15 Anos do Tri: Mauro Galvão e o mel

Jogadores de futebol tem manias antes de entrar em campo. Existem os que calçam sempre primeiro a chuteira do pé direito, aqueles que carregam um terço ou fazem uma prece reservada, os que preferem escutar música alta antes das partidas... Há ainda outros hábitos mais ligados ao âmbito alimentar: alguns tomam café, refrigerante ou guaraná em pó antes dos jogos.

Nosso camisa 4 na conquista do Brasileirão de 1997, além de diferenciado dentro de campo, também tinha hábitos alimentares pouco convencionais. Antes dos jogos, Mauro Galvão comia um pacote de mel, segundo ele uma prática recorrente apenas no ano do tricampeonato.

Há 15 anos, no dia 20 de setembro, o Gigante da Colina recebeu o Paraná Clube em São Januário. Em quarto lugar na tabela de classificação, o time vascaíno precisava da vitória para continuar sua escalada rumo à liderança. E a dupla de zaga formada por Odvan e Mauro Galvão seria fundamental para a conquista dos três pontos.

Ainda no vestiário, Mauro Galvão tomou seu tradicional pacote de mel. Algo de errado aconteceu, e nosso zagueiro começou a sentir uma queimação na garganta que o impedia de respirar direito. Frisson no vestiário e o camisa 4 foi prontamente acudido por alguns companheiros.

O jogo já estava para começar e Galvão foi para campo. Talvez aturdido com o episódio do mel, o zagueiro não conseguiu evitar o gol do Paraná, feito logo aos 5 minutos de jogo.

Mas o Vasco é o Time da Virada. E em 1997, esse epíteto não poderia ser ter mais a ver com a trajetória do cruz-maltino. No segundo tempo, Edmundo empatou a partida aos 8 minutos. Pouco depois, Mauro Galvão provou que o episódio com o mel deu sorte: o camisa 4 subiu mais que a defesa adversária e desviou para o gol uma cobrança de escanteio: 2 a 1 para o Gigante da Colina.

Depois, o time vascaíno construiu a goleada com gols de Evair, após lindo lance de Edmundo, e com o próprio cobrando pênalti, decretando 4 a 1 no placar.

Com mais uma goleada e outra vitória de virada, o Vasco chegava a terceira posição na tabela. E com Mauro Galvão mantendo a prática do mel antes de todos os jogos, a defesa vascaína se manteve sólida até a conquista do Brasileirão em dezembro daquele ano.

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