Com o novo organograma de diretoria e comissão técnica, o Vasco se alinha para fazer 2013 bem diferente de 2012 em diversos aspectos. A única peça de destaque na estrutura da temporada que se encerra sem futuro definido é Daniel Freitas. Alçado a diretor de futebol, o então supervisor foi substituído por René Simões e entrou em férias a partir desta sexta ainda à espera de uma resposta do presidente, que não ficou clara no único contato semana passada. Roberto Dinamite gostaria de mantê-lo, assim como o diretor técnico Ricardo Gomes, mas não deve ser possível.
Parte do planejamento discutido desde o fim de outubro foi repassada ao novo executivo, que ficou também com a sala destinada ao chefe do departamento, em São Januário. Daniel cumpriu horários e obrigações normalmente desde o fim do Brasileirão, mas é provável que tenha vivido seus últimos dias no clube. A prova é o "abandono" de seus superiores. A chegada de Cristiano Koehler, que já veio ao Rio de Janeiro duas vezes e deve assumir como diretor geral perto da reapresentação, em 3 de janeiro, promoverá nova "limpa" na folha de funcionários.
Embora negue que o aumento de salário recebido em janeiro tenha se tornando um obstáculo para a permanência em outro cargo, o diretor conhece as dificuldades financeiras cruz-maltinas. A exemplo do que foi feito em 2010, Koehler tem carta branca para confirmar o que já vem sendo discutido em reuniões da cúpula com o grupo de investimento: demitir cerca de 100 pessoas.
- Sempre fui um profissional correto, e essa questão salarial deve estar sendo divulgada por alguém que quer me prejudicar. Tive uma conversa boa com o presidente e, como funcionário do clube, continuarei trabalhando normalmente. O que acontecerá daí para a frente será decidido por ele - defendeu-se Daniel há uma semana, evitando polêmica diante da situação.
Estes vascaínos ilustres, entre os quais conselheiros, empresários e alguns políticos cariocas, começaram a injetar dinheiro nos cofres para minimizar o caos causado pelo bloqueio de 100% das receitas. Depósitos de R$ 600 mil e R$ 2 milhões já foram realizados e serão a saída para o pagamento dos salários atrasados, do futebol e dos funcionários, prometido até o dia 20.