Não faltam exemplos de duplas que entraram para a história em diversos âmbitos da sociedade. Na literatura, Sherlock Holmes e seu fiel escudeiro Watson eram parceiros insuperáveis na resolução de crimes. Nos quadrinhos e no cinema, Batman e Robin viveram as mais incríveis aventuras para defender sua cidade. Na música brasileira, podem ser recordadas desde as duplas sertanejas aos parceiros na composição de sambas e bossas.
No Vasco de 1997, a dupla que se formou no ataque era complementar, letal e artilheira: de um lado, um camisa 10 vivendo estado de graça, prestes a se tornar o maior artilheiro de uma só edição do Campeonato Brasileiro até aquele ano. Do outro, um atacante experiente, dono de técnica refinada e do faro de gol apurado típico dos que vestem a número 9.
Edmundo e Evair já haviam jogado juntos no começo da década de 1990, pelo Palmeiras, e desenvolveram grande entrosamento já naquela época. No Vasco tricampeão brasileiro de 1997, a dupla foi responsável por marcar 37 gols dos 69 marcados pelo Gigante da Colina. Sem contar os passes precisos dados tanto por Evair como por Edmundo para outros jogadores estufarem as redes.
Jogando mais recuado, Evair jogou abrindo espaço para a chegada de Edmundo e de outros jogadores às áreas adversárias. Por isso, muito se fala no papel de “garçom” que o camisa 9 desempenhou no Campeonato Brasileiro de 1997. Mas Evair não perdeu seu instinto de artilheiro.
No jogo contra o Goiás, em 30 de julho, Edmundo arrancou em velocidade pela direita, passou como quis pelo zagueiro e cruzou para Evair abrir o placar no primeiro tempo. Na etapa complementar, os papéis não se inverteram: Edmundo recebeu na meia lua, pedalou e cortou o primeiro marcador, ganhou do segundo, invadiu a área e rolou para Evair marcar pela segunda vez e decretar a vitória do Vasco por 2 a 0.
Aquela altura o Vasco era apenas o oitavo colocado na tabela de classificação, 6 pontos atrás da líder Portuguesa. Uma realidade que, com os gols de Evair e Edmundo, não seria difícil de ser mudada.