O sonho de todo pai apaixonado por futebol é ver seu filho um dia jogando no clube do seu coração. Muitas vezes esse objetivo pessoal não é alcançado e o pai acaba tendo que se contentar em ver seu filho fazer sucesso longe, num outro lugar. O nosso entrevistado de hoje agora faz parte da minoria que conseguiu contrariar a lógica e em breve estará realizando o desejo do pai.
Quando pisar em São Januário para realizar seu primeiro treino e posteriormente sua estreia pelo time profissional, Elsinho deverá levar grande parte de sua família as lágrimas. Isso porque o novo lateral-direito do Vasco tem sangue cruzmaltino nas veias:
- Eu já me imagino pisando no gramado de São Januário. Já imagino ganhando do Flamengo, o que é melhor ainda. Mas sei que tenho que trabalhar bastante para alcançar tudo isso - disse.
Nascido na cidade de Porto Velho, capital de Rondônia, o atleta de 23 anos cresceu vendo seus irmãos mais velhos e seu pai vibrarem com gols do Gigante da Colina, na época representado por craques como Carlos Germano, Valdir Bigode, Denner e até mesmo Pedrinho e Felipe, ídolos que despontaram no time profissional já no ano de 1996.
Por conta disso, Elsinho sabe que levará puxão de orelhas sempre que não conseguir desempenhar um bom papel com a camisa vascaína:
- Meus familiares são realmente vascaínos. Agora quando puderem eles vão me xingar (risos). Mas são todos vascaínos e vou sofrer uma pressão deles também - declarou.
Apesar de estar feliz com o atual momento da carreira, o jogador faz questão de lembrar que batalhou muito para chegar a um clube da grande do Vasco:
- As dificuldades que enfrentei no começo foram iguais ao que outros jogadores enfrentam. Passa pela condição dos clubes por onde a gente joga. Pelo que é o futebol aqui em Rondônia, é muito difícil para um jogador aparecer no cenário nacional. Abri mão de muita coisa, deixei muita coisa para trás, e sai para procurar meu espaço. Hoje, graças a Deus, posso comemorar por ter disputado um Brasileiro da Série A. Procurei dar o meu melhor, fazer o meu melhor e acho que fiz. Não é sempre que você vai atuar bem, mas falta de vontade nunca terá da minha parte - relembrou.
Antes de chegar ao Figueirense, clube que defendeu no Brasileiro da Série A deste ano, Elsinho passou pelo Gênus (RO), Vilhena (RO), Maringá (PR), Remo (PA), Nacional (MG) e CRB (AL). Foi no clube alagoano que o rondoniense deu um salto na carreira. Além de conquistar seu único título, o de campeão estadual, o lateral virou xodó da torcida, se transformou no principal jogador do time regatiano e chamou a atenção de diversos clubes do futebol brasileiro.
Bate-Bola exclusivo com Elsinho, novo lateral-direito do Vasco:
Como você resume sua trajetória no futebol até agora?
“Foi uma trajetória que mostra muito o esforço que um atleta precisa fazer. Eu me esforço bastante e procurei me dedicar sempre. Por onde passei eu me destaquei, tive o apoio de todos e conquistei o carinho de todos. Isso é fruto do trabalho, pois costumo me dedicar bastante. No meu último clube, infelizmente, eu não tive a felicidade de ajudá-lo a se livrar do rebaixamento. Mas eu procurei me esforçar bastante para conseguir esse objetivo”.
Você é conhecido como 'lateral artilheiro', porém para dar certo num clube grande como o Vasco é necessário saber defender e atacar bem. O que você pretende fazer para conseguir ter esse equilíbrio?
“Para o cara ser um lateral-direito tem que ser completo, tanto para atacar quanto para defender. O Fagner era prova disso, fazia isso muito bem. Eu gosto muito de atacar. No decorrer do ano eu fiz vários gols e tive várias oportunidades, chegava cara a cara e servia os meus companheiros. Mas eu sempre procuro evoluir na parte defensiva e colaborar com a defesa. Mas isso tudo depende do esquema. Com o esquema estabelecido, nós vamos treinar bastante para acertar. Eu espero ajudar jogando de ala ou de lateral. Espero ajudar bastante”.
Você passou por várias dificuldades na sua carreira, mas hoje você está prestes a se apresentar numa grande equipe. Realizou um sonho ao acertar com o Vasco?
“Com certeza. O Vasco é um clube grande e que tem uma torcida enorme. Espero jogar e espero que isso se concretize logo. Eu da minha parte só vou dizer que sou jogador do Vasco quando for apresentado oficialmente e vestir a camisa para ir treinar. Só quando isso acontecer eu vou colocar na cabeça que sou jogador do Vasco. Espero poder dar continuidade, fazer logo os exames e poder começar trabalhar. Vou me esforçar bastante para dar alegrias ao torcedor”.
Você chegou a visitar à Toca do Vasco, local onde o torcedor vascaíno de Rondônia costuma se reunir para assistir ao jogos do Gigante da Colina. Como foi esse contato com o torcedor rondoniense?
