Bem de saúde, Geovani jogou pelada em Vila Velha

Dezembro é o mês das peladas. E na manhã deste domingo, alguns conhecidos jogadores capixabas do passado e do presente se reuniram para um jogo solidário no estádio Gil Bernardes, em Vila Velha. O encontro, que visava arrecadar alimentos e roupas para as vítimas das chuvas que desalojaram cerca de mil pessoas no município de Alfredo Chaves, teve público pequeno, mas, em campo, contou com presenças ilustres, a começar por Geovani, ídolo vascaíno e da Desportiva Ferroviária nos anos 1980.

Para Geovani, um momento especial, já que há até bem pouco tempo ele não tinha condições de jogar bola, uma de suas grandes paixões. Em 2005, Geovani foi diagnosticado com uma doença relativamente rara, chamada polineuropatia, que limitou o movimento de suas pernas, pondo-o por algum tempo numa cadeira de rodas.

A recuperação foi lenta, mas agora Geovani já consegue até bater uma bolinha com os amigos. Algo que normalmente seria simples para quem brilhou como profissional, mas a que Geovani passou a dar extremo valor.

- Há algum tempo eu participei de um jogo com veteranos do Vasco. Foi um momento de muita alegria, como também é estar aqui hoje. Ainda não dá para jogar tanto, mas estou bem melhor. É muito difícil para alguém que passou a vida inteira jogando futebol não poder nem dar um chute numa bola. Graças a Deus, hoje já consigo. Geralmente tenho até jogado mais futevôlei na Praia da Costa, do que o futebol mesmo. Mas poder vir aqui e brincar com os amigos, correr um pouquinho, é muito gostoso - comentou Geovani, que ficou poucos minutos em campo.

Geovani atuou com o uniforme do Tupy-ES, dono do campo onde a partida aconteceu. E teve como alguns de seus companheiros Marquinhos Capixaba, ex-lateral-direito vice-campeão brasileiro pelo Santos em 1995, e o jogador de futebol de areia Duda. A outra equipe vestiu-se com a camisa do time amador do Coqueirense. Nela, atuaram, entre outros, Rhayner, atual meia-atacante do Náutico; Faioli, ex-Vasco e que jogará o Capixaba de 2013 pelo Rio Branco-ES; e Rossato, ex-lateral-esquerdo de Real Sociedad e Málaga, da Espanha, do Botafogo e da Desportiva Ferroviária.

Homenagem e descontração

Antes do jogo, foi feito um minuto de silêncio pelo falecimento do empresário e desportista Ademar Cunha, assassinado a tiros no último domingo, em Caricacia. Com a bola rolando, muita descontração, com direito a brincadeiras até por parte do ex-árbitro da CBF, o também capixaba Wallace Valente, que deixou de dar um pênalti claro em Kayo Moreno, aplicando-lhe um cartão amarelo, o que arrancou gargalhadas de todos em campo.

O atacante Kieza, do Náutico, e o lateral-esquerdo Ramon, do Flamengo, que também são capixabas, não compareceram, ao contrário do que chegou a ser anunciado. Quem chegou ao final, com a pelada já encerrada foi Buru, eleito o melhor jogador de futebol de areia do mundo em 2007 e que atualmente joga na Rússia. Ele tinha outro compromisso com uma campanha publicitária de cunho social, por isso só pôde chegar ao final.

Outros que foram prestigiar o evento foram os irmãos do vôlei de praia, Fernandão e Fábio Luiz, esse último vice-campeão olímpico em Pequim 2008. Mas ambos preferiram não jogar.

- Já ia ser complicado encontrar uma chuteira que coubesse no meu pé. Além disso, nossa habilidade ficou toda concentrada nas mãos. A gente seria no máximo goleiro (risos). Com os pés, realmente não dá - brincou Fernandão, que preferiu só assistir ao jogo.