Ontem a vitória do Atlético MG sobre o vasco na Copa do Brasil sub 20 surgiu de um lance inusitado. A falta que originou a marcação do gol saiu de uma indicação do árbitro assistente que teria delatado uma saída irregular do goleiro do Vasco da grande área ao dar o “balão” para o ataque.
Caso você não tenha visto, observe o lance no vídeo abaixo:
O comentário feito na hora teria sido de acerto do assistente mas, não; posteriormente corrigido durante a transmissão percebeu-se que mesmo o pé do goleiro Vascaíno estar fora da área ele largou a bola bem antes de ultrapassar o limite da grande área (área de pênalti).
Talvez passe batido este acontecimento e lendo estas linhas parece óbvio mas é um erro que normalmente é cometido em inícios de carreira. O corpo do goleiro fora da área induziu o assistente a cometer o equívoco mas, coloquemos outras situações comparativas para que não paire nenhuma dúvida no ar.
1. Caso o goleiro esteja com todo o seu corpo dentro do gol e seus braços peguem a bola em cima da linha de gol, não é gol, o que vale é a posição da bola!
2. Caso o goleiro, deitado par fazer uma defesa e com os pés fora da área segura a bola que já está dentro da área, o que vale é a posição da bola!
3. Já no caso de faltas, o que vale é o local do contato. Ou seja, caso o goleiro tenha controle da bola nas mãos e enloqueça e de um pontapé em um adversário fora da área, mesmo a bola estando dentro da área de pênalti é tiro livre direto pois o que vale é o local da falta.
4. E se o goleiro jogar a bola para agredir deu adversário? Você sabe onde se cobra a falta? É direto ou indireto? Você pensou ou saiu automática a resposta?
Bom, neste caso é o que a regra chama de “delito a distância”. Vale o local do contato no adversário. Então, caso um atleta esteja fora da área ao ser “agredido”, mesmo o goleiro estando dentro da área não é pênalti e sim falta.
Como o Arnaldo diz, “a regra é clara”, mas sua interpretação…
Neste caso fica o ensinamento: Nada é impossível de acontecer no futebol, quanto mais se estuda e mais situações se cria de forma fictícia, a probabilidade de erro dentro do campo de jogo diminui sensivelmente.
Eu sempre gostei de criar estas situações “diferentes” em grupos de estudos e durante um jogo um atleta cobrou um escanteio e a bola bateu na trave e voltou para o mesmo atleta. APITEI sem pensar. Muitos, na hora, reclamaram. Momentos após ter apitado o estudo “fora do campo” me veio na cabeça. este atleta tinha tocado duas vezes na bola sem que um adversário ou companheiro tivesse tocado a bola neste meio tempo. Era como um rebote de pênalti na trave. Expliquei aos atletas que ao pensarem aceitaram a decisão e o jogo prosseguiu. Estudo, em qualquer estágio e em qualquer atividade sempre traz benefícios.
Tenho certeza que este assistente não cometerá mais este equívoco. Tinha um amigo que dizia que uma pessoa inteligente aprende com os seus erros mas, uma pessoa sábia, aprende com os erros dos outros.