Por conta de uma séria lesão no joelho, o então zagueiro Ricardo Gomes foi obrigado a abandonar a carreira precocemente, aos 31 anos. Não demorou, porém, para que encontrasse sua nova vocação no futebol: ser treinador, profissão que exerceu por 15 anos com sucesso, trabalhando na França, em grandes clubes brasileiros e até na Seleção Olímpica. Agora, o AVC sofrido em agosto de 2011 ainda o limita no trabalho dia a dia com os jogadores. Após considerar a possibilidade, aceitou ser diretor técnico, um novo cargo no clube e até no país.
Aos poucos, Ricardo Gomes vai saber até onde vão seus limites e que atribuições vão chegar à sua mesa, no equilíbrio entre estar presente nas decisões de campo com Gaúcho, efetivado como treinador, e nas reuniões de diretoria para as quais for chamado. Mas não passa pela cabeça revolucionar o setor. Esta é apenas uma adaptação passageira, garante.
- Não tenho o sonho de melhorar o futebol. Você melhora com bons jogadores, organização e trabalho. Não há fórmula mágica para apresentar. A história do Vasco fala por si só. Não vai ganhar todos os jogos, mas é um dos maiores clubes do Brasil. Está com dificuldades financeiras que afetam o lado esportivo, mas é muito maior do que o que falamos aqui. Estou só contribuindo um pouquinho para a vitoriosa parte esportiva do Vasco ser ainda melhor - disse.
Além de presidentes e vices, a função de gerente, superintendente ou diretor executivo ganhou espaço pela necessidade de planejamento diário no esporte. Coordenadores técnicos ou manager (expressão que designa casos o inglês Alex Ferguson e o francês Arsene Wenger, em Manchester United e Arsenal, respectivamente) como no caso cruz-maltino, são raros por aqui. A Seleção Brasileira teve Américo Faria e até Antônio Lopes como exemplos nos últimos anos.
Enquanto orientou o time ou esteve em casa se recuperando da doença que quase lhe tirou a vida, Ricardo se comunicou com potenciais reforços do Vasco. O volante Wendel, com quem trabalhou no Bordeaux, da França, e o atacante Tenorio, por exemplo, são indicações suas. A imagem de profissional correto e vencedor, atrelada às informações que possui, são trunfos para garimpar contratações que se encaixem no perfil "bom e barato" procurado para 2013.
- Há treinador que tem características para gostar mais do campo. Outros gostam além disso. É o meu caso. Existem outros tipos de atividade que podem ser bem-sucedidas, desde que o clube seja vencedor. Não posso tirar proveito da minha situação, tenho é que indicar para o bem do Vasco. Vou utilizar minhas informações, meu conhecimento, mas que não têm vontade própria - explicou Ricardo, sobre o fato de a palavra final ser de Roberto Dinamite.
Fonte: GloboEsporte.com