Contrato obriga venda de Dedé em caso de proposta de 7 milhões de euros

Domingo, 23/12/2012 - 08:02

Como a crise faz morada em São Januário, e o Corinthians bate à porta por Dedé, o Vasco está no paredão. Atualmente, o Mito está fatiado — 45% Vasco, 45% Liga Participações & Intermediações e 10% Villa Rio. No ano passado, ao socorrer o clube com a compra do percentual, a Liga — fundo de investimento paranaense — impôs, no contrato, que uma venda deve ocorrer em caso de proposta de 7 milhões de euros. O valor da aquisição dos 45% desperta atenção: 1,8 milhão de euros — R$ 4,9 milhões atualizados. Exposto num perfil falso do Facebook, com o nome de José Augusto Prestes, presidente do Vasco na década de 20, o contrato já leva a oposição a cobrar uma explicação da diretoria.

A Liga Participações tem dois sócios. O majoritário é Meer Mario Kaufmann, empresário com pouco mais de 30 anos. Com pequena parcela da sociedade está Artur Noemio Grynbaum, presidente do grupo K&G, da marca Boticário. O advogado do grupo é Fernando Carvalho, ex-presidente do Internacional. Há pouco menos de um mês, ele esteve em São Januário, o que alimentou as especulações sobre uma possível negociação de Dedé.

— O Vasco é nosso grande parceiro. E estamos juntos com o clube que vem atravessando esse momento difícil — disse Meer.

Um mês antes do repasse do percentual, no final de agosto de 2011, conforme data do contrato, Dedé havia sido convocado pela primeira vez à seleção brasileira. A Ability Sports, empresa que administra o Villa Rio, pressionava o Vasco para a venda — segundo informação de um dirigente —, e a Liga “encampou” a operação “Fica, Dedé”.

De posse do contrato, o Jogo Extra tentou contato com o presidente Roberto Dinamite para abordar o assunto, mas ele sempre disse estar em reunião. O agente Fifa Frederico Souza, da Ability, afirmou que não conhecia a Liga, nem Meer Kaufmann, e que não possuía informações sobre a negociação, embora tenha sido teoricamente o credor de 1,8 milhão de euros, quando da venda de parte dos direitos econômicos de Dedé que detinha até o meio do ano passado. O presidente do Conselho Fiscal do Vasco, Hélio Donin, também disse que desconhecia os aspectos do contrato.

Fonte: Extra