A crise vivenciada pelo Vasco no atual semestre interfere diretamente na vida de alguns jogadores. Antes intocáveis, Felipe e Fernando Prass ligaram o sinal de alerta para não entrar na nada agradável lista de atletas perseguidos pela torcida. Liderado por Alecsandro, o grupo convive com vaias durante as partidas em São Januário, enquanto apenas três jogadores escapam ilesos e ostentam status de queridinhos dos vascaínos.
O meia retornou ao Vasco em 2010 sob a desconfiança dos cruzmaltinos que não esqueciam da passagem do camisa 6 pelo rival Flamengo entre 2003 e 2004. Com boas atuações e declarações de amor, o jogador reverteu o quadro desfavorável e virou novamente ídolo da torcida. Entretanto, o apoiador pouco entrou em campo em 2012 e viu seu status desmoronar pouco a pouco. Hoje, o atleta não goza de muito prestígio com a maioria dos torcedores.
Com Fernando Prass a história é um pouco diferente. Após alguns goleiros de qualidade questionável nos últimos anos, a torcida se apegou ao novo camisa 1, que ganhou a vaga de titular de Tiago no início de 2009 e não largou mais. Em boa fase, ganhou o apelido de “Muralha da Colina”, mas nunca foi unanimidade entre os torcedores. Assim como Felipe, ligou o sinal de alerta para não entrar na lista de perseguido.
Se Felipe e Prass tiveram que ligar o sinal de alerta, alguns atletas vivem situação bem mais delicada. Eder Luis, Alecsandro, William Barbio, Thiago Feltri, Rodolfo e Jonas não têm boa relação com a torcida, que vaia o grupo insistentemente nos jogos em São Januário. Os dois primeiros já viveram o outro lado da moeda em 2011, quando fizeram gols decisivos na conquista da Copa do Brasil e tiveram um momento mágico no clube.
O técnico Gaúcho comentou sobre a possibilidade de alguns desses jogadores deixar o clube ao fim da temporada por conta da perseguição. O treinador afirmou que uma reformulação deverá ocorrer em São Januário, mas não citou nomes. "Todo mundo tem essas listas, fala-se que vai sair a barca. Um clube grande sempre vai ter isso, transformações no elenco são coisas normais. O importante é ver quem está disposto a ajudar e como contratar da melhor forma possível", disse.
Entretanto, três jogadores não precisam se preocupar com vaias vindas da arquibancada ou uma posível barca. O caso mais claro é o de Dedé, apelidado de “Mito” e que frequentemente é convocado para seleção brasileira. Lesionado, o zagueiro viu do departamento médico o Vasco cair de rendimento no Brasileiro. Juninho Pernambucano não fica atrás. O Reizinho da Colina é idolatrado pelos torcedores pelo profissionalismo demonstrado em campo. O mais curioso é Tenório. O atacante mal havia chegado no clube e já era tratado como ídolo.
Com 51 pontos, o Cruzmaltino está em sétimo lugar no Campeonato Brasileiro. Apenas com três vitórias e uma combinação improvável de resultados, o time terá chances de conquistar uma vaga para a Libertadores. A equipe volta a campo neste sábado, às 19h30, quando enfrentará o Coritiba, no Couto Pereira.
Fonte: UOL