A vida deu uma grande chance para Luiz Felipe Scolari.
Passava pelo pior momento da sua carreira.
Ele estava completamente arrasado pela rebaixamento do Palmeiras.
Sem prestígio no Exterior.
Seus métodos sendo questionados.
Rotulado como ultrapassado por inimigos e amigos.
Na rotina palmeirense, neste ano, nada criou de novo.
Em quase dois anos e meio, não montou um time marcante.
Pelo contrário.
Ganhou a Copa do Brasil apelando para a sua velha estratégia.
Motivador nato, conseguiu preparar o time para várias guerras.
Cada vez que o Palmeiras entrou em campo não parecia uma 'famiglia'.
Os jogadores pareciam soldados enfurecidos.
Com a sorte de enfrentar apenas dois times da Série A no caminho, Felipão venceu.
Foi carregado em triunfo.
Arnaldo Tirone só foi acordar da loucura que foi abandonar o Brasileiro muito tarde.
O treinador queria de qualquer maneira um título.
E apostou todas as fichas na Copa do Brasil.
Se esqueceu do Brasileiro.
Foi demitido quando o caminho para a guilhotina era mais do que certo.
Desolado, teve o apoio inesperado, mas importantíssimo de Aldo Rebelo.
O ministro dos Esportes é palmeirense frequentador de festas na Mancha Verde.
E adora Felipão.
Rebelo tinha informações importantíssimas do Planalto Central.
Sabia da rejeição de Dilma a tudo que lembrasse Ricardo Teixeira na CBF.
Assim como a falta de entusiasmo da população com a Seleção.
Os resultados com Mano Menezes eram pífios.
Não empolgavam para quem busca uma reeleição consagradora em 2014.
Não interessavam à Dilma.
Assim como Andrés também não.
Embora apadrinhado de Lula, ele era ligado demais a Ricardo Teixeira.
Dilma fica arrepiada ao ouvir o nome do ex-presidente da CBF, envolvido em tantas denúncias.
Rebelo falou várias vezes para Felipão que a Seleção precisava de uma mudança.
E ele era o nome ideal.
Último campeão do mundo, o mais experiente e com melhor currículo do que seus rivais.
Tite está evoluindo, Muricy passa por uma péssima fase.
Nunca um ministro que deseja o fim do uso de expressões em inglês aceitaria um estrangeiro na Seleção.
O nome de Guardiola nunca foi levado a sério.
Nem por ele e muito menos por Marin.
Felipão ganhou assim a chance de limpar o seu nome como técnico.
Fazer com que os palmeirenses lhe deêm o perdão.
E culpem Arnaldo Tirone pelos fracos jogadores que ofereceu ao técnico.
Ao contrário do que aconteceu em 2002, Felipão terá uma nova geração para cuidar.
Há dois veteranos de 2014 que poderá usar.
Reeditar o que fez com Rivaldo e Ronaldo, que também estavam desacreditados em 2002.
Eles por motivos físicos.
Mas Kaká e Ronaldinho Gaúcho por motivos técnicos.
Felipão é muito bom quando o assunto é recuperar grandes jogadores.
Ele precisa da dupla como exemplos para a nova geração.
O técnico sempre teve o sonho de trabalhar com Neymar.
Chegou a hora.
Mas não quer a Seleção dependendo de um garoto de 20 anos.
Não, Felipão, não...
Mano Menezes convocou 102 jogadores e seus testes não podem ser jogados no lixo.
Foram dois anos e meio de trabalho.
Não foi vitorioso.
Esperto, Felipão sabe que precisará dar consistência na marcação.
O Brasil não venceu nenhum das seleções principais do mundo por atuar muito exposto.
Era fácil contragolpear a Seleção.
Scolari com certeza não virará as costas ao poder de Ralf na marcação.
O estilo leve e com muita movimentação de Mano, que sonhava com uma Espanha genérica, não será repetido.
Luiz Felipe é adepto de uma equipe com muita pegada, força.
Velocidade nos contragolpes.
E com especialistas em bola parada.
Mais um motivo para Ronaldinho Gaúcho estar garantido.
Scolari adora um atacante fixo como referência na área.
Sorte de Leandro Damião, Luís Fabiano e Fred.
Thiago Silva está garantido.
Mas David Luiz, não.
Felipão sempre repetiu que, para ele, funciona um zagueiro técnico.
Não dois.
Por isso, defensores mais fortes e firmes como Dedé ganharão mais espaço.
O tempo que Luiz Felipe Scolari terá será pouco.
Sete meses até a Copa das Confederações.
O bom para ele é que a competição não servirá de teste.
Não há esse ar de dúvida.
A não ser que aconteça algum desastre, ele ficará até a Copa de 2014.
Felipão também servirá como um escudo para Marin.
A Copa do Mundo que conquistou em 2002 é perfeita.
Ninguém vai poder falar ao presidente da CBF que um aprendiz comanda a Seleção.
O que era o caso de Mano.
E matou a chance de Tite e de Muricy.
Agora tudo está nas mãos de Felipão.
Ele precisa se renovar.
O futebol mudou em dez anos.
Espanha e Alemanha estão a anos-luz da Seleção.
Argentina, França, Itália, Uruguai também estão à frente.
O Brasil não é o favorito à Copa na sua casa.
Scolari que resolva essa problema.
Até 2014 ele terá de se superar.
E dar ao Brasil, que tanto espera, o hexacampeonato.
A ideia de perder outra Copa no País, como em 1950...
Embrulha o estômago de Dilma Rousseff.
Ela quer o povo feliz, animado para votar em 2014.
Aldo Rebelo garantiu que o caminho é com Felipão.
Scolari já está no cargo.
E com Kaká e Ronaldinho Gaúcho como escudeiros de Neymar.
Com todo o apoio de uma raposa política chamada Marin...
Fonte: Blog Cosme Rímoli - R7