"Muita gente aqui da minha cidade quer a minha presença em eventos do Vasco. O povo aqui da minha cidade, que fica em Rondônia, é muito carente. Eu estou procurando dar assistência ao torcedor, fazer com que eles se sintam felizes. Até porque isso aqui nunca aconteceu. Nunca um jogador daqui conseguiu jogar num clube da grandeza do Vasco. O povo é muito carente e estou dando um pouco de alegria para o torcedor".
E o que você poderia falar da força do Vasco aí em Rondônia?
“A torcida do Vasco aqui é muito grande. Em Porto Velho, capital do Estado, é uma das maiores. Quando eu vejo fico impressionado. A gente sabe que em Porto Velho o futebol não é muito forte e até mesmo por isso o povo é carente dessas coisas. O torcedor se organizou e formou esse espaço, a Toca do Vasco. Me convidaram para ir conhecer e não pude dizer não. Compareci e conheci tudo lá. Eu também tenho amigos lá. Eu estou sempre procurando abrir um espaço no tempo para comparecer e atender o torcedor. Eu estou de férias, mas não vejo demais em comparecer lá e ver os amigos. Até porque meu pai e meus irmãos são vascaínos. É como eu falei, espero que se concretize logo, faltam os exames. Se Deus quiser vai dar tudo certo e vou logo poder começar a trabalhar”.
Quer dizer que você além da pressão da torcida vascaína espalhado pelo Brasil e pelo Mundo você sofrerá pressão dentro de casa?
“Sim, eles são realmente vascaínos. Agora quando puderem eles vão me xingar (risos). Mas são todos vascaínos e vou sofrer uma pressão deles também”.
Você tem acompanhado o Vasco nos últimos tempos?
“Eu não tenho acompanhado muito porque estava vivendo uma correria no CRB e depois no Figueirense. Mas cheguei a assistir alguns programas e vi o Vasco ser campeão. Mas eu comecei ver mais agora. Essas coisas que estão acontecendo vão passar, pois o Vasco é time grande e esses problemas não vão durar muito tempo não”.
Como você essa oportunidade que a vida está te dando de poder atuar ao lado de Felipe, Juninho e Dedé, ídolos do Vasco e que já passaram pela Seleção Brasileira?
“É uma oportunidade muito boa. Estou na expectativa de poder atuar junto com eles. Vou procurar meu espaço e me preparar bastante para junto com eles ajudar o Vasco a conquistar seus objetivos”.
Você conviveu no Figueirense com ex-jogadores do Vasco, como Pablo, Coutinho e Guilherme Santos. Chegou a conversar com eles e perguntar como era o ambiente de São Januário?
“Eu conversei algumas coisas, mas não foi muito pelo fato de ainda não existir nada de concreto. Eu sou muito cauteloso com essas coisas. Como falei, só vou dizer que sou jogador do Vasco quando começar a treinar e quando for apresentado oficialmente. Mas eu procurei de alguns jogadores, mas não tem muito do que saber. Todo mundo sabe da grandeza que o Vasco tem. Independente do clube viver hoje um momento ruim, mas esse momento vai passar e não vai durar muito tempo. Estou tranquilo e estou pensando muito em me preparar para ajudar o Vasco e aos meus companheiros”.
Falamos acima que você é um jogador bastante ofensivo, mas não entramos em detalhes. Como você gosta de atuar?
“Eu sou um cara que gosto de atacar bastante. Procuro ajudar e auxiliar o ataque. Assim como todos, possuo alguns defeitos, não sou perfeito, mas procuro sempre estar trabalhando para superar esses erros, esses defeitos. Mas falta de vontade de minha parte nunca tem, nunca teve. Eu sou muito esforçado e procuro ajudar bastante. Vamos pensar em 2013 e em buscar títulos para o Vasco”.
Já se imagina jogando no Estádio de São Januário lotado ou até mesmo no Maracanã lotado num clássico contra o Flamengo?
“Eu já me imagino sim. Imagino ganhando deles, o que é melhor ainda. Mas sei que tenho que trabalhar bastante para alcançar isso”.
Que mensagem você deixaria para a torcida vascaína que te conhece nesse momento?
“Primeiramente vou trabalhar, procurar meu espaço, assim como os outros companheiros. Prometo me esforçar bastante, me dedicar e trabalhar para dar alegrias ao torcedor. Eu sei que a cobrança vai ser grande, até porque tivemos recentemente um lateral de grande qualidade, um dos melhores jogadores que passou pelo Vasco na posição. Vou me inspirar nesse jogador para obter sucesso. Por onde passei, graças a Deus, sempre fui destaque na minha posição. Procurarei me empenhar ao máximo para ajudar a equipe. Estou ansioso para que chegue logo o dia da estreia e eu possa mostrar meu potencial para todo o torcedor vascaíno”.
Fonte: Blog do Carlos Gregorio Jr - Supervasco