Fazer um omelete simples, mas bonitinho para Ricardo Gomes e Gaúcho se virarem dentro de campo. Esse é o papel de outra dupla: René Simões, como diretor executivo, e Cristiano Koehler, novo diretor geral. Os gestores buscam na criatividade e em soluções alternativas a remontagem do time e do clube para a próxima temporada. Trocas de jogadores já estão sendo estudadas, assim como empréstimos de outros. Um dos primeiros da lista é Alecsandro, que aos 31 anos tem um dos salários mais altos do elenco e pode ser envolvido na negociação por Neto Berola. Cobiçado por Grêmio e Internacional, Eder Luis também pode ser trocado. Os nomes de Dátolo e Bolatti, do Colorado, estão na pauta.
- Tenho que usar a criatividade. É o único jeito - afirma René, antes de embarcar para o Rio Grande do Sul na noite de terça-feira.
Na administração do clube, Koehler chega com a confiança de Roberto Dinamite, com o aval da comissão financeira, conduzida pelo banqueiro Francisco Moura, e carregado de elogios de René. Segundo o novo diretor geral do Vasco, as exigências que fez a Dinamite antes de aceitar o retorno entraram no pacote - outras pessoas próximas à diretoria também condicionaram mudanças de gestão a empréstimos financeiros e auxílio ao clube. A redução de despesas em todos departamentos e um novo comportamento desde a comunicação do clube até as vice-presidências do Vasco são as responsabilidades diretas de Koehler.
O executivo gaúcho vai adotar a blindagem como estratégia para recuperar a credibilidade do Vasco no mercado. Isso passa pela comunicação - com a chegada de uma das maiores empresas de assessoria de imprensa do Rio de Janeiro - até uma função mais distanciada dos vices-presidentes. As tentativas frustradas na Justiça Federal, mais as reclamações dos bloqueios, trazem desgastes desnecessários ao clube, na avaliação de muitos no Vasco.
- O Vasco precisa de credibilidade no mercado. Tudo que sair do clube precisa vir de fatos concretos. Nada de especulações, porque gera expectativa na torcida. E o Vasco não pode viver de criar expectativas - diz o diretor geral.
Ato falho?
Entre as ferramentas estudadas para sanar as dívidas do Vasco, Koehler citar a criação de um condomínio de credores, que seria alimentado a partir de uma renegociação com estes e que seriam saldados também a partir da venda de jogadores. Aliás, a saída de mais atletas não é tabu para o novo diretor.
- Você pode gerar várias receitas, com associados, criar a fundação, contratos de patrocinadores, de TV, criar a fundação e captar recursos. Mas qual a receita extraordinária que vem fora isso para resolver algumas situações? É a venda de jogadores. Não sei se a venda é a do Dedé. A gente sabe da relação dele com a torcida e não pode esquecer que queremos um time forte. De repente é possível buscar outras alternativas financeiras - avalia Koehler, que tem contrato de dois anos e chegou a falar em terceiro mandato de Dinamite.
- Se o Dinamite continuar, ele avalia se sigo no trabalho - diz Koehler, ressaltando, porém, que nunca conversou com o presidente sobre uma quebra de promessa de quando foi eleito. Em 2008, Dinamite disse que só ficaria no Vasco por até dois mandatos.
Fonte: Extra online