Apontado como uma das maiores promessas do futebol brasileiro de sua geração, Guilherme Costa muitas vezes foi o único representante do Vasco nas seleções de base. Precoce, o meia chegou aos juniores com 17 anos e... "parou", segundo sua própria definição, por duas razões: uma lesão no púbis que o perseguiu por cinco meses e a suposta falta de padrão tático do time quando a comissão técnica anterior estava no comando. A promoção aos profissionais para janeiro, então, confirmada na tarde de domingo, foi surpreendente, afirma o garoto.
Durante um período, Guilherme saiu dos noticiários e virou coadjuvante. Mas desde que Sorato assumiu, junto à nova direção das categorias inferiores, em setembro, tudo mudou. Com o apoio da estrutura do CT Itaguaí, reformado neste segundo semestre, o Vasco começou a voltar a disputar de igual para igual contra os grandes e reativou o brilho de uma de suas principais joias. A tristeza com o momento atribulado que passou, agora, já foi apagada com a alegria pelo passo na carreira. A mando do diretor executivo René Simões, o coordenador dos juniores, Jair Bragança, fez o telefonema que garantiu a guinada.
- Estava jantando com a minha irmã, e meu pai me ligou para falar que eu estava no grupo de 2013. É um sonho de infância, né? Maravilhoso poder chegar nesse momento e compartilhar com a família. Não esperava mesmo e acho que por isso foi melhor ainda. Vou descansar um pouco esses dias para dar em máximo desde o primeiro dia na pré-temporada. A minha hora chegou - decretou Guilherme, jovem articulado e, ao que parece, ciente das responsabilidades, tanto que evita o assunto renovação de contrato.
- Pretendo ficar no Vasco, é o que eu posso falar. Mas quem cuida disso é o meu pai e o meu empresário. Fui orientado a não comentar - avisou, educadamente.
Assim como no caso de outras promessas, o vínculo dele se encerra no fim de março e as negociações para a permanência estão evoluindo, mas há sondagens de outros times e também a preocupação com a situação financeira do clube, que vem atrasando salários.
O meia já treinou entre os profissionais em 2011 e dividiu espaço com Felipe e Juninho, citados como referências da posição. Depois da notícia, vários companheiros o procuraram para dar os parabéns. Muitos compartilham o pensamento de que não havia muito futuro da maneira como Galdino orientava a equipe e acumulava maus resultados - são dois anos e meio sem vencer um clássico carioca, por exemplo. As críticas são em tom de amargura.
- Joguei o Mundial (sub-17) em 2011, machuquei o púbis e fiquei cinco meses parado. Quando voltei, me readaptei aos poucos, mas com parei de evoluir como jogador com a comissão antiga. Não tinha nada de tática, ninguém aprendia a ter obediência. No futebol de hoje, tem que conciliar isso. Não era bom como está hoje. Nesse pouco tempo do Sorato, eu cresci muito mais do que antes. Neste Brasileiro sub-20, voltei a jogar bem e fazer gols. Estamos pegando muito bem isso, colocando na cabeça a importância do trabalho. E anoque vem vai ser bem diferente para os juniores - aposta Guilherme.