Em entrevista ao programa 'Só dá Vasco' na noite da última segunda-feira (10/12), o diretor-executivo Renê Simões falou sobre o atual momento vivido pelo Gigante da Colina. Segundo ele, o cruzmaltino precisa se organizar e deixar de pagar salários astronômicos para seus jogadores:
- O momento do Vasco é um momento absolutamente delicado. Eu tenho na minha família alguns vascaínos e vascaínos mesmo. Participei de um programa de televisão e coloquei as coisas com muita franqueza, com toda honestidade. Quando cheguei em casa recebi uma ligação do meu sobrinho e ele me pediu para não ser tão verdadeiro. Isso porque, segundo ele, a torcida do Vasco não iria gostar. Ele mandou eu dizer que iria contratar alguém. Eu respondi que só sei trabalhar com a verdade. Sem verdade eu não sei trabalhar, nunca fiz isso na minha vida. Eu tenho que dizer ao torcedor vascaíno a situação atual do Vasco. Se eu disse uma coisa e depois acontecer outra, como é que eu vou olhar depois, frente a frente, olho no olho, com eles? A situação do Vasco é delicada financeiramente. Hoje nós tivemos uma reunião com um grupo que passou o diagnóstico do Vasco. Todos vocês sabem que isso não é uma situação só do Vasco. Os outros clubes do Rio de Janeiro e do Brasil passam por isso. Hoje o Vasco tem 100% da sua arrecadação, das suas receitas, bloqueada. O que a gente está pedindo é que as pessoas entendam que essa dívida ainda vai durar muito tempo. É uma dívida que vem sendo prolongada por muito tempo. O Vasco quer pagar, tem condições por conta de sua grandeza, mas não pode ter 100% das receitas bloqueadas por conta da dívida. Você não pode pegar alguém, amarrar num tronco e dizer ‘me paga’. O Vasco precisa funcionar, precisa trabalhar para que possa pagar essa dívida. A gente espera que um acordo seja feito. Enquanto isso não ocorre, a gente vai ter que ter uma política de controle e saber que acabou a brincadeira de oferecer um salário astronômico para um jogador e não pagar. Você não pode ficar sem pagar imposto, sem pagar os funcionários e sem pagar os seus fornecedores. Esse é o conceito que se chegou hoje numa reunião em que também participou o presidente Roberto Dinamite. Isso vai acabar realmente - disse ao Só dá Vasco.
Salários atrasados
“Se eu quero comprar alguma, eu tenho que saber como é que vou pagar essa coisa. Eu comprar e depois ver como vai pagar, isso não existe. Infelizmente, o futebol está sendo administrado assim no Brasil quase em sua totalidade. O São Paulo, por exemplo, que é dentre os grandes clubes brasileiros o que paga os menores salários, mas não atrasa um dia sequer. Há dez anos o São Paulo atrasou o pagamento em dois dias e mandou uma carta para todos os funcionários e jogadores pedindo desculpas. O que eles fazem? Eu pago aquilo que posso e pago em dia. Eles pagam por produção. Você produziu, você conquistou? Você recebe por essa produção. Acho que essa é uma estratégia correta. É melhor pagar por produção do que pagar salários astronômicos a jogadores. Aí a gente lembra o Vampeta quando ele diz que ‘eles brincam do que vão pagar e a gente finge que trabalha’. Isso não pode acontecer"
Fonte: Supervasco