até jornalistas.
Como ex-artilheiro, conselheiros eleitos para dar sustentáculo a atual gestão e até gente de mídia
É coisa de euriquistas.”
É coisa de euricófobos
O Vasco perde um líder.
A direção do Vasco perde um defensor implacável de anos
E o futebol brasileiro vê sair um homem de caráter.
E o futebol brasileiro perde um exemplo de profissional. Talentoso e dedicado profissional, em caráter permanente, paguem a ele no Catar, nos EUA, na França ou no Vasco, clube que acolheu no Brasil, após ser formado pelo Sport
Homem de muita personalidade, transparência.
Homem de qualidades e defeitos, como todos nós
Estirpe cada vez mais rara por aqui.
Mas profissional no futebol, acima de tudo
Juninho vai de cabeça erguida.
Juninho sai do Vasco provavelmente envergonhado por ter contado aos colegas o conto da diretoria e tê-los feito acreditar nas lorotas da direção vascaína durante o ano que se encerra
Sabe que cumpriu sua missão.
Temeu por não conseguir cumprir a missão de carregar um time que é incógnita para 2013. Nem todo mundo é Romário ou Edmundo
Há hoje poucos lugares no Brasil para homens dignos como ele.
Há hoje muitos lugares no Brasil para profissionais com qualidade, dedicação e talento. O Brasil não é pior ou melhor que país algum no mundo para acolher atletas com essas características
Infelizmente o seu amado Vasco da Gama não é um deles.
Infelizmente Juninho não ama o Vasco como nós que lutamos pelo clube sem ganhar um centavo dele. Isso nos difere dos profissionais, pois estaremos com o Vasco em qualquer circunstância
Mas o coração não permite que use outra camisa.
Usar outra camisa no Brasil com proposta para atuar em outro país, aos 38 anos de idade, arriscando o prestígio que tem no Vasco é burrice
Por isso um grande homem está embarcando para os Estados Unidos.
Um exemplo de atleta, talentoso e dedicado está indo jogar nos EUA
Sai sem jogo de despedida.
Poderá ter um jogo de despedida como tantos outros ao fim da carreira, sem que tal festa seja motivo para jornalistas desinformarem o público com papo de perdão de dívidas conforme foi feito com relação ao craque e ídolo vascaíno Edmundo em 2012
Muita mágoa no coração.
Muito arrependido, por certo, pelo fato de ter comprado um discurso euricófobo da direção, mas também com o coração corroído, por manter consigo um incômodo com relação a quem normalmente o ignora: Eurico Miranda
E uma certeza.
E uma certeza
São Januário que aprendeu a amar não existe mais…
O Vasco de Dinamite, incensado outrora por ele, é a caricatura daquilo que ele acreditava ser.
Fonte R7 – Exceto o título
Negrito: Casaca!
Fonte: Casaca