Ao todo, foram 383 atletas no Campeonato Brasileiro 2012. O número não representa o total de jogadores a entrarem em campo com a camiseta de seus respectivos clubes na temporada. Na verdade, se refere ao contrário. Esse é o tanto de gente que desfalcou, ao menos uma vez, cada um dos times ao longo da competição. Tristeza dos que ficam fora, chance para outros mostrarem serviço e muito trabalho para os treinadores manterem o rendimento da equipe sem as peças principais. No total, foram 3.029 ausências nas 38 rodadas do Brasileirão, seja por um incômodo muscular ou uma recuperação mais longa no departamento médico.
Sem contar os cinco atletas que iniciaram e terminaram a competição lesionados - Felipe Brisola, Jackson, Keirrison, Maldonado e Fucile - outros 378 jogadores se contundiram pelos quase sete meses do campeonato. O alto número de contusões é fruto de uma série de circunstâncias: maratona de jogos, gramados ruins, pré-temporada curta... Os temas são antigos e as reclamações frequentes de preparadores físicos, jogadores e treinadores.
- Sem dúvida que as lesões interferem no desepenho da equipe. À medida que jogadores titulares se machucam, a tendência é que o desempenho caia. Por isso, temos que ter um elenco à altura. Mesmo com muitos desfalques, há muitos jogadores que entram e mantém o nível das atuações. Só que o Coritiba não tem o orçamento do Fluminense ou do Corinthians, times que conseguem suprir melhor as lesões, já que tem um elenco mais forte e mais numeroso - afirmou Glydston Ananias, preparador físico do Coritiba.
De fato, o mais prejudicado acabou sendo o Coritiba, que disputou 76 partidas no ano e teve 26 jogadores diferentes lesionados no Brasileirão. Somando-se cada ausência, o Coxa teve um total de 289 desfalques por lesão. Jackson e Keirrison, por exemplo, estiveram fora 38 vezes cada um. Dor de cabeça para os técnicos que por lá passaram, Marcelo Oliveira e Marquinhos Santos, além dos preparadores físicos e departamento médico.
São Paulo colhe frutos do REFFIS
Por outro lado, o São Paulo conseguiu se blindar do alto número de lesões. Apesar de alguns jogadores terem enfrentado longas contusões, como Fabrício e Cañete, o Tricolor foi o que menos teve problema com desfalques: apenas 11 atletas frequentaram o departamento médico do clube. Na opinião de Ney Franco, tanto o Núcleo de Reabilitação Esportiva Fisioterápica e Fisiológica (REFFIS), como a comissão técnica, foram importantes para o sucesso da equipe na competição.
- Não ter lesionados foi um ponto forte para o São Paulo conseguir a vaga na Libertadores. Disputar duas competições simultaneamente sem priorizar uma delas, mostra que teve muita competência tanto da área técnica quanto da parte de preparação física. Essa interação dos profissionais, fazendo avaliações frequentes dos atletas, foi determinante para que finalizássemos a temporada "voando baixo", jogando forte nas duas competições - afirmou o treinador do clube.
O Atlético-MG foi outro a ter bom desempenho fora das quatro linhas, com "apenas" 77 desfalques por lesão no campeonato. O Galo teve a seu favor um menor número de jogos na temporada, já que conquistou o Mineiro em 15 partidas e disputou apenas quatro na Copa do Brasil, quando foi eliminado pelo Goiás, nas oitavas de final. Desta forma, Cuca teve poucas ausências no time principal, que alcançou o vice-campeonato brasileiro. A Portuguesa também se destacou neste quesito e fechou com 13 lesionados e 72 ausências.
Confira o balanço de lesionados em cada clube ao longo do Campeonato Brasileiro: