Repatriar Diego Souza era, para o Vasco, uma injeção de confiança após uma temporada frustrante. No entanto, foi apenas depois do acordo firmado que os dirigentes cruz-maltinos souberam que o Cruzeiro promoveu o retorno do meia-atacante ao Brasil após três meses no Al Ittihad, da Arábia Saudita. A notícia causou descontentamento em São Januário, mas em defesa do jogador, seu agente foi claro: era impossível o Vasco ou qualquer outro clube do país competir com a proposta dos mineiros.
No Vasco, Roberto Dinamite deixou clara sua indigação. Segundo ele, fora acordado com Eduardo Uram, empresário de Diego Souza, que ninguém fecharia negócio sem que houvesse uma conversa prévia. Mas de acordo o agente, a oferta do Cruzeiro atendia plenamente as expectativas do jogador, que passou os últimos meses sem receber pagamentos no clube saudita. Ele deixou claro que não se tratou de incompetência da diretoria cruz-maltina.
- Houve uma reunião com o Vasco há cerca de duas semanas. Estive com o pai do Diego numa conversa com o presidente Roberto Dinamite e com o vice Antônio Peralta. Deixamos claro que havia uma grande identificação do jogador com o Vasco e garantimos que ele não jogaria em qualquer outro clube do Rio que não fosse o Vasco. Neste momento, o aspecto financeiro é muito importante para o Diego, que vem de um período difícil na Arábia Saudita. Era uma situação emergencial. A negociação com o Cruzeiro foi muito rápida. Na última sexta o diretor Alexandre Mattos esteve no Rio, nos mostrou o projeto do clube para o ano que vem e fez uma proposta financeira espetacular, que atendia da melhor maneira a expectativa do Diego. Uma proposta difícil para o Vasco ou qualquer outro clube do Brasil bater. Antes que houvesse a abertura de um leilão, tomamos a decisão. Temos muito respeito ao Vasco e ao presidente, mas o mercado levou o Diego para outros caminhos - explicou Uram.
Do outro lado, Roberto Dinamite reconheceu que decidir seu destino é um direito que cabe a Diego Souza e a seu agente. Mas não escondeu sua insatisfação com o fato de o Vasco ter tomado conhecimento do acerto do jogador apenas depois de concretizado. Em São Januário, o primeiro a receber a notícia foi o diretor técnico Ricardo Gomes, que foi contactado por Eduardo Uram e a transmitiu aos demais dirigentes cruz-maltinos.
- Nos reunimos há algumas semanas e combinamos de que ninguém definiria nada sem falar antes com o outro. Ele não é obrigado a acertar com o Vasco, mas uma das partes não cumpriu o que tratou. Se a proposta do Cruzeiro era melhor, o mínimo que ele deveria fazer era nos perguntar se poderíamos cobrir. Gostaríamos de ter o Diego, mas vida que segue. Serve como aprendizado - afirmou Dinamite.
O presidente do Vasco preferiu não dizer se o episódio representou o fim de futuros negócios com Eduardo Uram. No entanto, a algumas pessoas do clube ele chegou a dizer que “pensaria duas vezes” antes de voltar a tratar de transferências com o empresário.
- Essa é uma decisão interna e do próprio presidente. Já conversei com o empresário pelo telefone e ele sabe como vamos proceder - limitou-se a dizer.
Recentemente o Vasco acertou a contratação do lateral-direito Elsinho, agenciado por Uram. Outros jogadores com os quais o empresário trabalha também despertaram o interesse do clube, que vive dificuldades financeiras e tem interesse em buscar parceiros para formar o elenco de 2013.
Fonte: GloboEsporte.com