Juninho Pernambucano já não jogaria mais esse ano pelo Vasco, por conta de uma fadiga muscular. Mas, mesmo que hoje sua volta fosse possível por conta de liberação médica, o jogador não poderia fazê-lo. Isso porque, na tarde desta sexta-feira, dia 23 de novembro, Juninho foi suspenso por duas partidas no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), em decisão por maioria de votos da Quarta Comissão Disciplinar. Como não foi expulso no lance que o levou ao Tribunal, o meia vascaíno fica suspenso justamente dos dois últimos jogos que ainda restam no Brasileirão.
No primeiro turno do Brasileiro, na Ilha do Retiro, o Vasco venceu o Sport por 2 a 0 e Juninho foi criticado por soltar beijos para as cadeiras após marcar um gol de falta. A explicação dele foi que seu gesto de carinho tinha sido endereçado a familiares naquela direção, mas foram hostilizados pelos torcedores do Sport.
Além disso, no último dia 4, em São Januário, um novo episódio deixou a relação ainda mais estremecida. Ao sair de campo após a derrota por 3 a 0 para o Sport, o jogador fez gestos obscenos e mandou uma "banana" para a torcida rubro-negra, após ser xingado pelos visitantes. As imagens em vídeos e fotos circulam pela internet.
Com base nessas imagens, a Procuradoria do STJD denunciou Juninho Pernambucano por infração ao artigo 258 (assumir qualquer conduta contrária à disciplina ou à ética desportiva) do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que prevê de uma a seis partidas de suspensão.
Nesta sexta, na sessão, os auditores assistiram a prova de vídeo apresentada pela Procuradoria. O procurador Rodrigo Raposo fez suas considerações sobre o caso, cobrando a presença de Juninho Pernambucano ao julgamento, no Centro do Rio de Janeiro.
"Independentemente do resultado desse processo, preciso dizer que estou frustrado pela ausência do Juninho. Ele deveria estar aqui. No último julgamento que houve aqui, ele se intitulou representante do futebol brasileiro mundialmente. Queria dizer isso pessoalmente a ele. Nunca vi um desrespeito tão grande. Isso é o mesmo de dar um tapa em uma mãe. Quero deixar bem claro que o fato não é típico de quem se intitula representante do futebol brasileiro no mundo", declarou o procurador, reiterando a denúncia ao jogador do Vasco.
O advogado Tiago Amaro não explicou a ausência de Juninho e defendeu o jogador, alegando que o fato foi mal interpretado.
"As imagens me agradaram. Os símbolos que ele fez foram para a torcida do Vasco, que sempre o fazem durante as partidas. As imagens mostras torcedores vascaínos na direção dele. Os dedos médios e os braços cruzados são gestos da torcida do Vasco, comuns, assim como os braços cruzados com mãos fechadas são da torcida do Flamengo. A defesa vem pedir a absolvição do atleta, tendo em vista que houve uma distorção dos fatos", sustentou o defensor.
O relator Lucas Rocha votou no sentido de suspender por duas partidas o jogador Juninho Pernambucano. O auditor Wanderley Godoy divergiu, aplicando uma partida de suspensão ao vascaíno. O presidente Paulo Bracks, antes de votar, leu uma entrevista do assessor do Vasco, Vinicius Gonçalves, em que explica aos torcedores vascaínos que o gesto foi para a torcida do Sport, que o recriminou durante os 90 minutos da partida. Assim, acompanhou integralmente o voto do relator, fazendo prevalecer os dois jogos de gancho.
Fonte: Site Justiça Desportiva