O adeus de Juninho ao Vasco teve gosto amargo para dirigentes e torcedores. Principal ídolo recente do clube, o veterano optou por exibir o talento no New York Red Bulls, dos Estados Unidos, e frustrou um percentual de admiradores. O plano de carreira oferecido pela diretoria não foi levado adiante. O camisa 8 encerrou a segunda passagem pelo Cruzmaltino com o recorde pessoal de gols em uma temporada na Colina histórica, mas não conseguiu ajudar o time a conquistar títulos. As polêmicas envolvendo a remuneração diferenciada também marcaram o período, iniciado em 27 de abril de 2011, quando o clube carioca confirmou oficialmente a contratação.
A realidade do Gigante da Colina para 2013 é oposta ao que Juninho encontrou quando voltou no ano passado. O jogador estreou com o time já campeão da Copa do Brasil e ajudou na campanha que resultou no vice-campeonato brasileiro. O título não veio, porém, a idolatria do torcedor cresceu a cada apresentação pelos estádios espalhados pelo país.
Nesta temporada, o meia foi o principal nome do Vasco. Atuações de destaque, perigo nas bolas paradas e gols. O Cruzmaltino mais uma vez não levantou qualquer taça. Entretanto, Juninho alcançou um feito inédito com a camisa do clube. Disputou 50 jogos e marcou 14 gols, superando a marca de 1996, quando assinalou 13 tentos em 57 partidas. Chateado em razão da queda do time no segundo semestre, o camisa 8 foi um dos principais críticos pela situação desconfortável. Juninho sempre disparou opiniões relevantes, sobretudo ao término das partidas.
Apesar de mais um sucesso individual, ele também foi alvo de críticas internas durante a disputa da Copa Libertadores. Não é surpresa para ninguém que o consagrado jogador não é um entusiasta das viagens de avião até pelo longo tempo de carreira e serviços prestados. O veterano não viajou para os três compromissos que o Vasco teve fora de casa na primeira fase da competição continental.
A questão física e uma preparação para o período decisivo do torneio foram os principais motivos alegados pelo clube para justificar as ausências. Na mesma época, o contrato do atleta - R$ 50 mil por jogo e R$ 10 mil por gol marcado - foi questionado nos bastidores, conforme noticiou o UOL Esporte. Experiente, Juninho não gostou do vazamento das informações e desabafou durante entrevista para um canal fechado de televisão.
“Cada jogador tem o seu contrato. Não acho que seja certo expor. Me incomoda, pois não é esse último contrato com o Vasco que vai fazer a diferença. É um direito adquirido porque assinei um contrato, e quando a gente assina tem o direito de receber. Quando o Vasco me ofereceu R$ 250 mil, peguei a média de jogos do ano passado. Teve mês que fiz três jogos, outros que fiz seis, então dava mais ou menos cinco jogos por mês. Os R$ 250 mil divididos por cinco dá R$ 50 mil [por jogo]. Cada vez que jogo tenho direito a R$ 50 mil. Por exemplo, no mês de janeiro só tivemos dois jogos na tabela, fiz as duas partidas, o clube já economizaria R$ 150 mil”, explicou, na ocasião.
Mesmo com alguns questionamentos internos, Juninho foi elogiado por todos os técnicos e dirigentes que passaram pelo Vasco neste período. Ele enfrentou um tempo sem contato maior com Felipe, também ídolo da torcida, mas tudo se resolveu e os dois voltaram ao convívio de tempos atrás. No final do Campeonato Brasileiro, sentiu o desgaste da temporada e foi poupado a fim de evitar uma lesão grave. O ídolo encerrou o ano sem uma apresentação de despedida. Porém, a impressão é a de que está cada vez mais no coração dos torcedores e possui as portas de São Januário abertas caso opte pelo retorno para a realização de um adeus com chave de ouro.
Juninho disputou 371 jogos nas duas passagens pelo Vasco. O meia marcou 74 gols e fez parte de uma das gerações mais vitoriosas da história do clube. De 1995 a 2001, o atleta conquistou dois Campeonatos Brasileiros (1997 e 2000), um Campeonato Carioca (1998), uma Copa Libertadores da América (1998), um Torneio Rio-São Paulo (1999) e uma Copa Mercosul (2000).
Fonte: UOL