O passo mais largo para o Vasco tentar voltar ao caminho da organização, o qual perdeu o rumo nesta temporada, está na decisão de Cristiano Koehler. Convidado em reunião recente pelo presidente Roberto Dinamite para retornar ao clube onde trabalhou entre 2010 e o início de 2011, o CEO do Grêmio diz que estuda com carinho possibilidade, mas avisa que ainda precisa se certificar que há efetivamente uma mobilização que anseia por mudanças radicais.
Além de sua expertise em áreas como a estruturação dos setores e na captação de recursos, o executivo está finalizando um projeto bem-sucedido no Tricolor Gaúcho: a nova Arena, que substitui o Olímpico a partir do mês que vem. Ele teria carta branca para comandar o sonho de garantir a qualidade e os prazos pré-estabelecidos da reforma de São Januário, que ficou à perigo depois do descarte para ser sede do rúgbi pelo comitê Rio 2016, em 1º de novembro, o que alavancaria parcerias pela exposição direta à marca dos Jogos Olímpicos.
- Existem pontos que me atraem, seria um desafio. Mas preciso saber o que o Vasco está pretendendo em termos de reorganização, de sair do amadorismo para o profissionalismo, sobre a viabilidade financeira para fazer funcionar. É fundamental ter um projeto para uma arena. Mas não é só querer, tem que se estruturar, dar respaldo, autonomia, ter recursos. Ainda tenho que ser convencido de que modo eu posso me encaixar para fazer um trabalho à altura. Não adianta ficar só na conversa - alertou Koehler, sob contrato com o Grêmio até o fim do ano.
E não são só a comodidade de estar perto de casa e os afazeres pela frente no Sul que os cruz-maltinos terão de superar. O Fluminense também quer contar com seus serviços, que podem custar mais de R$ 150 mil por mês. As tratativas estão em fase embrionária por enquanto e ninguém no campeão brasileiro sequer confirma, mas a relação com o diretor Rodrigo Caetano, com quem fez dupla no Grêmio e no próprio Vasco, pode pesar. Hoje, a função de diretor-geral remunerado, equivalente à sua, é ocupada por Jackson Vasconcelos.
Embora não tenha ligação com o dia a dia do futebol, o profissional não tem dúvidas de que a falta do equilíbrio político e financeiro na Colina influenciou na derrocada do time, campeão da Copa do Brasil ao fim de sua gestão e quando ainda tinha o próprio Caetano à frente.
- Hoje já há um grupo de pessoas para refazer um diagnóstico financeiro. Isso é bom, um indicativo de que se quer resolver, achar a causa e o defeito para começar a solucionar. O ano de 2010 foi difícil, de transição, mas houve crescimentos gerais e deu resultados depois em campo. Chegamos num ápice. E a partir da minha saída e a do Rodrigo, que claro que tem uma relação, houve essa regressão e um enfraquecimento. Uma bola de neve estourou no campo, fez com que o clube não conseguisse se movimentar - frisou.
Koehler enfrentou problemas particulares e também sentiu-se tentado a concluir o projeto da Arena do Grêmio, que ele mesmo havia ajudado a iniciar, anos atrás.
Fonte: GloboEsporte.com