Gaúcho começa sua quinta passagem como treinador do Vasco logo mais, às 17h, em São Januário, contra o Atlético-MG. A primeira missão é “estancar” a série de seis derrotas seguidas. Mas o técnico interino quer mesmo é fechar o ano com boa impressão nas últimas quatro partidas.
Nascido em Porto Alegre, Carlos Roberto Orrigo da Cunha, de 59 anos, chegou ao Vasco garoto pelas mãos de Tesourinha, ex-craque do Inter-RS e do Expresso da Vitória, que jogou com o pai de Gaúcho, falecido em maio deste ano. Em pouco tempo, ganhou a amizade do promissor Carlos Roberto, que ficou mais conhecido como Dinamite e o “adotou” com a família em Duque de Caxias.
- Amizade é uma coisa, profissão é outra. Posso fazer um pedido ao Roberto por causa do meu relacionamento com ele? Tem nada a ver. Roberto sabe da minha competência, da minha lealdade - diz o interino, que foi o único dos ex-jogadores que voltaram para trabalhar na base a permanecer no Vasco após a reformulação da categoria.
Em 2010, Gaúcho teve uma sequência longa no comando do Vasco, mas perdeu o cargo injustamente. Pelo menos é o que ele acha. Foram 10 jogos, com seis vitórias, um empate e três derrotas.
- Na minha maneira de pensar, não saí por resultados. Era um time em formação e queria apostar em Rômulo, Allan, Jonathan, Dedé... Mas criaram alguma coisa e isso fez com que eu saísse - lamenta Gaúcho.
Como auxiliar de Cristóvão e membro da comissão de Marcelo Oliveira, Gaúcho viu de perto a crise técnica do Vasco nos últimos meses. Nos bastidores, houve até quem desconfiasse da lealdade do técnico interino.
- Essa semana conversei por 40 minutos com Cristóvão. Não tenho preocupação. Não fiz coisa errada, nunca. Agora, ninguém sai satisfeito de lugar algum, as pessoas podem procurar alguma desculpa... Posso dizer que vou receber sempre todos muito bem aqui.
A experiência como treinador surgiu antes de acabar a carreira de jogador. Aos 33 anos, jogando pelo Rio Negro, de Manaus, e depois, aos 35, no Volta Redonda, foi escolhido pelo próprio grupo.
- Sempre fui capitão dos times, então até esquecia que era o treinador, porque falava muito em campo - conta.
Desde 1985, foram 15 times treinados e muitas histórias, como quando foi detido na Arábia Saudita em cidade que rejeitava quem não fosse muçulmano. Hoje, contra o Galo, pelo amigo presidente e pela velha casa, ele inicia um novo capítulo na sua história. no Vasco da Gama.
Fonte: Extra online