Vasco é o 5º no ranking dos clubes que mais recebem dinheiro de patrocínios fixos no Brasil

Quarta-feira, 21/11/2012 - 23:40

O novo ranking dos patrocínios 2012

Com o acordo entre Corinthians e Caixa Econômica Federal, anunciado há dois dias, o clube paulista retoma a liderança do ranking dos patrocínios no futebol brasileiro. A seguir, o panorama atual:

1) Corinthians – R$ 42 milhões

(CEF – R$ 30 milhões; Fisk – R$ 10 milhões; Tim – R$ 2 milhões)

2) Santos – 33,5 milhões

(BMG – R$ 20 milhões; Netshoes – R$ 5,5 milhões, Seara – R$ 3 milhões; Marabraz – R$ 3 milhões; CSU CardSystem – R$ 2 milhões)

3) São Paulo – R$ 32,5 milhões

(Semp Toshiba – R$ 23 milhões; Wizard – R$ 6 milhões*; Tim – R$ 3,5 milhões)

4) Palmeiras – Entre R$ 20 milhões e R$ 27 milhões*

(Kia – Entre R$ 18 milhões e R$ 25 milhões*; Tim – R$ 2 milhões)

5) Vasco – R$ 22 milhões

(Eletrobras – R$ 16 milhões; BFG – R$ 4 milhões; Tim – R$ 2 milhões)

6) Botafogo – R$ 20 milhões

(Guaraviton – R$ 16 milhões; Havoline – R$ 2 milhões; Herbalife – R$ 2 milhões*)

7 ) Flamengo – R$ 19 milhões

(BMG – R$ 9 milhões; Mobil Super – R$ 5 milhões; Triunfo Logística – R$ 3 milhões; Tim – R$ 2 milhões)

8) Grêmio e Internacional – Entre R$ 15 e R$ 20 milhões *

(Banrisul + Tramontina + Tim)

10) Cruzeiro – Entre R$ 15 milhões e R$ 17 milhões*

(BMG + Guará Mix)

11) Atlético-MG – Entre R$ 12,5 milhões e R$ 15 milhões*

(BMG + MRV)

*Valores estimados

Ranking atualizado às 18:05 hs

Obs: Os valores acima foram divulgados na mídia – incluindo estimativas devido às cláusulas de confidencialidade. Não foram consideradas parcerias pontuais firmadas ao longo do ano, bem como aquelas recém-acordadas (caso do Vasco da Gama com a empresa Fertilize). O patrocínio do Palmeiras pelo BMG se dá a título de abatimento de dívidas, não constando nos balanços como “receita” – sendo assim desconsiderado. Por fim, os termos finais dos contratos são variados, com diversos deles se encerrando ao final de dezembro.

Ainda que os valores angariados pelo Corinthians sejam substancialmente inferiores aos da “era Ronaldo” – quando batiam na casa dos R$ 50 milhões – pode-se dizer que a situação atual é favorável, posto que o craque abocanhava fatias consideráveis dos acordos da época. Sendo assim, o Corinthians volta a fazer valer a máxima de “camisa mais valiosa” – desta vez se baseando em um patrocínio estatal calcado em questões bem mais políticas do que mercadológicas.

Embora a diretoria corintiana negue, os oito meses sem patrocínio máster constituíram grande prejuízo a um clube cujas perspectivas de exposição eram fantásticas – após o título da Libertadores e pela participação no Mundial. Cabe ainda avaliar quais foram as contrapartidas oferecidas a Tim e Fisk, anunciantes que ficarão de fora do uniforme pela exigência da FIFA de patrocínio único no Japão.

A segunda posição ocupada pelo Santos reflete os benefícios da permanência de Neymar e da recente “era de ouro” do clube. Entretanto, a má fase atual – com o Peixe fora da Libertadores – possivelmente refletirá nos cofres santistas. O que se diz é que o primeiro golpe será sentido com o fim do patrocínio do Banco BMG, a partir de 2013 redirecionando foco para os clubes mineiros. A baixa exposição em mídia do Santos em comparação ao “trio de ferro” da capital é um elemento contra o qual muitos santistas se insurgem.

Após longo período de uniforme limpo, outro que assinou boa parceria foi o São Paulo. Os R$ 23 milhões pagos pela Semp Toshiba podem ser considerados o segundo melhor patrocínio do país – já que os repasses da Kia ao Palmeiras são questionados constantemente. O Verdão anunciou R$ 25 milhões, mas o mercado afirma que na prática seriam cerca de R$ 18 milhões. Ao menos a montadora coreana já anunciou que manterá o acordo nos moldes atuais apesar do rebaixamento alviverde à Série B.

Em um segundo pelotão surgem os clubes do Rio de Janeiro, cabendo uma importante observação. O Fluminense não foi incluído por conta da falta de transparência na parceria com a Unimed – bombardeada toda vez que o Tricolor vai mal, exaltada a cada conquista de título. A verdade é que os aportes realizados pela Unimed Participações no clube das Laranjeiras incluem pagamento de salários, premiações e aquisição de direitos econômicos. Sendo assim, o mercado especula investimentos que superem em muito os R$ 60 milhões anuais – de longe o maior patrocínio do Brasil.

Feita a exceção, continua espantosa a posição ocupada pelo Flamengo – há dois anos detentor dos piores números do Rio. A péssima gestão Patrícia Amorim faz com que o clube já some quase um ano e meio sem patrocinador máster (somando meses de 2011 com todo o exercício 2012). Para piorar, um dos parceiros (Triunfo Logística) é de propriedade de Jorge Rodrigues, candidato a presidente nas eleições do próximo dia 3 de dezembro. Trata-se de uma situação vedada pelo estatuto, mas que contou com vistas grossas dos conselhos do clube. Como o candidato supostamente compõe a oposição, seria interesse da atual mandatária a pulverização dos votos entre as inúmeras chapas contrárias à sua.

Vasco e Botafogo, em estágio pouco superior ao de mineiros e gaúchos, tentam angariar melhores cifras. Ainda que ambos não joguem a Libertadores, a maior exposição por conta das transmissões televisivas justificaria montantes superiores aos atuais. Neste sentido o Botafogo sai na frente, na esperança de potencializar a imagem do bom moço (e craque) Seedorf, seu principal jogador. Em Minas, a “febre Ronaldinho” e o retorno à competição continental compõem os trunfos do Atlético-MG em busca de dias melhores. No Sul, a perspectiva de novas arenas para a dupla Grêmio e Internacional cria a possibilidade de pacotes incluindo patrocínio + naming rights, alavancando suas posições.

Um grande abraço e saudações!

E-mail da coluna: teoriadosjogos@globo.com

Fonte: Blog Teoria dos Jogos - GloboEsporte.com