Há uma semana René Simões foi apresentado como novo diretor executivo do Vasco. Em sua coletiva de apresentação, reconheceu que a missão era difícil. Mas em apenas sete dias no olho do furacão, ele teve contato com a dura realidade do clube. Dificuldades financeiras impedem muitos investimentos e dão pouco poder para a negociação de reforços. Além disso, precisa administrar a insatisfação de jogadores como Fernando Prass, que na última sexta-feira acionou o clube na Justiça por causa de salários atrasados e foi para o Palmeiras. No entanto, o agora dirigente se recusa a enxergar o panorama com desânimo. Em vez de conturbada, ele prefere definir a situação com outro adjetivo:
- Excitante. Porque todo desafio é excitante. Você encara como algo que te derruba ou com a possibilidade de derrubá-lo. É preciso ter coragem para enfrentar isso e contar com o apoio do torcedor, que deve entender que esse é um momento de transformação do clube - afirmou.
René Simões se reuniu com Fernando Prass no último sábado e ouviu do goleiro a insatisfação com salários e outros pagamentos atrasados. A expectativa era a de um acordo amigável, mas o jogador acabou por acionar a Justiça em busca de uma rescisão unilateral. Entretanto, o diretor executivo garante que o problema era previsto e diz confiar num acordo para que o Prass retire a ação e, assim, o Vasco possa negociar com o Palmeiras e barganhar a cessão de alguns atletas.
- Não fui pego de surpresa com a atitude do Fernando Prass. Existe um acordo e tudo ainda vai ser discutido entre Vasco e Palmeiras - disse, esperando um contato da outra parte.
O diretor executivo garante lidar bem com a pressão da torcida por reforços e a constante ameaça de uma debandada. No entanto, garante que o Vasco não vai abrir mão da responsabilidade no momento de buscar reforços. Em crise financeira, o clube pretende não aumentar seus prejuízos.
- Vamos acabar com essa brincadeira de os clubes não pagarem o que devem. Temos que pagar, mas precisamos contar com ajuda para não sermos asfixiados. Não se pode fazer um acordo sem que se possa pagar. Isso é uma fantasia. Os clubes oferecem sabendo que não podem pagar. É difícil para o torcedor entender, porque ele quer que você contrate aqueles que gostariam. Nós queremos uma equipe técnica, competitiva e ganhadora, mas dentro das possibilidades, e não acabando com o clube. Ou tomamos uma medida agora ou ficamos inviabilizado. E isso não é somente o Vasco, mas todos os clubes - destacou.
Fonte: GloboEsporte.com