Em dezembro de 1998, o Vasco da Gama enfrentou o Real Madrid pelo, até então, título de Campeão Mundial. O jogo, muito equilibrado, acabou 2 a 1 para o time espanhol. O volante Nasa, um dos personagens principais da partida, conversou com o FOXSports.com.br e contou detalhes daquela decisão.
Consciente das dificuldades que enfrentariam, o ex-jogador fala que isso não chegou a atrapalhar e que sabiam que podiam vencer. “O futebol é sempre imprevisível, então a expectativa fica acima de tudo, fica sempre grande.”
Nasa conta que o time teve uma preparação boa e longa para a partida. “Nós chegamos ao Japão 15 dias antes [do jogo]. Naquela época não existiam dois jogos”, lembra. Segundo ele, o único problema foi a baixa temperatura. “A gente sentia o frio, era muito grande.” Por outro lado, o jogador recorda um fato marcante de fora dos gramados. “A gente estava em um supermercado e tinha [para comer] um gafanhoto enorme na prateleira”, se diverte.
Sobre a decisão, o ex-volante acredita que o time fez de tudo para sair vitorioso. “Não faltou empenho. O time teve muitas oportunidades de fazer o gol, mas o futebol tem dessas coisas.” Para ele, aquela partida foi uma questão de destino. “Futebol é assim. Naquela época o grupo estava fechado, unido. Quando está escrito, não tem jeito.”
Autor do gol contra que abriu o placar para o Real Madrid, Nasa diz que não passou de uma fatalidade. “Nunca me atrapalhou Fiquei triste, mas nunca me atrapalhou em nada.” Sem se ver como vilão, ele declara que essas dificuldades da carreira servem para formar grandes pessoas. “Todo mundo tem altos e baixos. Depois disso trabalhei no Vasco por mais dois anos e ganhei outros títulos, antes de ir embora para o Japão”, completa.
O ex-atleta ainda revela a conversa com o técnico Antônio Lopes, no intervalo do jogo, quando o Vasco perdia por 1 a 0. “Naquele momento a gente está a todo vapor, com sangue quente, mas foi tranquilo. Ele falou algo normal, para motivar, que a gente tinha que dar tudo.” De acordo com o ex-jogador, o treinador sempre teve esse espírito. “O Antônio Lopes era muito confiante, sempre foi otimista. Um treinador que sempre foi batalhador, guerreiro e vencedor.”
No segundo tempo, criando muito mais que o time espanhol, o Gigante da Colina empatou com Juninho Pernambucano. “A gente jogou melhor do que o Real Madrid, mas eles aproveitaram as chances que tiveram.” Faltando poucos minutos para o fim do jogo, o atacante Raúl acabou fazendo o gol do título madrileno, para tristeza dos vascaínos. “Nós trabalhamos muito, mas não conseguimos alcançar nosso objetivo. No final, perdemos muito gols”, lamenta Nasa.
Hoje com 44 anos, o ex-camisa 11 cruzmaltino fala que acabou perdendo a comunicação com o time e os jogadores. “Tenho mais contato com o Juninho [Pernambucano] e o Carlos Germano, que eram os que eu tinha mais afinidade.” Envolvido em novos negócios do ramo imobiliário, ele diz que futebol agora é só na televisão. “Não mexo mais com futebol. Gosto só de assistir os jogos, mais nada”, finaliza.
Confira outras declarações do ex-volante Nasa:
Corinthians x Chelsea
“O Chelsea é um time muito bom. A única dificuldade que o Corinthians vai enfrentar é o ambiente, o fuso horário e o frio. Esses são os obstáculos. Mas eles foram guerreiros, passaram agora para a fase final e isso já dá um ânimo melhor, já motiva mais. O time do Corinthians está ótimo, é excelente. Tem um treinador que é muito bom, o Tite, e tem tudo para ganhar esse título. Eu estou torcendo pelo Corinthians. Um brasileiro tem que torcer pelo Brasil e para o time brasileiro.”
Japão
“Morei lá dois anos. A cultura é muito diferente, a cidade é limpa. É tudo bonito, extraordinário. Eu passei dois anos no Japão, e os japoneses são carismáticos. É um povo certinho, que tem hora para tudo.”
“Eles gostam muito de brasileiros, dão muita atenção e são muito carismáticos.”
Fonte: Fox Sports