Pesquisa Datafolha sobre a preferência por times de futebol, publicada pela Folha no último sábado, despertou críticas de leitores e gerou controvérsia na internet.
Torcedores questionaram alguns resultados apontados pelo levantamento, principalmente o tamanho das torcidas da Portuguesa e do Fluminense -ambas apareceram com 1% da preferência.
"Foi uma questão de arredondamento, feito pelo software estatístico. A Portuguesa, com pouco mais de 0,5%, foi arredondada para 1% e o Fluminense, com pouco menos de 1,5%, também em 1%. A divulgação com números decimais passaria a falsa impressão de precisão que o método estatístico não proporciona", disse Mauro Paulino, diretor-geral do instituto.
A pesquisa ouviu 2.588 pessoas, em 160 cidades brasileiras, no último dia 13.
O instituto usou o método científico de amostragem, que, segundo Paulino, contém limites estatísticos definidos, como a margem de erro. No caso desse levantamento, a margem de erro era de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
O método faz com que os números publicados sejam, na verdade, aproximações das proporções reais encontradas na sociedade. "Por isso são arredondados, como fazem a maior parte das empresas de pesquisas de outros países", disse Paulino.
"Conseguimos fazer uma aproximação. O dado exato mesmo é o censitário." Ele sugeriu que o IBGE inclua em seu próximo Censo, em 2020, a pergunta sobre a preferência por times de futebol.
"Sem isso, mesmo limitadas pelo método, as pesquisas são fundamentais para se ter uma ideia aproximada das proporções de torcidas no Brasil", disse Paulino.
Houve também polêmica em relação aos tamanhos das torcidas do Flamengo e do Corinthians, que apareceram com 16%.
Sem arredondar, o Flamengo, com 16,27%, mantém vantagem. Já torcida corintiana, com 15,56%, oscilou dentro da margem de erro.
Fonte: Folha de São Paulo