Fernando Prass vestiu nesta quinta-feira, pela primeira vez, a camisa do Palmeiras. Mas deixou claro que sua ligação com o Vasco ainda é forte. O goleiro admitiu que não tinha a intenção de deixar seu ex-time, mas, sem receber salários, entrou em acordo após apelar à Justiça para se desligar sem precisar processos ou fazer cobranças ao clube.
“Eu não estava procurando sair do Vasco, não era o meu pensamento, independentemente dos problemas que existem lá. Só que a minha profissão é muito dinâmica. Fiquei lá quatro anos, e fazemos os contratos pensando em cumprir. Mas, durante o percurso, acontecem coisas que te fazem tomar uma decisão”, contou.
Foram quatro anos na equipe cruz-maltina, na qual conquistou a Série B do Brasileiro de 2009 e a Copa do Brasil de 2011, e um vínculo forte a ponto de ser um dos líderes do grupo e capitão do time. Para colocar fim à sua trajetória, o jogador fez questão de esclarecer tudo com o diretor executivo René Simões antes de acionar seus advogados.
“No sábado, eu me reuni com o René na casa dele para passar a situação. Joguei aberto, não escondi nada, falei que entraria com ação e expliquei meus motivos. Entrei com pedido inicial de quebra de contrato, o juiz aceitou meus argumentos e na segunda-feira me deu a liminar”, relatou.
A preocupação de não prejudicar o time, ao menos, deu certo. “Eu me desvinculei e me tornei um jogador livre, mas foi feito o acordo. A minha intenção não era dar sequência. Eu não ia processar o Vasco para cobrar multa, tanto que nesse acordo não cobro nada do Vasco além do que já tinha feito pelo clube.”
Em meio à ideia de mudar de clube por conta dos problemas salariais, a oferta do Verdão lhe deu certeza de que o melhor era sair. “Quando houve a proposta do Palmeiras, fui botando na balança, conversando com família e amigos e tomei a decisão bem pensada e ponderada de aceitar. Para o momento atual da minha carreira, foi a melhor decisão”, apontou, sem atacar, contudo, seus antigos superiores.
“Nunca tive problema com o Dinamite, que é uma pessoa inicial. Mas o clube passa por dificuldades e ele responde por tudo isso como presidente”, constatou. “No Vasco, passamos por uma fase muito aguda. Cheguei em 2009, mas em 2008 houve troca de presidente e muita confusão. Mesmo assim, conseguimos trabalhar bem em 2009, 2010, 2011 e 2012. Quando não tivemos resultados, voltaram à tona os problemas políticos. E não há tranquilidade em qualquer time grande, a pressão é diária e forte tanto de fora quanto de dentro”, falou, minimizando os problemas de seu ex-clube.
Fonte: Gazeta Esportiva