Helton comenta problemas do Vasco e diz que ainda não pensou em voltar

Quarta-feira, 28/11/2012 - 10:49

Lá se vão dez anos que o goleiro Hélton deixou o Vasco para jogar em Portugal, no modesto União de Leiria. Quando saiu do Brasil, Eurico Miranda ainda era presidente do clube cruz-maltino. De lá para cá, aconteceram mudanças significativas nos quadros administrativos do Gigante da Colina, mas alguns velhos hábitos continuam perseguindo os jogadores do time. Defendendo a meta do Porto há sete temporadas e formado em administração de empresas, Hélton explicou como fazia para superar os problemas financeiros quando o salário não aparecia na conta - o elenco atual do time carioca não recebe há dois meses, como admitiu o diretor executivo do clube.

- Por eu ser formado em administração de empresa, sei que cada empresa tem as suas dificuldades. Mas, sinceramente, não sei o que pode ser feito dentro do clube. Tenho certeza que eles (dirigentes) não fazem de propósito, pois o objetivo deles é sair com uma imagem boa. Já passei por situações como essas e recorri ao Romário, Carlos Germano, Donizete e Edmundo. Não tenho vergonha disso. Graças a eles, superei essas dificuldades.

Apesar dos problemas, a identificação com o clube de São Januário permanece. Porém, o goleiro ainda não traçou planos para o seu retorno, mas já sabe que, aos 34 anos, a aposentadoria é uma realidade cada vez mais próxima. Até mesmo os títulos ganhos pelo Porto não fazem com que Hélton se sinta totalmente realizado. O brasileiro crê que poderia ser mais valorizado pelo clube português, mas jogar futebol continua sendo sua maior motivação.

- Sei o que está acontecendo no Vasco, sim. Fico um pouco triste da situação por lá. Mas sempre acredito que ele vai voltar a ser o Vascão de sempre. Ainda não parei para pensar em voltar. Já cogito o fim da minha carreira, mas não pensei em retorno ainda. Existem momentos em que eu gostaria de ser mais valorizado por tudo o que faço e por tudo o que me dedico aqui no Porto. Mas eu gosto de jogar e estou feliz.

Se o Porto não está no pequeno grupo dos maiores clubes da Europa, fica claro que é uma grande vitrine para os outros países do continente. Nos últimos anos passaram por lá craques que saíram para centros importantes do futebol mundial, como o atacante colombiano Falcao García e o brasileiro Hulk. Perder dois jogadores desse nível não é bom para qualquer equipe, e Hélton fez questão de frisar isso.

- Em qualquer equipe o Falcao pode jogar. Ele é muito bom dentro das quatro linhas e fora delas também. Quando ele tem a oportunidade de ser ele mesmo, não decepciona. Já com o Hulk, foi difícil superar. Mas tem que ser assim. Não adianta comprar outros, pois é insubstituível. Temos apenas que superar a ausência dele. Não tenho falado muito com ele. Fico feliz pelo seu sucesso e torço para que continue bem na Seleção.

Apesar da perda do grande goleador da equipe na temporada passada, o Porto continua dominando o futebol português e já está entre os 16 melhores clubes da Europa. O sucesso dos Dragões passa diretamente pelas mãos do goleiro brasileiro, que se sagrou campeão nacional seis vezes pelo time. Em primeiro lugar no Campeonato Português e com o objetivo de se classificar na ponta do Grupo A da Liga dos Campeões, Hélton sabe que nada vem fácil, e que somente através do trabalho é possível conquistar os objetivos.

- Estamos fazendo um bom trabalho, na frente no nacional e já classificados para a próxima fase da Champions. Vale a pena ressaltar o nosso empenho para defender mais um título nacional, pois a certeza de ser campeão ninguém tem. Mas, a certeza de que trabalhamos ao máximo para nos sagrarmos campeões, temos de sobra. A ideia para os próximos jogos da Liga dos Campeões é buscar o primeiro lugar do grupo. Só pensamos que temos que terminar em primeiro. Teremos dois jogos chatos pela frente. Mas queremos terminar em primeiro.

Quando o assunto é seleção brasileira, sonhar não custa nada. Apesar de saber das dificuldades, o goleiro mantém a chama acesa para, quem sabe, colocar mais uma pulga atrás da orelha de Mano Menezes, que parece não ter encontrado ainda o titular absoluto para a posição. Ainda assim, o camisa 1 do Porto enxerga suas chances como mínimas.

- Sonhar com a Seleção, qualquer jogador sonha. Não sou diferente, mas confesso que não acredito tanto nisso hoje. Após a Copa América (em 2007), não tive outras oportunidades. Por isso, não creio que apareça uma agora.



Fonte: GloboEsporte.com