Ricardo Gomes está de volta ao futebol pouco mais de um ano após sofrer um AVC. Agora diretor técnico do Vasco, o ex-zagueiro relembrou os momentos que antecederam a perda de consciência ainda no estádio Engenhão no dia 28 de agosto de 2011. Em entrevista ao canal Fox Sports, ele enalteceu o apoio da família e amigos e agradeceu ao carinho e às orações: “não posso reclamar nem do AVC”.
Então técnico do Vasco, Ricardo Gomes sofreu um AVC hemorrágico no banco de reservas do Engenhão quando dirigia a equipe cruzmaltina no clássico contra o Flamengo em agosto do ano passado. “Comecei a me sentir mal, quando dei quatro passos para trás, sabia que era AVC”, contou. Ele ainda revelou que perdeu a consciência ainda na enfermaria do estádio.
“Fui acordando aos poucos. Foram dois ou três dias para acordar e ter a consciência do que passou. Eu não fiz nada. Por isso, fico agradecido para as pessoas que oraram por mim”, afirmou Gomes.
Ao longo de sua recuperação, Ricardo Gomes contou com a ajuda de amigos, mas fez questão de elogiar um especial: Cristóvão Borges, que era seu auxiliar e assumiu o Vasco após o AVC. “O Cristóvão foi assim. Diariamente estava na minha casa. Dava treino e dava uma passadinha depois. Nos conhecemos desde 1982. Teve Zico, Parreira... teria que falar de muita gente, boas pessoas. Só me animavam e fortaleciam minha recuperação. Eu não posso reclamar nem do AVC. Tive provas de amizade, que ficaram exacerbadas de uma forma difícil de acreditar. Pessoas que ficavam comigo uma tarde inteira e eu quase sem falar nada”.
A volta como diretor técnico não indica que ele ficará na função de cartola. Ricardo Gomes já deixou claro que vai respeitar sua recuperação para, enfim, decidir o futuro. O ex-zagueiro falou também de sua atual relação com o Vasco. “Conhecia muito pouco do clube, mais como adversário. Mas fiz tantos amigos que parecia que eu estava aqui há dez anos. A força das pessoas para mim é muito importante”, elogiou.
Ricardo Gomes explicou a reação da família logo após o convite do presidente Roberto Dinamite para voltar ao trabalho. “Claro que nos primeiros dias, ninguém queria ouvir falar de futebol. Qual outro treinador que teve AVC? Não tem. O problema não é o futebol. Pressão, todos sofrem. O problema era uma coisa hereditária. Que eu, da minha parte, negligenciei o cuidado da hipertensão. Iria acontecer, mas não de uma forma tão grave”, explicou.
O diretor técnico do Vasco ainda falou que pretende fazer ‘hora extra’ na vida por muito tempo e mandou um recado final: “Vou me emocionar. Eu não tenho palavras para agradecer. Muito obrigado. Espero não decepcioná-los em relação à conduta ou qualquer coisa. Pediram pela minha vida, agradeço de coração”.
Fonte: UOL